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Por que o novo luxo imobiliário não tem mais a ver com metragem, e sim com narrativa

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No mercado de alto padrão, não basta entregar acabamento impecável: compradores buscam propósito, exclusividade e identidade e até grife – e corretores precisam entender de storytelling

Por muito tempo, vender um imóvel de luxo era quase uma fórmula: bastava falar em metragem generosa, localização nobre e acabamentos impecáveis para justificar cifras milionárias. Hoje, esse discurso já não basta. O novo consumidor do mercado imobiliário de alto padrão — especialmente aqueles que buscam imóveis acima de R$ 5 milhões — está em busca de algo que não aparece no memorial descritivo: identidade, propósito e, principalmente, uma história com a qual ele possa se conectar.

É o que observa Thiago Godoy, especialista em imóveis de luxo e fundador da Legacy, imobiliária boutique que atua em São Paulo. Para ele, a ideia de luxo passou por uma transformação silenciosa, porém profunda. “Luxo hoje não é mais sobre o que você tem, e sim sobre o que aquilo representa. É sobre a sensação de pertencimento, identidade e estilo de vida que o imóvel entrega”, explica.

Essa nova forma de olhar para o mercado acompanha uma mudança no perfil dos compradores. Eles são mais jovens, digitais e conscientes, não apenas financeiramente preparados, mas emocionalmente exigentes. Querem saber quem foi o arquiteto, qual é a história do prédio, quais valores estão embutidos na concepção do projeto. A decisão de compra deixou de ser apenas racional — ela agora é simbólica e sensorial.

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Esse movimento de ressignificação do luxo é global. O relatório da Savills Global Research aponta que 2024 será marcado por um consumidor de alto padrão mais seletivo, que valoriza design autoral, experiências e marcas com propósito. No Brasil, os números refletem essa tendência: o mercado de imóveis de luxo e superluxo cresceu 24% em 2023, segundo a Abrainc. Em São Paulo, bairros como Jardim Europa, Itaim Bibi e Vila Nova Conceição seguem liderando os índices de valorização, com o metro quadrado ultrapassando os R$ 65 mil.

Mas não é só o discurso que mudou — o produto também. Nos últimos anos, o mercado imobiliário passou a flertar com um novo tipo de sofisticação: os imóveis assinados por grifes renomadas. Marcas como Fasano, Faena, Armani, Pininfarina, Porsche e Tonino Lamborghini firmaram parcerias com grandes construtoras para criar empreendimentos residenciais que prometem elevar o patamar do luxo. São os chamados “Collabs”, que unem o prestígio dessas marcas à arquitetura e ao design imobiliário.

A promessa é tentadora: morar em um edifício que carrega o DNA de uma marca reconhecida mundialmente pela sofisticação. Mas aqui cabe um alerta importante. “O nome não constrói paredes”, diz Thiago Godoy. Ele explica que, embora o branding agregue valor, muitas vezes o prestígio da grife é usado apenas como isca de marketing, sem que a qualidade da execução acompanhe a promessa feita no lançamento. A grife, em geral, assina o conceito e o design, mas a entrega fica por conta da construtora. E é aí que mora o risco.

Para o investidor ou comprador, é fundamental ir além do encantamento da marca e investigar a reputação da incorporadora, a qualidade dos materiais prometidos, a fidelidade ao design original e os diferenciais reais do projeto. Afinal, um imóvel só carrega valor de longo prazo se entregar uma experiência condizente com o que representa — e não apenas um nome famoso estampado na fachada.

Esse desejo por autenticidade também explica por que imóveis com alma têm se valorizado mais. Thiago lembra de um caso emblemático: apresentou dois imóveis a um cliente, um novo e impecável, outro mais antigo, porém com projeto assinado por um arquiteto renomado e uma vista definitiva. O comprador ficou com o segundo. “Ele se identificou com a energia do lugar. O imóvel tinha história, personalidade, algo que o outro, apesar de novo, não oferecia.”

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Não à toa, segundo a consultoria Brain Inteligência Estratégica, imóveis considerados “únicos” têm uma valorização até 30% acima da média. E é justamente essa unicidade que tem movido o mercado: projetos restaurados, unidades exclusivas e empreendimentos que dialogam com arte, sustentabilidade ou design autoral estão ganhando protagonismo nas decisões de compra.

Com isso, o papel do corretor de imóveis também foi ressignificado. Vender luxo, hoje, não é apenas abrir a porta de um apartamento: é ter sensibilidade para entender o momento de vida do cliente, repertório para contextualizar o projeto e capacidade narrativa para transformar cada imóvel em uma experiência aspiracional. “É preciso contar uma história que conecte com quem está comprando. O metro quadrado virou coadjuvante. O que importa é o enredo”, afirma Godoy.

