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População negra precisa de ações que ajudem a erradicar o genocídio e a desigualdade no país

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Com a pandemia, tudo que já criticávamos piorou muito no Brasil. Se os negros eram a população que mais morria, isso foi acentuado, se eram os que mais ficavam doentes, isso também foi aumentado, se eram os que mais trabalhavam são ainda os que mais sofrem com a desigualdade socioeconômica gerada por crises sanitárias e políticas que o país vive. E chegamos a mais um ‘Novembro Negro’, mês de ampliar as ações e reconhecer que é preciso erradicar o genocídio do povo negro e a desigualdade que assola todos que, por falta de gestão federal, estão de volta à miséria ou à extrema pobreza. 

Mas, mesmo com todas as adversidades, precisamos que novembro seja sempre o mês de luta para subverter ao capital e criar meios e estratégias para que o racismo estrutural neste país tenha um fim, ou o começo de um fim, já que está incrustrado em nossa sociedade como um fóssil. É que o racismo no Brasil persiste como um fator estruturante das desigualdades sociais. Somos, por exemplo, a maior população em subempregos. As estatísticas, via Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que a população negra desempregada está acima da média nacional. Somos os mais afetados pelo principal problema econômico da atualidade.

Essa falta de emprego não está interligada apenas ao fator quantitativo dessa população. Durante séculos, faltou educação, e sobre o abismo educacional, ainda com dados de 2019, pela primeira vez, o número de estudantes negros nas universidades públicas passou o de brancos. Também somos quem mais vivem nas periferias das cidades e somos quem mais morre. O número de mortes violentas intencionais chegou a 50.033 apenas em 2020, um aumento de 4% em relação ao ano anterior. Foram, pelo menos, 78% dessas mortes causadas por arma de fogo. E as vítimas, em sua grande maioria, são homens (91,3%), negras (76,2%) e jovens (54,3%), de acordo com dados da 15ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), divulgado este ano.

As informações ainda mostram, que em 2020 foram mortas em intervenções policiais 6.416 pessoas, 0,3% a mais do que no ano anterior. Sendo que 78,9% desse total eram negras, 76,2% tinham entre 12 e 29 anos e 98,4% eram homens. Já os policiais assassinados chegaram a 194, dos quais 72% morreram no horário de folga. A covid-19 tirou a vida de 472 policiais no país, também em sua maioria negros. Conforme os dados revelados pelo anuário, houve alta de 0,7% no total de feminicídios em 2020, que atingiram 1.350, vitimando principalmente pessoas entre 18 e 44 anos (74,7%), negras (61,8 %) e assassinadas com o uso de arma branca (55,1%). A maioria (81,%) foi morta pelo companheiro ou ex-companheiro e 8,3% por outros parentes.

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Limpeza urbana x covid-19

Os garis e margaridas fazem parte do grupo que está na linha de frente no combate à covid e são fundamentais nesse período de crise por serem profissionais que promovem saúde e que ajudam a manter as cidades limpas, evitando a proliferação desse vírus que já matou mais de 610 mil pessoas somente no Brasil. Temos que lembrar que os negros e pardos são os mais atingidos por essa crise sanitária. Então, se o trabalhador de limpeza urbana não é colocado como prioridade, a gente está ajudando a perpetuar essa desigualdade que existe no Brasil, não só de forma racista e preconceituosa, mas também desmerecendo e desvalorizando o trabalho desses profissionais, desses pais e mães de família que se arriscam diariamente para ajudar a manter o bem-estar da população.

Como presidente da Comissão de Reparação da Câmara de Salvador também lembro que o governo federal não tem tratado a pandemia com a seriedade que deveria. O exemplo do auxílio emergencial no valor de R$150 e, agora, R$400, por exemplo, é um ato de deboche para com a população brasileira. Bolsonaro sabe quem mais morre neste país por causa da crise, e que por isso ele se mantém inerte. São os pobres e negros que estão morrendo, são aquelas pessoas que não conseguem fazer três refeições por dia, são os vulneráveis que vão trabalhar todo dia em transportes lotados, arriscando a própria vida, por isso ele não faz nada, não se importa com o povo.

