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Drones nas imediações de aeródromos: perigos e mitigações

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*Gustavo Lucarelli

O avanço tecnológico trouxe consigo uma grande popularização dos drones, que se tornaram cada vez mais presentes tanto para uso recreativo quanto profissional. No entanto, essa expansão também trouxe desafios significativos para a segurança operacional da aviação civil, especialmente nas proximidades de aeródromos.

Como profissional da aviação civil com experiência operacional e estratégica, minha formação e atuação no setor me permitem abordar os perigos e as soluções tecnológicas para mitigar os riscos dessa nova realidade.

A presença não autorizada de drones nas imediações de aeródromos pode acarretar sérias ameaças à segurança das operações aéreas. Dentre os principais perigos, destacam-se:

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  • Colisão com aeronaves: Estudos demonstram que um drone pode causar danos estruturais significativos a uma aeronave em caso de impacto, podendo resultar em falhas graves.
  • Ingestão pelo motor: Se um drone for sugado pelo motor de uma aeronave, pode provocar uma falha catastrófica, comprometendo a operação segura do voo.
  • Congestionamento do tráfego aéreo: O avistamento de drones em espaço aéreo controlado pode forçar a suspensão de pousos e decolagens, causando atrasos, custos adicionais e transtornos para as companhias aéreas e passageiros.
  • Consequências operacionais e legais: A presença de drones pode resultar na necessidade de desvios de voos, impactando a gestão operacional e financeira das empresas do setor.

Formas de mitigação

A segurança operacional depende da adoção de tecnologias e medidas que possam prevenir e mitigar os riscos associados aos drones nas imediações de aeródromos. Algumas soluções incluem:

  • No Fly Zones (NFZs): Alguns fabricantes de drones implementam restrições geográficas, impossibilitando que esses equipamentos decolem ou operem em determinadas áreas sensíveis.
  • Monitoramento por radares e câmeras PTZ: A implementação de radares específicos para drones, combinados com câmeras de vigilância, permite a detecção e identificação precoce de aeronaves não autorizadas.
  • Equipamentos de neutralização: Dispositivos como bloqueadores de sinais (jammers) e drones interceptadores podem ser utilizados para impedir o avanço de aeronaves não autorizadas sobre o espaço aéreo controlado.
  • Regulamentação e sanções: A legislação vigente precisa ser atualizada para incluir penalidades mais severas para operações ilegais de drones, aumentando a fiscalização e o cumprimento das normas de segurança.

A segurança na aviação é um aspecto fundamental e deve ser constantemente aprimorada para acompanhar os avanços tecnológicos. Como profissional atuante na gestão operacional de voos, tenho observado a necessidade crescente de adoção de tecnologias preventivas e de conscientização sobre o uso seguro de drones.

Diante disso, é essencial que as autoridades aeronáuticas, empresas aéreas e fabricantes de drones trabalhem em conjunto para garantir que a inovação na aviação ocorra de maneira segura e eficiente, sem comprometer a integridade das operações e a vida dos passageiros e tripulantes.

O desenvolvimento de tecnologias anti-drone tem se mostrado um setor em ascensão, com soluções inovadoras sendo implementadas em aeroportos ao redor do mundo. Algumas dessas soluções incluem radares de alta precisão, redes de captura, sistemas de interferência de sinal e drones de defesa que podem interceptar equipamentos não autorizados antes que eles representem um perigo real para o tráfego aéreo.

Além das medidas tecnológicas, a educação e conscientização são fundamentais para reduzir os riscos dos drones em espaço aéreo controlado. Campanhas de informação e treinamentos para operadores de drones podem ajudar a minimizar a ocorrência de incidentes, garantindo que esses dispositivos sejam utilizados de forma responsável e em conformidade com a legislação vigente.

Por fim, é necessário um esforço conjunto para harmonizar as regulamentações em nível global, de modo que todos os países possam atuar de maneira coordenada na gestão do uso de drones. A implementação de normas internacionais unificadas permitiria maior controle e fiscalização, reduzindo os riscos de operações ilegais e garantindo a segurança da aviação mundial.

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*Gustavo Lucarelli  é um profissional da aviação civil com experiência operacional e estratégica. Bacharel em Aviação Civil pela Universidade Anhembi Morumbi, atualmente cursa um MBA em Gestão de Aviação Civil. Sua trajetória na GOL Linhas Aéreas começou em 2021 no atendimento ao cliente e, atualmente, atua como Flight Operations Assistant (FOA), auxiliando no peso e balanceamento de aeronaves Boeing 737NG, MAX 8 e 800 BCF.

É Flight Operations Officer (FOO) habilitado para a Família Boeing 739 e também piloto-aluno no Aeroclube de São Paulo, buscando expandir ainda mais seu conhecimento na aviação.

