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Jogos Paralímpicos: Mirar Top 8 é realidade ou complexo de vira-lata?

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Por Valmir de Souza (*)

“Por complexo de vira-lata entendo eu a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo. O brasileiro é um narciso às avessas, que cospe na própria imagem. Eis a verdade: não encontramos pretextos pessoais ou históricos para a autoestima.”

Essa frase criada pelo escritor Nelson Rodrigues para tentar explicar como a seleção brasileira conseguiu perder a final da Copa do Mundo de 1950 em pleno Maracanã extrapolou os assuntos relacionados ao futebol e passou a ser aplicada em todas as atividades nas quais o país assume uma postura menor do que suas possibilidades.

Aplicando este conceito aos Jogos Paralímpicos de Paris, cabe uma reflexão a respeito das pretensões anunciadas pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) para o desempenho da delegação brasileira na competição. Em seu site o órgão anuncia a meta de realizar uma campanha em Paris igual ou superior à realizada em Tóquio, o que significa uma expectativa de conquistar entre 70 e 90 pódios. Caso alcance este objetivo, a projeção é de que os brasileiros mantenham uma posição entre os 8 melhores países no quadro de medalhas.

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Se comparado ao desempenho histórico do nosso esporte nas Olimpíadas, sem dúvida é um resultado imensamente superior e aceitável já que nos jogos recém-encerrados o Brasil ainda luta para se aproximar do TOP 10 que nunca conquistou. Mas observando com um pouco mais de profundidade o que ocorre no ecossistema paralímpico a pergunta que fica é:

– Será que não é possível sonhar com algo maior do que a oitava colocação?

Comecemos a análise pelos números:

A delegação brasileira nas paralimpíadas deste ano será a maior da história, com 280 atletas no total, sendo 255 deles com deficiência, 19 atletas-guia (18 para o atletismo e 1 para o triatlo), três calheiros do bocha, dois goleiros do futebol de cegos e um timoneiro do remo. Com este número, o Brasil fica atrás somente da China, que tem 280 membros. A França, dona da casa, é somente a terceira colocada na lista, com 239 atletas. Em seguida aparecem os Estados Unidos, com 225. Por fim, fechando o top-5, está a Grã-Bretanha, com 201 atletas.

-Se somos o segundo em número de atletas porque temos que nos contentar com o oitavo em desempenho?

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A resposta a esta pergunta conduz diretamente à antítese entre quantidade e qualidade, ou seja; muitas vezes ter muitos atletas não significa ter os atletas, os mais habilidosos e mais capacitados para ganhar as competições.

Mas admitindo essa realidade, cabe uma reflexão sobre outros aspectos como:

– Será que estamos conseguindo captar os atletas paralímpicos mais habilidosos do país?

– Quantos jovens brasileiros com alguma deficiência desenvolvem habilidades impressionantes apenas pelo fato de enfrentar todos os dias as agruras de não contar com as condições ideais de acessibilidade pelas ruas, morros e outros ambientes totalmente hostis a este tipo de condição no país?

– Será que algum dia, por algum golpe de sorte do destino, eles serão descobertos por algum especialista nestas modalidades esportivas?

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– Ou será que serão apenas talentos desperdiçados pela falta de políticas públicas neste sentido?

Os atletas com deficiência que vão compor a delegação brasileira nos Jogos de Paris representam, ao todo, 107 clubes e/ou associações. Além disso, o CPB possui atualmente 72 Centros de Referência, espalhados por 26 Estados.

Pensando já nos jogos do futuro, os jovens que tiverem a sorte de ter contato com alguma dessas iniciativas terão a chance de se desenvolver e representar o Brasil. Mas será que isso é suficiente num país com dimensões continentais como o nosso e com uma população de deficientes tão numerosa quanto a nossa?

A reflexão sobre o suposto complexo de vira-latas esportivo paraolímpico pode parecer apenas uma discussão de menor importância se pensada apenas sob a perspectiva de uma competição esportiva. Afinal, que diferença faz para a vida das pessoas o Brasil ficar na primeira ou na oitava posição em um campeonato?

