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Negócios

O crédito produtivo é ferramenta para a evolução social

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Por Claudia Cisneiros (*)

Em qualquer lugar do mundo, instituições financeiras têm como principal função fomentar o crescimento e o desenvolvimento da sociedade. A lógica é lucrar emprestando o dinheiro necessário para que um indivíduo ou uma empresa consiga realizar algo que, de alguma forma, será benéfico ao tomador do empréstimo e, claro, resultará em ganhos àquele que empresta. Para que isso ocorra de fato, é importante que a avaliação de risco seja muito bem-feita, que os juros cobrados sejam justos e que haja acessibilidade.

No Brasil, infelizmente as coisas não são bem assim. A acessibilidade, por exemplo, tem seus limites. Quem tem dinheiro tem facilidade de obter recursos junto aos bancos, ao contrário de quem não tem. Principalmente recursos de baixo custo. Grandes empresas têm acesso a crédito baratíssimo, as pequenas têm de se sujeitar a produtos “de prateleira” que cobram juros e taxas exorbitantes.

Falando do mercado em geral, é comum uma pessoa (ou empresa) estar com o nome negativado e tentar resolver a dívida fazendo outro empréstimo. Em certos casos isso não é recomendado, pois pode aumentar o endividamento. Mas há situações em que o novo empréstimo pode sair mais barato do que o refinanciamento da dívida na instituição onde ela foi contraída originalmente. Mas aí vem outro problema. Por estar com o nome “sujo”, o empréstimo que facilitaria a vida deste cidadão ou empresa simplesmente é negado.

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Mas este problema não se resume a este aspecto. Um pequeno empreendedor, que não tem dívida alguma também sente dificuldade para obter recursos junto aos bancos. Normalmente, é exigido que o empreendimento esteja completamente formalizado para ter acesso a linhas de crédito mais baratas. A questão é que na maioria dos casos o empreendedor necessita dos recursos justamente para montar a empresa e formalizá-la. Sem o dinheiro ele não consegue pagar as taxas e atender as exigências para a formalização.

Diante de situações como estas, é comum que muitos caminhem informalmente. É verdade que não precisam recolher impostos, mas também têm o crescimento prejudicado porque quem está informal não pode emitir nota fiscal e acaba perdendo inúmeras oportunidades de negócios. Ora, para que serve um sistema bancário que só empresta para quem tem dinheiro? Quem tem dinheiro, em geral, não precisa. A impressão é de que o crédito, no Brasil, tem um propósito de gerar endividamento e não crescimento.

Vá para uma loja de eletrodoméstico comprar uma TV e veja como o crédito é facilitado. Para gastar, os obstáculos parecem menores. Mas para sair da dificuldade ou para produzir, a dificuldade é imensa.

Por esta razão, o trabalho desenvolvido por entidades de fomento aos pequenos negócios, como é o caso do CEAPE, é tão importante para a sociedade. Essas organizações foram criadas justamente para auxiliar aqueles empreendedores que começam do nada e que, por isso mesmo, não têm condições de atender, de cara, às exigências feitas pelo sistema financeiro tradicional.

O modelo tradicional de avaliação de risco não funciona nesses casos. É preciso ter uma equipe qualificada para ir até o endereço, que em muitos casos não é formal (não tem CEP) e conhecer os objetivos e as condições dos tomadores “in loco”. E é justamente o que entidades de fomento como a nossa oferecem a esse público geralmente desassistido. Mais do que isso, por se tratar de um público sem acesso à educação financeira, é realizado um trabalho de educação financeira para que o tomador saiba usar o recurso obtido.

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Dessa forma, o microcrédito se torna uma importante ferramenta de evolução social. Aquela mãe de família, que cuida dos filhos sozinha, sem apoio algum, ao conseguir recursos por meio do microcrédito, consegue montar um pequeno negócio e obter renda para manter sua família. A formalização é o passo seguinte. É quando a evolução social proporcionada pelo acesso ao crédito começa a gerar vantagens não só para o dono do pequeno negócio, mas também para a sociedade como um todo, já que ao se formalizar, passa a recolher impostos e a manter funcionários (se for o caso) devidamente registrados. Portas se abrem, as pessoas melhoram de vida e a economia cresce.