Ao longo de sua carreira, desenvolveu habilidades em gestão operacional, segurança de voo e eficiência logística. Além disso, possui formação técnica em automação industrial e manutenção elétrica, o que amplia sua visão sobre processos e otimização operacional.

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Aumenta a fiscalização sobre investidores com ativos no exterior: como se preparar sem cometer erros

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Com o avanço dos acordos internacionais e o cruzamento de dados via CRS, Receita Federal amplia o cerco a brasileiros com patrimônio fora do país.

A Receita Federal intensificou a fiscalização sobre brasileiros que mantêm investimentos e contas no exterior. Segundo dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o volume de informações trocadas entre países por meio do Common Reporting Standard (CRS) cresceu mais de 60% em 2025, ampliando a capacidade de cruzamento de dados de contribuintes.

Atualmente, o Brasil recebe relatórios de mais de 100 jurisdições financeiras — incluindo paraísos fiscais e grandes centros econômicos — que compartilham informações sobre contas, rendimentos e ganhos de capital. A medida faz parte de um esforço internacional para combater a evasão fiscal e aumentar a transparência no fluxo global de capitais.

“As autuações estão mais frequentes porque o sistema é automatizado e o cruzamento de informações acontece em tempo real. Pequenas inconsistências já são suficientes para gerar alerta”, explica Cláudia Kistenmacker, especialista em contabilidade para investidores e sócia da DOC7 Contabilidade.

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Entre os principais erros estão a omissão de rendimentos obtidos no exterior, o não preenchimento de fichas específicas no Imposto de Renda e o cálculo incorreto do câmbio em operações internacionais. “Não se trata apenas de declarar valores, mas de compreender as regras e formatos exigidos pelo Fisco. Um simples erro de código pode custar caro”, reforça Cláudia.

Para a especialista, o compliance internacional precisa ser tratado como uma estratégia de gestão, não como uma obrigação burocrática. “Quando o investidor entende que regularidade fiscal é sinônimo de segurança patrimonial, ele passa a encarar o contador como um parceiro estratégico, e não apenas um prestador de serviço”, conclui.

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Holding: mais do que proteger o patrimônio, é sobre crescer com estratégia e segurança

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A estrutura de holding vem ganhando espaço entre empresas e famílias que desejam proteger bens, pagar menos impostos e planejar o futuro. Mas na prática, o que pouca gente explica é que uma holding bem feita começa com o diagnóstico certo — e não com uma estrutura padrão

No Brasil, a palavra “holding” virou tendência — mas também gerou confusão. Muita gente encara a criação de uma holding como uma solução mágica para reduzir impostos ou evitar inventário. Embora esses sejam benefícios possíveis, o que nem sempre é dito é que uma holding mal estruturada pode mais atrapalhar do que ajudar.

Na LCS Contabilidade, o ponto de partida é outro. Antes de abrir qualquer CNPJ ou falar em economia tributária, a primeira pergunta é: isso faz sentido para você, agora? Porque o que funciona para uma empresa familiar com imóveis pode não funcionar para um grupo empresarial com filiais. E vice-versa.

“Tem cliente que busca proteção patrimonial, outro quer facilitar a sucessão, ou então melhorar a estrutura do grupo. A holding certa nasce da estratégia — não do modismo”, explica Lucas Oliveira, fundador da LCS.

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Muito além da sucessão, a holding é uma ferramenta de gestão. Pode organizar patrimônios, reduzir carga tributária sobre distribuição de lucros ou aluguéis, facilitar entrada de sócios e dar mais agilidade à tomada de decisão. Mas tudo isso só se concretiza com um planejamento real, simulações de cenários e gestão ativa. Não é o contrato social que garante o sucesso da holding — é o que se faz com ela depois de pronta.

Na prática, os modelos mais comuns são a holding patrimonial, usada para concentrar e proteger bens, e a holding operacional, voltada à administração de empresas ativas sob um mesmo grupo. Em ambos os casos, o risco está em adotar estruturas padrão, sem considerar as especificidades de cada negócio.

“Já vimos holding aberta com CNPJ que nunca foi usada. Também já pegamos casos com cláusulas mal redigidas que geraram conflitos familiares. Por isso, nosso trabalho vai além da abertura — ele continua depois, com acompanhamento contábil e fiscal de verdade.”

Criar uma holding pode sim significar economia, segurança jurídica e tranquilidade para o futuro. Mas só quando ela está integrada ao dia a dia do negócio. Holding não é contrato, é ferramenta de continuidade — que precisa de gestão, revisão, e um contador ao lado para garantir que ela continue fazendo sentido ao longo do tempo.

