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“Produtores Gaúchos Unidos” Mobilizam Agroindústrias em Meio a Desastre Climático no RS

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Rio Grande do Sul, junho de 2024 – Em meio ao maior desastre climático já enfrentado pelo Rio Grande do Sul, com alagamentos que atingiram 452 municípios (cerca de 90% do estado), um coletivo de pequenos produtores e chefs de cozinha se uniu para criar a plataforma “Produtores Gaúchos Unidos”. A iniciativa busca conectar produtos gaúchos com restaurantes, hotéis, pousadas, lojas, empórios e varejos tanto de dentro quanto de fora do estado, garantindo que esses empreendedores mantenham sua produção, vendas e empregos mesmo em meio à situação de calamidade.

“Muitos produtores estão com seus produtos parados, sem venda. A ideia é fomentar e criar as conexões certas para que esses produtores consigam escoar sua produção para outros destinos. A Fenadoce, que ocorre em Pelotas, por exemplo, foi cancelada. Desse modo, produtores da região precisam encontrar um meio de comercializar esses produtos. Queremos conectar essas partes através da plataforma Produtores Gaúchos Unidos,” destaca Bernardo Barbosa Ibargoyen, produtor de cordeiro e idealizador do trabalho.

Lançado há duas semanas, o movimento “Produtores Gaúchos Unidos” já possui mais de 220 produtores cadastrados ofertando seus produtos e 90 restaurantes, bares, empórios e varejos que já estão com acesso a esses produtores para efetuarem suas compras. A partir da concretização das vendas, o plano é implementar o transporte dos itens através de cargas compartilhadas, auxiliando todos os produtores de forma efetiva. Entre os produtos cadastrados estão vinhos, queijos, carnes, nozes, sucos e azeites de oliva, entre outras delícias do RS.

Outro olhar importante deste movimento é a preservação do bioma Pampa e o fortalecimento das cadeias curtas, com o apoio de pesquisadores, economistas e a conscientização ambiental.

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“Já passei por uma enchente em Petrópolis e sei a importância da mobilização e do apoio aos produtores locais. Além de ter restaurantes e entender a importância desta venda para os produtores, ao conhecer o trabalho, prontamente me juntei para apoiar,” salienta a chef de cozinha Dahoui.

O trabalho foi iniciado por Bernardo Barbosa Ibargoyen, produtor de cordeiro, e sua esposa Aline Barilli Alves, jornalista, com o apoio do influencer Gabriel Gasparini (@gaspaindica) e da Vento Comunicação, que está apoiando na divulgação e materiais. O trabalho tem avançado pois ele tem um viés econômico importante e, neste sentido, muitos chefs e restaurateurs de todo o Brasil estão apoiando o trabalho cadastrando seus restaurantes e comprando os insumos desses produtores, como é o caso de Roberta Sudbrack, Alex Atala e Helena Rizzo, entre outros nomes importantes da gastronomia nacional.

Tecnologia e Inovação

Para tornar essa conexão mais eficiente, a empresa Smarkets, em parceria com os “Produtores Gaúchos Unidos”, está lançando uma tecnologia que facilitará tanto para os restaurantes e comércios que irão fazer suas compras pela plataforma quanto para os produtores que estarão em uma vitrine única, onde podem cadastrar seus itens e quantidades.

Eventos em Apoio aos “Produtores Gaúchos Unidos” em SP

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Dando continuidade ao apoio aos pequenos produtores gaúchos, a iniciativa está organizando jantares e almoços em São Paulo e outras capitais. Esses eventos visam gerar renda e oportunidades para os produtores afetados pelas enchentes no Rio Grande do Sul.

Datas e Locais dos Jantares:

● 05 de junho: Restaurante Loup para 200 pessoas.
● 06 de junho: Jantar privado para Confraria de 30 empresários em SP.
● 07 de junho: Restaurante Café Journal para 200 pessoas.
● 09 de junho: Almoço no Bar Sarjeta para 100 pessoas.
O chef gaúcho Enio Valli escolheu alguns dos insumos dos produtores cadastrados na plataforma para garantir que esses eventos beneficiem diretamente os pequenos produtores cadastrados na plataforma. A seleção cuidadosa e a compra dos produtos visam proporcionar renda para todos os envolvidos no trabalho, contribuindo para a economia local. Nestes eventos, serão utilizados produtos de 30 produtores cadastrados, abrangendo 18 municípios do RS, totalizando 680 kg de alimentos.

Além desses jantares, outros eventos estão sendo planejados para continuar apoiando e promovendo os produtores gaúchos. Através dessas ações, o trabalho busca criar uma rede sustentável de apoio que mantenha a economia girando, mesmo em tempos de crise.

Apoio do Sebrae RS

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O Sebrae RS também se uniu à plataforma “Produtores Gaúchos Unidos”, oferecendo ações locais junto aos produtores e acionando outros Sebrae de diferentes estados para fortalecer ainda mais o trabalho. O Sebrae RS está assessorando pequenas agroindústrias que ainda não possuem familiaridade com esse tipo de transação e logística, capacitando os produtores em questões como envio, produção de imagens dos produtos para comercialização e burocracia. Além disso, o Sebrae RS pretende promover feiras físicas no estado para auxiliar na venda de produtos, especialmente para aqueles produtores que estão com estoques elevados e não conseguem comercializar.