Demanda por crédito existe. E muita. Segundo o Sebrae, no primeiro trimestre de 2024, 6,5 milhões de pequenos negócios tomaram empréstimo no Brasil. O valor do montante chega a R$ 109 bilhões. Este número considera todo tipo de tomada de empréstimo, inclusive por meio de cartão de crédito. Quanto o crédito para informais representa dentro deste bolo? Certamente bem menos do que poderia ser.

A questão é: Se queremos que todo empreendedor, independentemente de seu porte, trabalhe formalmente, precisamos fortalecer o modelo de crédito que o ajude neste objetivo.

Assim, contribuímos para aumentar o número de empresas a gerar renda não só para o proprietário, mas, com o crescimento do negócio, para possíveis funcionários e claro, tudo isso movimenta a economia e gera recolhimento de impostos. Há uma evolução social acompanhada de evolução econômica. Mas é importante que a mentalidade do sistema financeiro mude para que tudo isso aconteça rápida e consistentemente.

(*) Claudia Cisneiros é diretora executiva do Ceape Brasil

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Negócios

Mais Cabello inaugura unidade em Aracaju com presença de Malvino Salvador

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Evento acontece no dia 16 de outubro e marca a expansão da rede para o Nordeste

A Mais Cabello segue em plena expansão nacional e chega agora a Aracaju (SE), consolidando sua presença no mercado de saúde e estética capilar. A inauguração da nova unidade acontece no dia 16 de outubro e contará com a presença do ator Malvino Salvador, que é embaixador e sócio da marca, além de influenciadores e convidados especiais da capital sergipana.

Com um modelo inovador de atendimento e protocolos exclusivos de transplante e tratamento capilar, a Mais Cabello tem se destacado como referência no setor. A chegada da unidade em Aracaju reforça a proposta da rede de democratizar o acesso a procedimentos capilares de alta tecnologia em todo o país.

O evento reunirá também imprensa e formadores de opinião locais, celebrando não apenas a inauguração, mas também a força da marca que cresce em ritmo acelerado e vem atraindo a atenção de celebridades e investidores.

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Sobre a Mais Cabello

Fundada em 2019, a Mais Cabello é uma rede brasileira especializada em transplantes e tratamentos capilares, que tem como missão democratizar o acesso à saúde capilar no Brasil. Com unidades em várias regiões e um modelo de franquias em plena expansão, a empresa alia tecnologia de ponta, protocolos exclusivos e atendimento humanizado.

Serviços oferecidos:
• Transplantes Capilares: técnicas modernas e personalizadas para resultados naturais.
• Tratamentos Capilares: terapias como o Vittahair (microinfusão de vitaminas) e o exclusivo Regenera Mais (medicina regenerativa).
• Produtos Cosméticos: linha própria para cuidados diários e manutenção dos fios.
• Avaliação Personalizada: diagnóstico completo para indicar os tratamentos ideais.

Diferenciais:
• Uso de alta tecnologia e protocolos inovadores.
• Foco em procedimentos que reativam mecanismos naturais do corpo para melhorar a saúde dos cabelos.
• Modelo de expansão por franquias, ampliando o acesso em diferentes regiões do país.
• Missão de resgatar a autoestima dos pacientes, oferecendo o melhor transplante com o melhor custo.

(Fotos : Mais Cabello)

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Negócios

MADECOM completa quase três décadas e consolida sucessão familiar no setor madeireiro

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Fundada em 1996, empresa passou por transição em 2008 e hoje é referência no fornecimento de compensados e madeiras para grandes construtoras e indústrias

A MADECOM, especializada em compensados e madeiras, foi fundada em 1996 e se consolidou no mercado a partir de uma sucessão familiar realizada em 2008. Desde então, a empresa ampliou sua presença junto a grandes construtoras e indústrias, mantendo a proximidade no atendimento e a entrega imediata como diferenciais.

