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Carga chegou, mas não entra: impostos e burocracia são inimigos do importador brasileiro

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Com cobrança antecipada de tributos e entraves técnicos na liberação alfandegária, o Brasil impõe um custo operacional excessivo às empresas que decidem importar legalmente — especialmente no caso de produtos estratégicos como ímãs de neodímio.

Importar legalmente no Brasil ainda é, para muitas empresas, um exercício de resistência. Os desafios começam antes mesmo do desembarque da carga e seguem por uma trilha burocrática que inclui a exigência de pagamento antecipado de tributos, falhas no sistema de classificação fiscal e custos logísticos invisíveis que podem inviabilizar a operação.

A estrutura tributária, por si só, já compromete o capital de giro das empresas. Imposto de Importação (II), IPI, PIS, COFINS e ICMS precisam ser pagos antes mesmo de a carga ser comercializada. Em segmentos de alta rotatividade ou margens apertadas, isso pressiona o fluxo de caixa e reduz a capacidade de investimento em estoque ou inovação.

Para Rodolfo Midea, CEO da Fácil Negócio Importação, essa antecipação tributária representa um entrave à competitividade nacional. “Enquanto outros países criam regimes aduaneiros especiais ou diferem impostos para estimular a cadeia produtiva, o Brasil exige que o empresário pague tudo antecipadamente, mesmo sem saber se vai conseguir vender”, afirma.

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A situação se agrava quando se trata de insumos considerados estratégicos, como os ímãs de neodímio — componentes essenciais para a produção de motores elétricos, turbinas e equipamentos eletrônicos. O Brasil possui uma das maiores reservas de terras raras do mundo, mas ainda depende fortemente da importação desses elementos processados, sobretudo da China, que detém mais de 85% do mercado global.

Segundo estimativas da Agência Internacional de Energia (IEA), a demanda por terras raras tende a triplicar até 2030, impulsionada pela transição energética global. No entanto, o Brasil corre o risco de perder protagonismo nesse setor por gargalos internos que retardam o acesso à matéria-prima processada e elevam seu custo.

No caso da Fácil Negócio Importação, a tentativa de trazer um contêiner exclusivo de ímãs de neodímio segue travada há semanas. “Por conta de uma divergência na descrição do produto no sistema da Receita, a carga está parada, gerando custos diários de armazenagem e demurrage. Um erro técnico que, em muitos países, seria resolvido em horas, aqui leva dias ou até semanas”, relata Midea.

Esses custos “invisíveis” — armazenagem prolongada, honorários de despachantes, retrabalho documental, demurrage e reclassificações — podem representar até 30% do valor total da operação. Um estudo recente da CNI (Confederação Nacional da Indústria) apontou que 51% das empresas que importam com frequência enfrentam atrasos ou retenções na alfândega por falhas administrativas ou operacionais.

Enquanto isso, o mundo avança. A União Europeia, por exemplo, aprovou em 2024 o Critical Raw Materials Act, criando incentivos fiscais e logísticos para garantir o acesso a minerais estratégicos, como o neodímio. Nos Estados Unidos, a administração Biden destinou US$ 800 milhões para reindustrializar a cadeia de terras raras e reduzir a dependência da China. O Brasil, embora tenha protagonismo geológico, segue sem uma política integrada de fomento à importação ou à industrialização local desses insumos.

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“Se continuarmos tratando o importador como culpado até que se prove o contrário, vamos seguir como exportadores de minério bruto e importadores de tecnologia pronta, pagando o dobro por produtos que poderíamos fabricar aqui”, diz Midea.

Para o executivo, a saída passa por um tripé: revisão tributária, automatização dos processos alfandegários e estímulo à cadeia produtiva nacional. “Precisamos transformar o ambiente de negócios em um espaço de previsibilidade, eficiência e segurança jurídica. O Brasil não pode perder a corrida das tecnologias limpas por falta de pragmatismo administrativo”, conclui.

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Negócios

Procura por seguros de automóveis recua 4% em agosto

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Levantamento feito pela Neurotech revela o impacto do número menor de dias úteis no mês

A demanda do mercado brasileiro de seguros de automóveis teve queda de 4,19% em agosto, em relação ao mês de julho. Na comparação anual, contra agosto de 2024, o recuo foi de 7,34%. Os dados são do Índice Neurotech de Demanda por Seguros (INDS), que mede mensalmente o comportamento e o volume das consultas na plataforma da Neurotech, empresa pioneira em soluções de inteligência artificial aplicadas a seguros e crédito.

Este cenário tem reflexo direto do mercado de veículos novos que, segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), apresentou retração de 6,74% no número de emplacamentos em agosto ante julho, considerando autos e comerciais leves. Contra agosto do ano passado, a queda nos registros de veículos novos dessas categorias caiu 4%.

Daniel Gusson, head comercial de Seguros da Neurotech, lembra que o mês de agosto teve menos dias úteis (21) em relação ao mês anterior (23), o que impacta consideravelmente o Índice. “Justamente pelas boas perspectivas da Fenabrave para o restante do ano e o aquecimento recente do mercado de veículos novos, esses dois dias a menos fazem muita diferença quando realizamos a comparação. Ainda assim, a projeção de crescimento do mercado ao final de 2025 se mantém acima de 5%, o que é um ótimo sinal para as seguradoras.