Mas neste caso, a importância extrapola o campo esportivo. O esporte resgata a autoestima das pessoas que enfrentam deficiências e qualquer programa que tenha como foco ampliar a captação de talentos esportivos tem o potencial de melhorar a condição de vida de um grande número de pessoas independentemente do fato de elas algum dia ganharem ou não uma medalha nas paralimpíadas.

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A utilização das escolas públicas, por exemplo, como polos identificadores e captadores de talentos paralímpicos teria o efeito de tornar acessível a milhões de adolescentes com deficiência física o sonho de se tornar um atleta de alto rendimento. Essa perspectiva seria transformadora para essa multidão de brasileiros e certamente aumentaria as possibilidades de avançar a patamares maiores do que o oitavo lugar.

Por que não fazer isso?

Porque talvez estejamos satisfeitos com a colocação a que chegamos em todos os aspectos dessa discussão. Se isso for verdade, então a resposta é sim: Temos um grande e consolidado complexo de vira-latas paralímpico que precisa ser eliminado com urgência.

(*) Valmir de Souza é COO da Biomob, startup especializada em soluções de acessibilidade e consultoria para projetos sociais

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Martelinho de Ouro em Maringá – Hugo Martelinho de Ouro lança curso prático exclusivo

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Se você busca se profissionalizar e conquistar uma carreira promissora no setor automotivo, o curso de Martelinho de Ouro em Maringá lançado por Hugo Martelinho de Ouro é a oportunidade ideal. Referência na região pela excelência e precisão no reparo de amassados sem pintura, Hugo agora compartilha sua experiência em um treinamento intensivo e 100% prático.

Por que escolher o curso de Martelinho de Ouro em Maringá com Hugo?

O mercado de Martelinho de Ouro em Maringá está em constante crescimento, impulsionado pela alta demanda por reparos rápidos e de qualidade. Hugo Martelinho de Ouro, com anos de experiência e reputação consolidada, oferece um método de ensino diferenciado, que coloca o aluno em contato direto com situações reais do dia a dia da profissão.

Aprendizado totalmente prático e focado no mercado

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O diferencial do curso é a imersão prática desde o primeiro dia. Os alunos aprendem as técnicas, ferramentas e segredos que fizeram de Hugo Martelinho de Ouro um nome de destaque no segmento automotivo. Ao final, o participante estará apto a iniciar sua própria carreira, com segurança e qualidade no atendimento.

Oportunidade para empreender ou conquistar um emprego

Profissionais formados no curso de Martelinho de Ouro em Maringá encontram boas oportunidades de trabalho ou podem abrir seu próprio negócio. O conhecimento adquirido com Hugo Martelinho de Ouro é um investimento que gera retorno rápido, já que o serviço tem alta procura e excelente margem de lucro.

📞 Garanta sua vaga – As inscrições para o curso já estão abertas. Entre em contato com Hugo Martelinho de Ouro e comece hoje mesmo sua jornada para se tornar um especialista em Martelinho de Ouro em Maringá.

(Creditos : Carlos Henrique)

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Adapta Summit 2025: inovação, IA e soluções reais para o mercado brasileiro

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O Adapta Summit se consolidou como o maior evento de inteligência artificial generativa para negócios do Brasil. Em sua edição de 2025, realizada nos dias 12 e 13 de agosto, em São Paulo, o evento reuniu 6.500 líderes empresariais, especialistas e startups, superando em 40% o público da estreia em 2024.

O Summit é palco de inovação, aprendizado e competição. O primeiro dia foi marcado pelo anúncio do resultado do Adapta AI Challenge, o maior hackathon de IA do país, onde três projetos foram selecionados entre dezenas de ideias que uniram criatividade, tecnologia e aplicabilidade real.

Alphamídia: o Google Ads do mundo real

Entre os destaques, o projeto da Alphamídia, que conquistou o 3º lugar, chamou atenção com uma solução inovadora para publicidade local. A equipe criou uma ferramenta capaz de medir, em tempo real, a audiência de anúncios exibidos em TVs de restaurantes, pizzarias e outros estabelecimentos.

