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Alternativas sustentáveis e eficientes na indústria calçadista: adesivos à base de água

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*Eduardo Blos

A produção de calçados envolve diversas etapas de montagem que exigem o uso de adesivos para unir partes como solas, cabedais e palmilhas. Historicamente, esses adesivos eram compostos por solventes químicos que, apesar de eficientes, apresentavam riscos significativos para o meio ambiente e para a saúde dos trabalhadores.

Nos últimos anos, no entanto, a indústria calçadista tem investido fortemente em adesivos à base de água como uma alternativa mais segura e sustentável. Esta inovação não só reduz o impacto ambiental, como também melhora as condições de trabalho e garante a qualidade dos produtos.

A necessidade de minimizar esses efeitos adversos e atender a uma demanda por práticas mais sustentáveis impulsionou a transição para adesivos à base de água. Estes adesivos utilizam a água como solvente principal, em vez de compostos orgânicos, e oferecem benefícios que vão desde a redução das emissões até a facilidade de manuseio e aplicação.

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O Funcionamento dos adesivos à base de água

Os adesivos à base de água são formulados com polímeros dispersos em água, como o poliuretano e o acrílico, que mantêm a força de colagem necessária para a montagem dos calçados. Ao serem aplicados, a água evapora e os polímeros formam uma película adesiva que une as partes. Embora sejam mais amigáveis ao meio ambiente, esses adesivos ainda precisam atender aos critérios de desempenho exigidos pela indústria, como resistência, flexibilidade e durabilidade.

Essas formulações têm sido aprimoradas para suportar diferentes condições de uso, garantindo que o adesivo se mantenha eficaz mesmo em calçados sujeitos a grandes esforços, como os modelos esportivos e de segurança. Assim, os adesivos à base de água se tornam uma alternativa viável para uma ampla variedade de produtos, desde calçados casuais e sociais até tênis de alta performance.

Vantagens dos adesivos à base de água

  1. Redução da Emissão de VOCs: Uma das principais vantagens dos adesivos à base de água é a redução dos compostos orgânicos voláteis (VOCs), que contribuem para a poluição do ar e afetam negativamente a saúde dos trabalhadores. A diminuição das emissões melhora a qualidade do ambiente de trabalho e contribui para o cumprimento de normas ambientais rigorosas.
  2. Segurança para os Trabalhadores: Os adesivos tradicionais apresentam riscos à saúde, como irritações respiratórias e dermatológicas. Os adesivos à base de água, por não conterem solventes tóxicos, são muito mais seguros para os operadores, reduzindo o risco de doenças ocupacionais e acidentes em fábricas.
  3. Conformidade com Normas Ambientais e Certificações: Com as regulamentações ambientais cada vez mais rígidas, empresas que utilizam adesivos à base de água encontram mais facilidade em cumprir as exigências de órgãos reguladores e em obter certificações de sustentabilidade, como a ISO 14001. Além disso, o uso desses adesivos melhora a imagem da empresa frente aos consumidores e investidores conscientes.
  4. Redução de Resíduos e Melhor Armazenamento: Adesivos à base de água são menos voláteis e não exigem equipamentos de segurança tão rigorosos, reduzindo também o risco de vazamentos e a necessidade de controles especiais para armazenamento e transporte. Além disso, sua vida útil e estabilidade são geralmente maiores, o que evita desperdício de material.

Qualidade e Desempenho: Os adesivos à base de água têm apresentado resultados satisfatórios em termos de durabilidade e resistência, além de serem flexíveis, permitindo que o calçado suporte movimentos e cargas variadas sem comprometer a aderência das partes coladas. Hoje, a evolução das formulações permite que esses adesivos desempenhem de forma similar ou superior aos à base de solventes em diversas aplicações.

Desafios na Implementação de Adesivos à Base de Água

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Embora apresentem diversos benefícios, a transição para adesivos à base de água também traz alguns desafios para a indústria calçadista:

  • Tempo de Secagem: Em alguns casos, o tempo de secagem dos adesivos à base de água pode ser mais longo em comparação aos adesivos à base de solvente. Isso pode exigir ajustes no fluxo de produção para evitar atrasos e manter a eficiência da linha de montagem.
  • Adaptação de Equipamentos e Processos: A utilização de adesivos à base de água pode requerer ajustes nos equipamentos de aplicação e treinamento da equipe. Além disso, pode haver necessidade de controle da umidade e temperatura do ambiente para garantir a adesão adequada.
  • Resistência à Umidade: Embora os adesivos à base de água ofereçam boa resistência, algumas formulações ainda podem ser mais vulneráveis em ambientes excessivamente úmidos. No entanto, avanços constantes nas formulações estão superando essas limitações, permitindo que esses adesivos sejam utilizados em uma gama crescente de aplicações.