Ministério da Agricultura

Graças a uma portaria extraordinária do Ministério da Agricultura, mesmo os produtos sem o Sisbi (Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal) poderão ser vendidos para outros estados. A portaria federal, emitida devido à calamidade no Rio Grande do Sul, foi publicada no dia 15/05 em edição extra do Diário Oficial da União, com validade de 90 dias. A Superintendência Federal de Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul (SFA-RS) ficou responsável pela emissão da autorização de trânsito para as agroindústrias, com as devidas exigências de saúde animal aplicáveis. A Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) também permitiu a comercialização intermunicipal de produtos de agroindústria com selo de fiscalização municipal, visando garantir a sobrevivência das pequenas empresas.

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PL 4/2025: Quatro mudanças no Código Civil que prometem dar respaldo jurídico ao síndico (e aliviar conflitos no condomínio)

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Expulsão de moradores antissociais, proibição de hospedagens curtas, multas maiores por inadimplência e fim do desconto antecipado. Especialista entrega números que mostram por que essas medidas podem vir a tempo.

O Brasil tem mais de 13,3 milhões de endereços em condomínio, o que corresponde a mais de 12% do total de domicílios do país, conforme dados do IBGE de 2022.  Com esse universo tão grande, conflitos cotidianos — barulho, inadimplência, uso irregular de áreas comuns — acabam se acumulando, gerando desgaste para moradores e síndicos.

É nesse contexto que o Projeto de Lei 4/2025 propõe atualizações importantes no Código Civil, com quatro medidas que podem dar respaldo jurídico claro a quem tem de gerir condomínios: expulsão de condôminos antissociais, regulação de hospedagens por dias, aumento das multas para inadimplência e fim do desconto para pagamento antecipado.

Dados que reforçam a urgência:

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  • Em outubro de 2024, a inadimplência média da taxa de condomínio em todo o Brasil foi de 13,84%, segundo a plataforma Superlógica.
  • Em junho de 2025, esse índice estava em 7,19%, o maior registrado nos últimos 13 meses. 
  • O valor médio da taxa de condomínio subiu 8,9% entre janeiro e outubro de 2024, superando bem a inflação (IPCA ~ 3,9%) no mesmo período. 
  • A quantidade de condomínios no Brasil ultrapassa os 520 mil empreendimentos, com cerca de 80 milhões de pessoas vivendo nesses espaços.

Cristiano Pandolfi, advogado com larga atuação em Direito Condominial, vice-presidente da ANACON, diz que essas mudanças podem trazer respaldo legal necessário para situações que hoje ficam no limbo:

“Quando um morador com comportamento antissocial perturba repetidamente a vizinhança, não bastam multas sem clareza ou instrumentos fracos de repreensão. O PL 4/2025 propõe que, em assembleia com quórum adequado e decisão judicial, exista possibilidade de exclusão desse morador. É medida drástica, mas necessária em casos extremos.”

Ele também destaca que a alta inadimplência — com picos que ultrapassam 13% — compromete serviços básicos no condomínio, gastos com pessoal, manutenção e segurança. “Sem cobranças eficazes, a gestão fica no vermelho”.

 Principais propostas do PL 4/2025

  1. Expulsão de condômino antissocial — assembleia qualificada + homologação judicial;
  2. Proibição de hospedagem por diárias, via plataformas, se definido em convenção ou assembleia;
  3. Aumento das multas para inadimplência, com possibilidade de percentuais maiores, desde que previstos na convenção;
  4. Fim do desconto para pagamento antecipado, buscando isonomia e previsibilidade financeira.

💡 Dicas de Cristiano do que síndicos já podem fazer para se preparar

  • Revisar a convenção condominial à luz das novas propostas;
  • Comunicar de forma clara aos moradores quais normas já vigem e o que pode mudar;
  • Estabelecer políticas internas provisórias para multas, advertências, assembleias informativas;
  • Buscar assessoria jurídica para garantir que práticas estejam em conformidade legal;

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Seleção de cultivares e a busca por maior valor nutricional

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*João Henrique Kozlik Schumaikel

A seleção de cultivares, tradicionalmente conduzida ao longo de séculos pela prática agrícola, continua sendo um dos pilares da inovação no campo. Como profissional atuante há mais de 25 anos no setor hortícola, defendo que este método, ainda que considerado clássico, é uma das mais consistentes ferramentas para chegarmos a cultivares com maior teor vitamínico e melhor qualidade nutricional.

Ao observar a evolução das espécies cultivadas, nota-se que o processo de seleção, baseado na observação empírica e na reprodução controlada, tem permitido avanços significativos em características como produtividade, resistência a pragas e doenças, além do sabor. Contudo, na minha avaliação, o maior desafio e, ao mesmo tempo, a maior oportunidade para o futuro está no desenvolvimento de variedades com teores mais elevados de vitaminas e compostos bioativos, capazes de contribuir para uma alimentação mais saudável.