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“É como levar o poder do Google Ads para o mundo físico, permitindo que comerciantes saibam quem realmente está vendo seus anúncios e ajustem campanhas com dados precisos”, explicou Denis Magalhães – CEO da Alphamidia. O projeto já conta com grandes parceiros e uma premiação de R$ 100 mil, reforçando o potencial de transformar marketing de proximidade no Brasil.

Além disso, o evento contou com outros projetos de destaque, como o da Stag, que desenvolveu uma assistente de IA capaz de resolver planilhas e fornecer informações com rapidez e precisão a chamada “estagiária virtual”.

A importância do Adapta Summit

O evento não é apenas competição: ele conecta talentos, empresas e investidores, mostrando que o Brasil se tornou um polo estratégico de IA na América Latina. Estar presente é experimentar soluções que estão moldando o futuro do mercado, além de vivenciar o impacto real da tecnologia aplicada.

Para nós, do Le Sampa, foi um orgulho participar e acompanhar de perto o projeto da Alphamídia, que demonstra que ideias inovadoras podem transformar negócios locais e gerar resultados concretos. E, como reforçou o Denis em entrevista ao evento, estar nesse palco é uma oportunidade de aprendizado e networking inestimável.

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Olhando para o futuro

O Adapta Summit 2025 confirma que a IA não é apenas uma tendência: é uma ferramenta estratégica que transforma marketing, publicidade e negócios. Projetos como o da Alphamídia mostram que é possível combinar tecnologia, dados e criatividade para impactar o mundo real, abrindo novas oportunidades para empresas e empreendedores

(Crédito: Divulgação)

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Podcast Vizinho se consolida como um dos mais versáteis do Brasil e atrai atenção de grandes marcas

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São Paulo, SP – Em um cenário onde muitos podcasts se limitam a um único nicho, o Podcast Vizinho vem quebrando barreiras e conquistando ouvintes dos mais variados universos. Com uma proposta ousada e uma pauta sempre aberta à diversidade, o programa já recebeu convidados da música, cinema, esportes e, mais recentemente, do mundo dos esportes eletrônicos, ampliando seu alcance e relevância no mercado.

Nos últimos meses, o podcast surpreendeu ao lançar um episódio 100% em inglês, provando que não há fronteiras para o formato e demonstrando fôlego para alcançar novos públicos. Essa versatilidade tem sido um diferencial para o crescimento orgânico da audiência e para o fortalecimento da marca.

“Nosso objetivo sempre foi criar pontes e conectar pessoas de universos diferentes. O inglês foi mais uma forma de mostrar que estamos prontos para dialogar com qualquer público, em qualquer lugar”, destaca a equipe do Podcast Vizinho.

Atraindo não só ouvintes, mas também marcas

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Essa abordagem ampla e conectada às tendências não passou despercebida pelo mercado publicitário. Empresas que buscam falar com um público diversificado e engajado têm encontrado no Podcast Vizinho uma vitrine ideal. A mais nova parceria é com a INSIDER, marca de roupas conhecida por unir tecnologia têxtil e estilo, que vê no programa um canal estratégico para reforçar sua presença junto a jovens antenados, criativos e conectados.

O futuro é plural

Com pautas que vão de entrevistas com artistas da cena musical a conversas com gamers e atletas, passando por discussões sobre cultura pop e tendências de consumo, o Podcast Vizinho se consolida como um espaço plural e de troca genuína. Essa identidade aberta promete não apenas manter o interesse da audiência, mas também ampliar as oportunidades de colaboração com outras marcas e figuras relevantes.

No mercado competitivo dos podcasts, a capacidade de se reinventar e abraçar diferentes públicos não é apenas um diferencial é o que transforma um projeto em referência. E, pelo visto, o Vizinho já bateu na porta da elite do entretenimento brasileiro.

(Fotos: Podcast Vizinho)

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