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Ainda sobre os dados da Fenabrave, foi observado que as vendas no varejo tiveram uma queda de 9% em agosto comparado com julho do mesmo ano, enquanto as vendas diretas (Frotistas e Locadoras) tiveram um crescimento de 1,7% nos emplacamentos de veículos novos.

Financiamentos recuam

Dados do SNG (Sistema Nacional de Gravames) divulgados pela B3 também mostram leve queda nos financiamentos de veículos. Considerando apenas autos e comerciais leves, tanto novos quanto usados, no mês de agosto houve recuo de 4,5% na comparação anual e de 5,6% contra julho deste ano. Foram cerca de 427  mil unidades financiadas.

Informações do Mercado de Seguros

Dados disponíveis no site  da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) demonstram que o mercado de seguros no Ramo de Automóvel gerou R$28,8 bilhões de prêmio emitido entre os meses de janeiro a junho de 2025 com crescimento de 5,8% em relação ao ano passado, que foi de R$27,2 bilhões. A sinistralidade melhorou, saindo de 59,9% no ano anterior para 59,7% no mesmo período analisado.

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Sobre o INDS

O Índice Neurotech de Demanda por Seguros (INDS) abrange o universo das principais seguradoras brasileiras e mensura o apetite do brasileiro a assegurar o seu automóvel. Nem todas as milhões de consultas mensais registradas se transformam em apólices contratadas, pois o processo depende de fatores como o perfil da pessoa que está fazendo a solicitação, o apetite ao risco da seguradora e se há ou não indícios de fraude.

Sobre a Neurotech

A Neurotech é uma empresa B3 especialista na criação de soluções avançadas de Inteligência Artificial, Machine Learning e Big Data que transformam um mundo de dados dispersos em informações relevantes para que as empresas obtenham resultados expressivos, prevendo novas oportunidades de negócios. Com uma bagagem de mais de 20 anos e expertise em Inteligência Artificial, Analytics e Ciência de Dados, a Neurotech já implantou mais de 1.000 soluções que ajudaram gestores e empresas a transformarem dados em melhores decisões nos mercados de crédito, varejo, seguros, financeiro, saúde e telecom.

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Negócios

Com R$ 25 mi em 2024 e Top 50 Hotmart, Vitor Esprega avança como referência em educação e marketing digital

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CEO da Pandora Educação, Vitor Esprega atende três perfis em alta demanda: quem quer começar um negócio, quem já começou e precisa de direção, e quem quer escalar com método e lucro. A estratégia vem ancorada por resultados recentes: R$ 25 milhões em faturamento em 2024 e inclusão da Pandora Educação entre as Top 50 maiores empresas de marketing digital do mundo pela Hotmart (2024).

Com atuação que combina negócios e marketing digital com disciplina e performance, Esprega sustenta uma proposta pragmática: estrutura antes de escala, execução como diferencial competitivo e lucro como métrica central. O foco é destravar iniciantes e acelerar operadores já em atividade, conectando estratégia de produto, tração comercial e maturidade de gestão.

A Pandora Educação reúne frentes de educação, marketing digital, treinamentos corporativos, palestras e editora. Em 2024, além do faturamento, a presença no ranking global da Hotmart consolidou a empresa no radar internacional do setor, destacando a operação brasileira pelo desempenho e consistência.

Professor de Psicanálise e Teologia e pós-graduado em Neurociência, Vitor traduz linguagem técnica em rotinas aplicáveis de decisão estratégica, marketing e gestão — base da sua agenda como palestrante e mentor estratégico de negócios.

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Entre os temas mais demandados estão:
– Começar e validar: do zero ao primeiro ciclo de vendas com clareza e baixo risco.
– Escalar com método: produto, oferta, funil e operação orientados a lucro.
– Disciplina que imprime resultado: rotina, energia e foco a serviço do caixa.
– Marketing digital sem misticismo: do posicionamento à conversão mensurável.

Vitor Esprega atua como palestrante e mentor estratégico de negócios auxiliando empresários, C-levels e líderes a terem uma visão mais ampla do mercado e lógicas de decisões mais rápidas e efetivas que podem fazer grande diferença no mundo dos negócios.

(Fotos: Divulgação)

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Comunicação no Brasil vive fase de transição, diz CEO da HI Assessoria

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O mercado brasileiro de comunicação corporativa movimentou cerca de R$ 5,3 bilhões em 2024, segundo o Anuário da Comunicação Corporativa. O dado confirma a expansão de um setor que enfrenta o desafio de se adaptar a um ambiente em que imprensa, redes sociais e imagem institucional precisam atuar de forma integrada.

Para Isadora Oliveira, CEO da HI Assessoria, a comunicação segmentada deixou de atender às novas demandas. “Quando a narrativa de uma instituição aparece diferente na imprensa e nas redes sociais, a credibilidade é comprometida. Hoje, reputação precisa ser construída de forma coerente em todos os canais”, afirma.

Fundada em 2022, a HI Assessoria surgiu em São Paulo com essa proposta de integração. Em pouco tempo, a agência passou a desenvolver projetos também no exterior, incluindo iniciativas na Coreia do Sul e nos Emirados Árabes Unidos. O movimento acompanha a tendência de agências brasileiras de médio porte que buscam inserir seus modelos de atuação em mercados globais.

Analistas apontam que trajetórias como a de Isadora Oliveira simbolizam uma mudança geracional no setor. Se antes a comunicação se limitava à divulgação, hoje ganha contornos de gestão de reputação, em um ambiente marcado pela fragmentação da informação e pela disputa pela atenção pública.

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