Na visão da LCS, isso tudo só funciona com proximidade e parceria. Proteger patrimônio, pensar no futuro da empresa e pagar menos imposto são objetivos legítimos — mas é o caminho que diferencia resultado de risco. Por isso, a holding ideal não é a mais sofisticada, nem a mais barata: é a mais bem pensada para os objetivos reais do cliente.

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Mercado de Tax Liens e Tax Deeds nos EUA atrai investidores globais com retornos de até 24% ao ano

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AXT Proptech, liderada pelo economista Ricardo Guimarães, aposta na tokenização e em ativos imobiliários dolarizados para ampliar o acesso a oportunidades nos Estados Unidos

O economista Ricardo Guimarães, CEO da AXT Proptech, tem observado o aumento do interesse de investidores estrangeiros, especialmente brasileiros, em um segmento pouco conhecido, mas bilionário, do mercado imobiliário norte-americano: o de Tax Liens e Tax Deeds, que movimenta cerca de US$ 22 bilhões por ano, segundo dados da National Tax Lien Association (NTLA).

Na prática, os Tax Liens representam títulos de dívida emitidos por governos locais quando o proprietário de um imóvel deixa de pagar o imposto territorial. O investidor que adquire o certificado passa a ter direito de receber o valor devido acrescido de juros, que podem variar entre 12% e 24% ao ano, dependendo do estado. Já os Tax Deeds correspondem à escritura do imóvel leiloado em razão do não pagamento dos tributos, permitindo ao comprador tornar-se o novo proprietário por uma fração do valor de mercado.

“Esses instrumentos existem há mais de dois séculos e são essenciais para o financiamento de cidades e condados americanos”, explica Guimarães, que acumula 25 anos de experiência no mercado financeiro e foi sócio da XP Investimentos e do Banco Inter. “Além de gerar receitas públicas, eles criam oportunidades reais de investimento com segurança jurídica e rentabilidade previsível.”

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Com operações nos estados da Geórgia, Alabama, Mississippi e Flórida, a AXT Proptech atua na originação, gestão e tokenização desses ativos, oferecendo soluções para investidores individuais e institucionais. O modelo permite que cada imóvel adquirido, ou cada certificado de dívida, seja fracionado digitalmente por meio da tecnologia blockchain, o que garante transparência, liquidez e rastreabilidade em todas as transações.

De acordo com Guimarães, a combinação entre tecnologia e ativos reais dolarizados torna o segmento um instrumento eficiente de diversificação e proteção patrimonial. “O cenário atual, com o dólar em leve enfraquecimento e tendência de queda dos juros nos Estados Unidos, amplia o apelo dessa tese. No médio e longo prazo, a soma da rentabilidade dos títulos e da valorização cambial pode ser extremamente atrativa”, afirma.

A empresa, que planeja lançar uma oferta pública no Brasil via plataforma de investimentos alternativos regulada pela CVM, também oferece consultoria completa a investidores, incluindo abertura de contas, estruturação de LLCs e assessoria fiscal. A proposta é simplificar o acesso a um mercado ainda pouco explorado fora dos EUA.

Para Guimarães, o diferencial da AXT está em sua estrutura integrada, que une especialistas em engenharia, blockchain e finanças descentralizadas. “Nosso modelo de atuação cobre todo o ciclo, da compra em leilão à reforma, locação e revenda, com uso intensivo de dados e inteligência artificial para mapear oportunidades em um mercado fragmentado”, diz o executivo.

A AXT Proptech se posiciona, assim, como uma das primeiras empresas a oferecer no Brasil um modelo tokenizado de investimento imobiliário nos Estados Unidos, combinando inovação tecnológica e segurança regulatória. “Estamos apenas no começo de uma transformação profunda na forma como se investe em ativos reais”, resume Guimarães.

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Sobre Ricardo Guimarães

Ricardo Guimarães é economista formado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e possui mais de 25 anos de experiência no mercado financeiro brasileiro. Foi sócio da XP Investimentos, da Hurst Capital e do Banco Inter, onde participou da criação de produtos estruturados e fundos imobiliários inovadores. Atualmente, é CEO da AXT Proptech, empresa de tecnologia com atuação nos Estados Unidos e foco na originação, gestão e tokenização de ativos imobiliários oriundos de Tax Liens e Tax Deeds.

Com sólida trajetória no mercado de capitais e profundo conhecimento em finanças tradicionais (TradFi) e finanças descentralizadas (DeFi), Guimarães lidera iniciativas que conectam investidores globais ao mercado imobiliário norte-americano por meio da tokenização de ativos reais (RWAs). Sua atuação tem como propósito democratizar o acesso a investimentos dolarizados, com segurança jurídica, eficiência operacional e impacto positivo nas comunidades locais.

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