Esse caminho não é novo. A história agrícola mostra que o ser humano sempre buscou plantas que melhor se adaptassem ao seu consumo. No entanto, ao longo do tempo, a prioridade comercial acabou privilegiando atributos como rendimento e durabilidade pós-colheita, muitas vezes em detrimento do valor nutricional. Em minha opinião, retomar o equilíbrio entre produtividade e nutrição é uma necessidade urgente, não apenas para atender à demanda do mercado, mas também como uma contribuição direta à saúde pública.

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Na prática, a seleção tradicional de cultivares pode ser direcionada por meio de cruzamentos entre variedades com características nutricionais desejáveis, avaliadas em ensaios de campo e testes laboratoriais. É um processo mais lento do que o uso de biotecnologia avançada, mas que preserva a aceitação do consumidor e respeita legislações mais restritivas em relação a organismos geneticamente modificados. Além disso, a seleção convencional permite o aproveitamento da biodiversidade natural, aspecto fundamental para manter a sustentabilidade do sistema agrícola.

Vejo que esse processo precisa ser acompanhado de políticas públicas e incentivos à pesquisa. Universidades e centros de pesquisa podem atuar em conjunto com o setor produtivo, não apenas para ampliar o portfólio de cultivares, mas também para medir cientificamente o impacto nutricional dessas variedades na dieta da população. Um tomate com maior teor de licopeno, ou uma alface com maior concentração de vitaminas do complexo B, são exemplos concretos de como a escolha varietal pode transcender o campo e impactar diretamente a saúde coletiva.

Portanto, acredito que a seleção tradicional de cultivares continua sendo uma ferramenta essencial e de grande relevância acadêmica. Ela nos mostra que inovação não significa, necessariamente, abandonar métodos consagrados, mas sim revisitar e aperfeiçoar técnicas que já provaram sua eficácia. A agricultura, afinal, é um campo onde tradição e ciência caminham lado a lado, e é nesse ponto de encontro que podemos encontrar cultivares mais nutritivos, acessíveis e sustentáveis.

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Formalidade é essencial na comunicação do Judiciário, mesmo com empatia, alerta especialista

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Após polêmica em audiência de custódia em Inhumas (GO), o especialista em comunicação jurídica Carlos André Pereira Nunes reforça que a formalidade e impessoalidade são importantes para preservar a credibilidade das decisões

O vídeo de uma audiência de custódia em Inhumas (GO), divulgado nas redes sociais na última segunda-feira (8/9), gerou debate sobre os limites da linguagem usada por magistrados. Na gravação, a juíza Mônica Miranda reconhece um dos investigados por porte ilegal de arma de fogo e, sorrindo, diz: “Você aqui de novo?!” O caso, ocorrido em maio, envolve um réu que já responde por homicídio, segundo dados do Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO).

Para o advogado e especialista em comunicação jurídica Carlos André Pereira Nunes, episódios assim expõem um desafio contemporâneo: equilibrar empatia e linguagem acessível com a formalidade exigida pela magistratura. “A linguagem simples e a empatia são fundamentais para aproximar o Judiciário do cidadão. Mas a Lei Orgânica da Magistratura e a própria tradição jurídica estabelecem que juízes devem manter formalidade e impessoalidade, sobretudo em audiências criminais. Isso preserva a credibilidade das decisões e respeita os direitos das vítimas”, afirma o especialista.

Segundo Carlos André, o uso de expressões coloquiais ou brincadeiras pode fragilizar a imagem de imparcialidade do Poder Judiciário, mesmo quando a intenção é humanizar o processo. “A formalidade não é mera burocracia: ela garante o Estado de Direito. Uma audiência de custódia é um momento grave, e a forma como o magistrado se comunica impacta diretamente a confiança pública”, explica.

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Nunes, que preside a Comissão Nacional de Direito, Linguagem e Literatura da OAB Nacional e é responsável técnico por manuais de redação de tribunais e conselhos, lembra que o debate sobre linguagem simples, tendência global para tornar o discurso jurídico mais claro, não exclui a necessidade de rigor ético. “É possível ser empático sem comprometer a seriedade do ato judicial. O Judiciário pode adotar uma linguagem compreensível, mas deve evitar comentários que pareçam ironia ou deboche”, acrescenta.

CARLOS ANDRÉ ADVOCACIA E CONSULTORIA ESPECIALIZADA– COMUNICAÇÃO JURÍDICA E PARECERES

Advogado, linguista e referência nacional em pareceres linguísticos na área jurídica e em redação normativa e oficial, Carlos André Pereira Nunes atua há mais de duas décadas na formação de profissionais do Direito. Seus cursos de comunicação jurídica possuem mais de 5 mil alunos em todo o Brasil. É também professor de Linguagem Jurídica e nas Escolas Superiores da Magistratura e da Advocacia, além de diretor do Instituto Carlos André. Atualmente, preside a Comissão Nacional de Direito, Linguagem e Literatura da OAB Nacional, onde lidera projetos voltados à modernização da linguagem jurídica no Brasil, e é responsável técnico pelo Manual de Redação do Tribunal de Contas do Município do Estado de Goiás e do Manual de Redação Jurídica da OAB-GO.

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