Por Cláudio Lasso, empresário, contador e triatleta. defende que o empreendedor precisa ter a mesma capacidade de sustentação que um atleta tem em provas longas
Para muitos empreendedores, a dificuldade não está em abrir uma empresa, mas em sustentar o próprio ritmo de execução. A rotina, ignorada por grande parte dos profissionais que iniciam no mercado, é um dos principais fatores que determinam a continuidade — ou a quebra — de um negócio. É neste ponto que a experiência de Cláudio Lasso, empresário, contador e triatleta, se tornou referência.
Lasso passou por um processo profundo de reorganização pessoal e profissional. Com uma rotina diária que começa às 4h30 da manhã e inclui treinos de triathlon, gestão de empresas e alta demanda intelectual, ele defende que o empreendedor precisa ter a mesma capacidade de sustentação que um atleta tem em provas longas.
“Quando reorganizei meus ambientes, minha agenda e meu comportamento, tudo mudou. A disciplina que construí no esporte refletiu diretamente na forma como eu comando minhas empresas”, afirma.
Segundo ele, a energia do empreendedor é um indicador tão importante quanto caixa, margem ou faturamento. “Se o dono está fraco, a empresa está vulnerável. A empresa é uma extensão do comportamento de quem lidera.”
Rotina como ferramenta de comando
Na visão do contador, grande parte das dificuldades enfrentadas por quem empreende é consequência da falta de método. Ele listou quais:
– Ausência de rotina;
– Falta de controle financeiro básico;
– Execução inconsistente;
– Incapacidade de lidar com dias de pressão;
– Tomada de decisão emocional.
De acordo com Cláudio Lasso, o empreendedor sem preparo vira escravo da própria empresa. Falta energia, sobra confusão, e o operacional consome tudo.
“Quando você domina sua mente e seu corpo, você domina o seu negócio. O contrário também é verdadeiro: sem estrutura pessoal, não existe estrutura empresarial”, afirma.
Para quem está iniciando o empreendedor deu duas recomendações essenciais
1. Dominar o básico com constância
Para quem está começando, a base deve ser simples e aplicada todos os dias:
• rotina organizada;
• controle de caixa e impostos;
• monitoramento de custos;
• constância na execução.
Os negócios que crescem duram. Os que correm demais no início colapsam porque não têm base.
2. Entender que o empreendedor é o primeiro sistema da empresa
Antes de contratar equipe, buscar investidor ou escalar processos, o empreendedor precisa ajustar o próprio funcionamento.
Sono, foco, alimentação, ambientes e ritmo de trabalho são parte estruturante de qualquer negócio.
Empresas não falham por falta de oportunidade — falham porque o dono não aguenta o próprio ritmo necessário para fazê-la crescer.
Cláudio Lasso acredita que a rotina é o fator mais subestimado no empreendedorismo.
“A disciplina física expandiu minha performance profissional. Quando você treina para sustentar uma prova longa, você aprende a sustentar dias longos. Isso muda tudo.”
Para ele, a lógica é direta: “Quem domina seu tempo, domina seu negócio.”