População negra precisa de ações que ajudem a erradicar o genocídio e a desigualdade no país

População negra precisa de ações que ajudem a erradicar o genocídio e a desigualdade no país

Pandemia agravou desigualdades

Tivemos alguns avanços nos governos petistas de Lula e Dilma e não foram suficientes para que a população negra se sentisse mais protegida ou menos desfavorecidas, já que tudo era motivo para ter perseguição. Se criamos as cotas nas universidades, tentaram desconstruir com mentiras e ‘fake news’. Se conseguimos tirar o Brasil da linha da pobreza e da pobreza extrema, fizerem reforçar estruturas que aumentaram os preços dos alimentos fazendo com o que a fome voltasse com força nas casas dos mais pobres. Se conseguimos gerar empregos e renda extra, deram um jeito de aprovar reformas que tiraram direitos e que ampliavam o desemprego no país.

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No entanto, no período de crise sanitária, esses dados se agravam ainda mais. Isso porque a população negra é a que precisa ir pra rua trabalhar pois são muitas vezes trabalhadores informais. Também por causa da falta de acesso à saúde de qualidade, menores condições sanitárias nos lugares de moradia e tantos outros problemas estruturais que nunca conseguimos resolver definitivamente. Na verdade, só conseguimos piorar os quadros. As medidas do governo Bolsonaro têm agravado isso. A reforma trabalhista, o congelamento de gastos públicos em educação e saúde, reforma previdenciária, negacionismo – que gerou demora nas vacinas – e medidas de combate ao coronavírus que foram administradas de forma pífia.

É preciso pensar políticas públicas para essa população e construir um processo de médio e longo prazo de reparação histórica. E isso precisa ser feito com urgência e via governo popular. Um auxílio emergencial não pode ser menos que um salário mínimo, não existe isso. Além do mais, precisamos revogar as reformas aprovadas desde o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff. Algumas dessas reformas, inclusive, foram aprovadas ainda no governo de Michel Temer, um dos grandes traidores da pátria. E uma nova política de drogas e de segurança pública também precisa ser criada, não tem como a gente observar a polícia matando inocentes todos os dias. Não tem como um ser humano tentar se redimir dos atos que cometeu sendo julgado eternamente pelo seu erro, como aconteceu recentemente no Nordeste de Amaralina e em vários outros bairros de Salvador. 

Outro ponto fundamental e que todos nós que lutamos contra o racismo e o preconceito é que a ‘lei de cotas’ vai passar por uma revisão ano que vem e precisamos manter o que já tem e ampliar ainda mais para dar ainda mais acesso ao povo negro ter um curso superior para que possamos ajudar a quebrar a linha de que filho de pobre sempre será pobre. Também é necessário, e isso deve ser considerado como primordial, é eleger governantes negros, eleger legisladores negros para que possamos ter representatividade e, além disso, ajudar a gerar empregos e renda para a população que mais precisa, já que o governo Bolsonaro acabou com todas as políticas de transferência de renda que os governos petistas reforçaram.

Luta por igualdade

Independente de governos, de partidos ou de iniciativas financeiras públicas ou privadas, já disse isso em outro artigo e repito nesse: Novembro deve seguir como um período de luta por igualdade racial, mas também durante todo o ano. E nós temos as armas, só precisamos de atitude e mudar a realidade para que não fiquemos estagnados e dependentes, ou subservientes ao modelo perverso que o capital e seus aliados impõem. Zumbi, Dandara, Luísa Mahin, Ganga Zumba, Mestre Moa do Katendê, Mãe Hilda Jitolú, Maria Felipa e tantos outros foram protagonistas de seus tempos e não meros espectadores. Precisamos retomar nosso trabalho de base e ajudar a eleger Lula em 2022. Além disso, precisamos deixar de lado a dependência a governantes, seja de direta ou de esquerda.