“Meu pai iniciou a MADECOM em 1996, com foco em identificar as necessidades do cliente e adequar o produto da melhor forma possível. Eu assumi em 2008 e desde então trabalhamos para ampliar essa base, sempre mantendo o atendimento próximo e a confiança como prioridades”, afirma Marcelo Tozato, atual responsável pela gestão da companhia.

O portfólio da MADECOM reúne diferentes linhas de compensado, incluindo resinado, plastificado, naval, comum e para embalagem, além de painéis OSB e peças de pinus e eucalipto. Essa variedade de produtos foi determinante para a formação de uma carteira de clientes composta, em grande parte, por construtoras que demandam fornecimento ágil e padronização de qualidade.

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Marcelo destaca que a sucessão familiar foi um passo decisivo para a continuidade do negócio. “A condução em família nos permitiu preservar valores e, ao mesmo tempo, adaptar o negócio às novas exigências de mercado. Essa combinação foi essencial para a consolidação da marca nesses quase 30 anos”, explica.

A trajetória da MADECOM reflete o papel da gestão familiar na sustentação de empresas brasileiras de médio porte, que encontram na sucessão bem estruturada um caminho para perenizar sua atuação e enfrentar os ciclos de instabilidade econômica.

A empresa acompanhou o crescimento do setor da construção civil no país, que mesmo em momentos de retração manteve relevância como um dos motores do PIB. Segundo indicadores recentes, a confiança das construtoras voltou a avançar, o que reforça a importância de fornecedores estáveis e preparados para atender à demanda. Nesse cenário, a MADECOM encontrou espaço para expandir seu volume de entregas e reforçar sua carteira de clientes.

Outro ponto relevante foi a capacidade de adaptação da companhia ao longo dos anos. A diversificação do portfólio e a atenção às mudanças regulatórias do setor ajudaram a reduzir riscos e sustentar o relacionamento com as indústrias parceiras. A empresa consolidou processos logísticos que garantem entregas rápidas e padronizadas, atributo valorizado em um mercado no qual atrasos podem comprometer cronogramas inteiros de obra.

Para Marcelo, a gestão familiar continua sendo um diferencial estratégico. “Acreditamos que a proximidade da família com o negócio garante decisões mais rápidas e alinhadas aos valores que sempre nortearam a MADECOM. Essa conexão é percebida pelos nossos clientes, que reconhecem a consistência da nossa atuação”, afirma. A expectativa é que a empresa siga crescendo, com planos de ampliar sua estrutura e fortalecer a presença em diferentes regiões do país.

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Sobre Marcelo Tozato

Marcelo Tozato é gestor da MADECOM, empresa fundada em 1996 e especializada no fornecimento de compensados e madeiras para construtoras e indústrias. Assumiu a gestão em 2008, conduzindo a sucessão familiar e consolidando a companhia como fornecedora estratégica no setor, com foco em logística eficiente, atendimento personalizado e entrega imediata. Com mais de 20 anos de experiência no mercado, Marcelo se destaca pela atuação próxima aos clientes e pela capacidade de alinhar tradição e inovação na condução do negócio.

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Recirculating Aquaculture Systems (RAS): caminho para a sustentabilidade e autossuficiência na produção de camarão nos Estados Unidos

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*Por André Luís Penha de Sena

O camarão é, desde o ano 2000, o fruto do mar mais consumido per capita nos Estados Unidos, representando hoje cerca de 38% de todo o consumo anual de frutos do mar no país. Em 2023, foram importadas 837.622 toneladas, vindas principalmente da Índia, Equador, Indonésia e Vietnã. Essa dependência externa expõe o mercado norte-americano a oscilações de preços, tarifas antidumping, riscos sanitários e cadeias logísticas longas, que comprometem tanto a rastreabilidade quanto a qualidade do produto final.