Na prática, a Legacy adotou esse modelo de curadoria para selecionar imóveis que vão além do luxo óbvio. A equipe mergulha na história do projeto, estuda seus criadores, produz conteúdo visual com identidade e aposta em abordagens personalizadas para cada perfil de comprador. Em um mercado cada vez mais exigente, esse cuidado virou diferencial competitivo.

E, diante de um cenário macroeconômico mais desafiador, com juros altos e seletividade no crédito, os imóveis que entregam apenas o “básico do luxo” tendem a ficar para trás. Já os que oferecem conexão emocional, propósito e originalidade seguem com liquidez e valorização garantida — especialmente entre aqueles que já conquistaram tudo o que precisavam, e agora buscam apenas aquilo que faz sentido.

“Esse é o novo luxo: não é sobre status, é sobre essência. Quem trabalha com imóveis de alto padrão precisa compreender que está vendendo algo muito mais intangível — é o sentimento de estar no lugar certo, vivendo a história certa, do seu jeito”, conclui Thiago Godoy.

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Semente Haiglas: o superalimento natural que transforma a saúde dos animais

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A natureza reserva tesouros pouco conhecidos pelo grande público, mas altamente valorizados por especialistas em nutrição animal. Um desses segredos é a Semente Haiglas, reconhecida por seu perfil nutricional impressionante e por seus benefícios diretos à saúde dos animais de estimação e até mesmo de animais de criação.

Composta por uma combinação poderosa de minerais, nutrientes essenciais, aminoácidos, clorofila e impressionantes 14% de proteína, a Semente Haiglas é considerada um verdadeiro superalimento. Seu consumo regular contribui para o fortalecimento do sistema imunológico, melhora da digestão e até mesmo para a manutenção de uma pelagem mais saudável e brilhante nos pets.

A clorofila presente na semente favorece a oxigenação das células, atuando como um desintoxicante natural e auxiliando no equilíbrio do organismo. Já os aminoácidos presentes ajudam na formação de tecidos, ossos e músculos, sendo essenciais para o crescimento saudável dos animais. A alta taxa de proteína vegetal — raramente encontrada em sementes comuns — faz da Haiglas uma opção completa para complementar a alimentação de forma equilibrada e funcional.

Estudos preliminares e experiências de criadores e tutores indicam que animais que consomem produtos à base da Semente Haiglas apresentam níveis mais elevados de energia, melhor absorção de nutrientes e maior resistência a doenças comuns.

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Com todos esses atributos, a Semente Haiglas desponta como uma solução inteligente e natural para quem busca qualidade de vida para seus animais. Seu nome começa a ganhar espaço entre veterinários, zootecnistas e apaixonados por bem-estar animal — e tende a se tornar, nos próximos anos, um ingrediente-chave em diversas formulações voltadas à nutrição animal funcional.

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Empório Farinha Pura e Vinícola Monte Reale promovem sorteio de viagem enogastronômica para a Serra Gaúcha

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O universo dos vinhos ganha um atrativo especial com a nova ação da Vinícola Monte Reale em parceria com o Empório Farinha Pura. Nas compras acima de R$ 200 em rótulos selecionados da vinícola no mercado gourmet, os clientes concorrem a uma viagem inesquecível com acompanhante para Flores da Cunha (RS), berço da Monte Reale e referência nacional em enoturismo. Uma oportunidade perfeita para os amantes de vinho viverem uma experiência completa, do terroir à taça.

A experiência poderá ser vivida nos dias 19, 20 e 21 de setembro de 2025 e inclui transporte (transfer entre aeroporto, hotel e vinícola), hospedagem completa, todas as refeições e ainda uma visita guiada à vinícola e cervejaria Monte Reale.

Para participar, é necessário estar registrado no aplicativo do Empório Farinha Pura e realizar compras no valor mínimo de R$ 200 em produtos Monte Reale entre os dias 14 de abril e 31 de julho de 2025. Cada compra garante um voucher, que deve ser depositado na urna disponível no interior da loja, que fica dentro da Cobal do Humaitá, em Botafogo. O sorteio acontecerá no dia 5 de agosto de 2025.

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No Dia do Profissional de Eventos, conheça casos de empresas que sobreviveram à pandemia

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(Michaella Heep, cofundadora da confeitaria Dazzi (antiga Schokolade) . Crédito: Reprodução)

Decoradora, buffet e confeitaria têm algo em comum: todos usam novas tecnologias para a gestão dos negócios. Setor deve crescer 8,4% em 2025, segundo a ABRAPE

Em 30 de abril é comemorado o Dia do Profissional de Eventos, uma data que vem carregada de significado após a pandemia, um momento de renovação do mercado. Por isso é importante conhecer casos de pessoas e empresas que conseguiram não só se reerguer, mas também prosperar, adotando inovações tecnológicas e estratégias de gestão diferenciadas. Dessas histórias podem surgir ideias para novos e antigos empreendedores.