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*Luiz Carlos Suíca é historiador e vereador de Salvador pelo PT

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Jonathas Groscove lança o livro “O Preço da Alma” e apresenta música tema interpretada por Gaia Müller

Do impacto das manchetes ao silêncio necessário para reencontrar a própria essência, Jonathas Groscove dá um novo passo em sua trajetória ao lançar “O Preço da Alma”, obra que narra sua jornada de ascensão, queda e reconstrução – muito além do mercado publicitário em que se tornou referência. O livro, publicado pela Literare Books International, […]

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Do impacto das manchetes ao silêncio necessário para reencontrar a própria essência, Jonathas Groscove dá um novo passo em sua trajetória ao lançar “O Preço da Alma”, obra que narra sua jornada de ascensão, queda e reconstrução – muito além do mercado publicitário em que se tornou referência. O livro, publicado pela Literare Books International, será lançado no dia 24 de novembro, convidando o público a mergulhar em uma história marcada por propósito, fé aplicada e disciplina.

Antes mesmo de o livro chegar às livrarias, Jonathas apresenta outra peça fundamental dessa narrativa: no dia 19 de novembro, ele lança a música tema do livro, composta por ele e inspirada diretamente nos capítulos que narram seus desafios, encontros decisivos e a retomada de sua própria identidade. A canção ganha vida na voz da cantora e multi-instrumentista Gaia Müller, artista empresariada por Jonathas.

Escolhida por ele para interpretar a obra musical, Gaia Müller é reconhecida por sua intensidade artística e pela capacidade de transformar cada nota em expressão pura. Cantora, compositora e multi-instrumentista, Gaia não apenas domina diferentes linguagens musicais como também entrega performances que unem emoção, técnica e sensibilidade em igual medida. Sua voz dá profundidade à composição de Jonathas, traduzindo musicalmente a alma de sua jornada.

Em “O Preço da Alma”, o publicitário e estrategista revisita momentos decisivos de sua carreira na América Latina – desde os bastidores do mercado de publicidade, passando por rompimentos, colapsos financeiros e reencontros espirituais – para revelar o que realmente sustenta uma vida próspera. Mais do que uma autobiografia espiritual, o livro oferece ao leitor reflexões práticas, exercícios de autoconhecimento e ferramentas para realinhar propósito e execução.

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Com honestidade, coragem e uma escrita fluida, Groscove entrega uma obra para líderes, empreendedores e profissionais que buscam não apenas resultados, mas resultados sustentáveis, aqueles que não trocam o eterno pelo que apenas reluz.

Sobre Jonathas Groscove

Jonathas Groscove é um influenciador digital, publicitário e empresário brasileiro conhecido por sua forte presença nas redes sociais e por defender valores como empatia, superação e conexões humanas no ambiente de negócios. Atuando no marketing digital, ele ganhou destaque com campanhas e cases de sucesso voltados à representatividade e à inovação, tornando-se uma figura reconhecida entre jovens empreendedores.

Sobre Rogério Ferreira e Editora Revaiah

Rogério Ferreira é empresário, educador e mentor estratégico cujo histórico une fé, experiência e resultados. Fundador da Editora Revaiah e de um grupo de negócios que atua em comunicação, eventos e produções editoriais, Rogério traz mais de três décadas de empreendedorismo prático, passando por crises reais, reestruturações e sucessos escaláveis. É bacharel em Teologia, Mestre em Capelania Internacional pela FLMU, professor e membro ativo da ADHONEP ALPHAVILLE, com atuação reconhecida em capelania empresarial e social.

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Jonathas Groscove (@jonathasgroscove) – Instagram

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Jonathas Groscove lança o livro “O Preço da Alma” e apresenta música tema interpretada por Gaia Müller

Do impacto das manchetes ao silêncio necessário para reencontrar a própria essência, Jonathas Groscove dá um novo passo em sua trajetória ao lançar “O Preço da Alma”, obra que narra sua jornada de ascensão, queda e reconstrução – muito além do mercado publicitário em que se tornou referência. O livro, publicado pela Literare Books International, […]

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Do impacto das manchetes ao silêncio necessário para reencontrar a própria essência, Jonathas Groscove dá um novo passo em sua trajetória ao lançar “O Preço da Alma”, obra que narra sua jornada de ascensão, queda e reconstrução – muito além do mercado publicitário em que se tornou referência. O livro, publicado pela Literare Books International, será lançado no dia 24 de novembro, convidando o público a mergulhar em uma história marcada por propósito, fé aplicada e disciplina.