Nesse cenário, os Recirculating Aquaculture Systems (RAS) surgem como alternativa estratégica para garantir autossuficiência, sustentabilidade e competitividade. O RAS é um sistema fechado de cultivo no qual a água é continuamente tratada e reutilizada por filtros mecânicos e biológicos. Essa tecnologia permite reaproveitar até 99% da água utilizada, controlar rigorosamente a qualidade hídrica e instalar fazendas próximas a centros urbanos, reduzindo custos logísticos e garantindo maior frescor ao consumidor.

A sustentabilidade é um dos principais diferenciais. Ao contrário dos modelos tradicionais, que podem pressionar ecossistemas costeiros e exigir o uso de antibióticos, o RAS promove uso eficiente da água, biossegurança e menor pegada de carbono. Enquanto a produção convencional de camarão pode emitir até 13 kg de CO₂ equivalente por quilo produzido, quase o dobro da produção de salmão, o RAS, especialmente quando combinado a bioflocos e rações otimizadas, reduz esse impacto e posiciona o camarão como uma proteína de baixo impacto ambiental.

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Os bioflocos, por sua vez, funcionam como filtros biológicos vivos que transformam resíduos em alimento natural rico em proteína. Essa tecnologia melhora a conversão alimentar, reduz a dependência de ração industrial e aumenta as taxas de sobrevivência dos camarões. Quando integrada ao RAS, oferece maior eficiência produtiva, biossegurança e sustentabilidade.

Produzir camarão em território norte-americano por meio do RAS garante ainda rastreabilidade total, conformidade com padrões sanitários rigorosos e maior confiança do consumidor. Diferentemente dos camarões importados, muitas vezes inspecionados em apenas 1% dos lotes, o produto local cultivado em RAS assegura transparência e qualidade em todas as etapas.

O país já dispõe de um ecossistema inovador que favorece a expansão dessa tecnologia. Empresas como a Shrimp Improvement Systems (SIS) e a American Penaeid Inc. (API) são pioneiras no desenvolvimento de linhagens SPF (Specific Pathogen Free) de Litopenaeus vannamei, enquanto companhias como a Zeigler Bros. lideram a produção de rações específicas para sistemas RAS e bioflocos. Esse ambiente combina genética avançada, nutrição de alta performance e automação tecnológica, consolidando os EUA como referência global em carcinicultura moderna.

Ainda existem desafios, como a concorrência de países exportadores com preços mais baixos e os custos de produção internos. No entanto, a tendência é de que a ampliação do uso de RAS, aliada a inovações em genética, nutrição e manejo, reduza custos ao longo do tempo e diferencie o camarão norte-americano como produto premium, sustentável e de origem local.

A expansão do RAS nos Estados Unidos pode gerar impactos econômicos significativos, incluindo criação de empregos locais, reativação de indústrias de processamento, estímulo à inovação tecnológica com uso de IoT e automação, além da redução da dependência externa. Estudos recentes indicam que, com manejo adequado, é possível produzir camarões de 34 gramas em apenas 82 dias utilizando sistemas RAS, sem comprometer a taxa de sobrevivência.

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O Recirculating Aquaculture Systems não é apenas uma inovação tecnológica, mas uma estratégia de soberania alimentar, segurança sanitária e competitividade econômica. Integrado a bioflocos, genética SPF e nutrição avançada, tem o potencial de transformar a carcinicultura nos Estados Unidos e consolidar o país como referência mundial em produção sustentável de camarão.

Sobre André Sena

André Luís Penha de Sena é empresário da carcinicultura com mais de 20 anos de experiência no setor aquícola. Fundador de uma fazenda em Parajuru (CE), atua também como gerente administrativo da JE Pescados e proprietário da Gelo Guajiru. Filiado à Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC) e à Associação dos Produtores de Camarão do Ceará (APCC), desenvolve projeto de internacionalização para os Estados Unidos com foco em sistemas de recirculação de água (RAS), sustentabilidade e rastreabilidade na produção de camarão.

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