O cenário é promissor. Segundo as projeções da Associação Brasileira de Promotores de Eventos (ABRAPE), o setor deve registrar um crescimento de 8,4% em 2025 em relação ao ano anterior, alcançando o montante de R$ 141,1 bilhões. Além disso, haverá um aumento de 1,1% no número de empregos formais, o que representa a geração de mais 45,2 mil postos de trabalho em todo o país, e um acréscimo de 3,1% no número de empreendimentos, totalizando 103 mil empresas no setor. Esses dados mostram que o mercado de eventos está em franca recuperação e expansão.

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Os benefícios da tecnologia na gestão dos eventos são evidentes. Mateus Mayrink, fundador da decoradora de eventos Mateus Mayrink Conceito comenta: “O planejamento é fundamental para o sucesso de qualquer negócio. Hoje, eu não preciso só de números soltos de vendas e faturamento, eu preciso de gráficos, análises, e uso um sistema que me entrega isso. Em um painel atualizado em tempo real, eu consigo ter uma visão clara do crescimento da empresa e planejar melhor o nosso futuro. Foi isso que me ajudou a tranquilizar no momento pós-pandemia.”

Do mesmo modo, Daniela Andreuni, diretora do Buffet Andreuni, relata que utilizar as redes sociais foi decisivo para a retomada do negócio: “Quando a pandemia começou, nós tínhamos toda uma família que dependia do Buffet para viver. Mas quem faria eventos naquele momento? Tínhamos que nos mostrar presentes para nossos clientes e colaboradores, não sermos esquecidos, e assim fomos para as redes sociais, fazendo quadros como ‘Na Cozinha com Andreuni’, nunca deixamos de estar em contato. No fim da pandemia, nossa empresa triplicou o número de eventos, a equipe teve que aumentar e tudo precisava estar muito alinhado para o Buffet rodar 100%, foi aí que outra plataforma, desta vez de gestão, entrou no nosso negócio”.

Fernando Andreuni, diretor do Buffet Andreuni, complementa: “Quanto mais pessoas e mais processos, maior a necessidade de organização. A Dani, que é sempre antenada nas inovações, encontrou uma plataforma que conseguiu trazer comodidade e segurança para a nossa gestão. Antes eu tinha os documentos, planilhas, comprovantes de pagamento, todos espalhados em pastas, caixa de e-mail, conversas de WhatsApp. Hoje a gente consegue centralizar tudo em um só lugar.”

Para outros, a tecnologia já tinha se revelado indispensável antes mesmo da pandemia. Michaella Heep, cofundadora da confeitaria Dazzi Bem-Casados (antiga Schokolade) conta: “A tecnologia otimiza o nosso bem mais valioso: o tempo. Existe uma Dazzi antes da plataforma de gestão e outra depois da plataforma. Porque antes eu fazia todos os orçamentos em Word, com calculadora, era bem artesanal. Com a plataforma conseguimos automatizar a proposta comercial, economizando tempo, e em um formato muito mais profissional. Se o cliente aprovar, a proposta já é ‘linkada’ ao contrato, que leva assinatura digital. O controle financeiro na plataforma também é ‘linkado’ ao meu banco, então eu consigo emitir boletos, recibos, fazer fluxo de caixa, tudo. São tantas opções em uma só ferramenta que acho que nem consigo usar todas [risos].”

Decoradora, buffet e confeitaria, esses empreendimentos têm algo em comum: todos usam a plataforma integrada da MeEventos que oferece desde o gerenciamento de equipes e freelancers até o controle financeiro do negócio. Com uma operação que gerencia, em média, 15 mil eventos por mês, a empresa atende 1,6 mil clientes em três países — Brasil, Portugal e Estados Unidos — e conta com 8,5 mil usuários. Em 2024, a MeEventos faturou R$ 4 milhões e projeta faturar R$ 7 milhões neste ano. “A crise da pandemia nos obrigou a repensar nossos processos e investir em tecnologia. Hoje, vemos a transformação digital como um divisor de águas para o setor, permitindo que as empresas de eventos cresçam de forma sustentável”, comenta Tiago Ferreira, fundador e CEO da MeEventos.

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Ele ressalta que, embora a plataforma auxilie as empresas em vários quesitos, como organização, planejamento e tomadas de decisão, “acima disso, acho que essas histórias mostram a capacidade de adaptabilidade desses empreendedores. A abertura ao novo, às vezes até ao desconhecido, na esperança de continuar o seu negócio”. “Sou grato por terem confiado que faríamos a diferença na gestão deles”, afirma o CEO da MeEventos.

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