Antes mesmo de o livro chegar às livrarias, Jonathas apresenta outra peça fundamental dessa narrativa: no dia 19 de novembro, ele lança a música tema do livro, composta por ele e inspirada diretamente nos capítulos que narram seus desafios, encontros decisivos e a retomada de sua própria identidade. A canção ganha vida na voz da cantora e multi-instrumentista Gaia Müller, artista empresariada por Jonathas.

Escolhida por ele para interpretar a obra musical, Gaia Müller é reconhecida por sua intensidade artística e pela capacidade de transformar cada nota em expressão pura. Cantora, compositora e multi-instrumentista, Gaia não apenas domina diferentes linguagens musicais como também entrega performances que unem emoção, técnica e sensibilidade em igual medida. Sua voz dá profundidade à composição de Jonathas, traduzindo musicalmente a alma de sua jornada.

Em “O Preço da Alma”, o publicitário e estrategista revisita momentos decisivos de sua carreira na América Latina – desde os bastidores do mercado de publicidade, passando por rompimentos, colapsos financeiros e reencontros espirituais – para revelar o que realmente sustenta uma vida próspera. Mais do que uma autobiografia espiritual, o livro oferece ao leitor reflexões práticas, exercícios de autoconhecimento e ferramentas para realinhar propósito e execução.

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Sobre Jonathas Groscove

Jonathas Groscove é um influenciador digital, publicitário e empresário brasileiro conhecido por sua forte presença nas redes sociais e por defender valores como empatia, superação e conexões humanas no ambiente de negócios. Atuando no marketing digital, ele ganhou destaque com campanhas e cases de sucesso voltados à representatividade e à inovação, tornando-se uma figura reconhecida entre jovens empreendedores.

Sobre Rogério Ferreira e Editora Revaiah

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Rogério Ferreira é empresário, educador e mentor estratégico cujo histórico une fé, experiência e resultados. Fundador da Editora Revaiah e de um grupo de negócios que atua em comunicação, eventos e produções editoriais, Rogério traz mais de três décadas de empreendedorismo prático, passando por crises reais, reestruturações e sucessos escaláveis. É bacharel em Teologia, Mestre em Capelania Internacional pela FLMU, professor e membro ativo da ADHONEP ALPHAVILLE, com atuação reconhecida em capelania empresarial e social.

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Carolina Andrade apresenta show intimista da turnê “À Flor da Pele” na Casa Odette

A cantora, compositora e multiartista Carolina Andrade sobe ao palco da Casa Odette, no coração de São Paulo, no Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, para apresentar sua nova turnê, “À Flor da Pele”, em um formato intimista e profundamente sensorial. Com mais de 2 milhões de plays nas plataformas digitais e uma passagem […]

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A cantora, compositora e multiartista Carolina Andrade sobe ao palco da Casa Odette, no coração de São Paulo, no Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, para apresentar sua nova turnê, “À Flor da Pele”, em um formato intimista e profundamente sensorial.

Com mais de 2 milhões de plays nas plataformas digitais e uma passagem marcante pelo Lollapalooza, Carolina convida o público para uma noite especial, em que voz e emoção se tornam uma só. O show celebra o lançamento de seu aguardado álbum de estreia, também intitulado “À Flor da Pele” — uma obra que mergulha em sentimentos reais e transforma vulnerabilidade em força, entre POP, Soul e Brasilidades.

Natural de Santos, Carolina Andrade é uma das vozes mais intensas e promissoras da nova geração da música brasileira. Sua sonoridade sofisticada, emocional e poderosa se reflete em cada canção, revelando uma artista completa — de técnica refinada, verdade pulsante e propósito claro. O álbum conta com produção de Estevez (MR Dan), Jok3r, Dime e 48k, e une a versatilidade da música brasileira clássica e contemporânea com participações especiais e uma entrega vocal arrebatadora.

O show na Casa Odette marca um momento especial da carreira de Carolina: uma imersão musical e emocional que promete encantar o público e consolidar seu lugar no cenário nacional.

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Data: 20 de Novembro de 2025 (quinta-feira) Horário: a partir das 20h Local: Casa Odette — Rua Rui Barbosa 663 – São Paulo

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