Casos de Sucesso na Indústria

Enquanto Diretor Industrial da Calcados Bottero SA, liderei a migração do uso de adesivos tradicionais a base de solvente para adesivos a Base de Água em toda a planta industrial.

Em um trabalho conjunto com duas das maiores fabricantes de adesivos da America, Artecola Quimica e Amazonas, conseguimos realmente transformar o processo de colagem na indústria calçadista.

Depois de inúmeros testes e análises, ajustando a cada etapa formulações químicas e processo de fabricação, conseguimos com êxito substituir todos os adesivos da empresa por adesivos a base de água, eliminando do ambiente VOCs (compostos orgânicos voláteis) e reduzindo o carbono na cadeia produtiva.

Realizamos o que parecia impossível, utilizar adesivos a base de água mantendo a eficiência de colagem, fazendo com que estes adesivos fossem amplamente difundidos em todas as indústrias calçadistas, indústria muito criticada pelo atraso na adequação de práticas mais sustentáveis.

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Adidas e Puma, fabricantes de produtos esportivos de alta performance, também utilizam hoje adesivos a base de água em seus produtos.

Perspectivas Futuras

O desenvolvimento de adesivos à base de água está em constante evolução, e a expectativa é que sua utilização se expanda para uma parcela ainda maior da produção de calçados. À medida que as formulações se tornam mais avançadas, espera-se que os adesivos à base de água superem os adesivos convencionais em todos os aspectos, incluindo o desempenho sob condições extremas.

A inovação nesse campo também abre portas para a criação de adesivos compostáveis, que poderiam ser aplicados em calçados feitos inteiramente de materiais biodegradáveis. Essas iniciativas alinham-se ao movimento global em direção à economia circular, onde os produtos são concebidos para serem reciclados ou retornar ao ciclo natural após o uso.

Conclusão

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Os adesivos à base de água representam uma revolução silenciosa, mas extremamente importante na indústria calçadista, trazendo um impacto positivo tanto para o meio ambiente quanto para as condições de trabalho dos funcionários. A transição para esses adesivos é um passo significativo em direção a uma indústria mais sustentável, capaz de atender à crescente demanda por produtos eco-friendly e de alta qualidade.

Ao investir em adesivos à base de água, a indústria calçadista não só reduz sua pegada ambiental, mas também fortalece sua imagem perante consumidores conscientes. Assim, os adesivos à base de água são mais do que uma inovação técnica: são um compromisso com um futuro mais verde, seguro e sustentável.

Sobre Eduardo Blos

O especialista trabalhou por mais de três décadas na área industrial, com foco no setor de manufatura de calçados no Brasil, em grandes empresas do mercado nacional e exportador. Essa experiencia permitiu que ele se envolvesse em projetos com diversos tipos de calçados e materiais, além de desenvolver uma sólida trajetória na liderança de equipes. Essa vivência prática, somada à formação acadêmica em Engenharia de Produção e ao Mestrado em Administração, resultou em uma qualificação robusta, que agora é direcionada para empreender e suprir uma lacuna de conhecimento no mercado dos Estados Unidos.

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Negócios

Patrícia Almeida: A trajetória da mineira que transformou a produção de lingerie em um exemplo de empreendedorismo de sucesso

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Com uma produção que supera 80 mil peças por mês, a Patrícia Almeida Lingerie consolidou-se como uma das mais expressivas indústrias de moda íntima em Minas Gerais, elevando sua fundadora, Patrícia Almeida, à condição de referência nacional no empreendedorismo feminino. À frente da marca há quase 20 anos, Patrícia transformou sua história pessoal em um negócio de alto impacto, combinando escala produtiva com um forte propósito social.

O início de sua trajetória empreendedora foi precoce: aos 14 anos, Patrícia deu os primeiros passos em direção a uma carreira que viria a se tornar notável. Desde então, desenvolveu uma visão estratégica que equilibra produção em larga escala com preços acessíveis, oferecendo conjuntos a partir de R$ 29,90. Esse modelo permitiu à marca estruturar-se com base em um sistema de revenda que possibilita a mulheres, majoritariamente oriundas de classes populares, iniciarem seu próprio negócio com um investimento inicial acessível, de aproximadamente R$ 500.

Este formato de operação criou um ciclo virtuoso, ampliando a presença da marca, fortalecendo a rede de revendedoras e, ao mesmo tempo, gerando um impacto social expressivo, sobretudo em regiões onde o acesso a empregos formais é mais restrito. De acordo com a empresa, muitas das revendedoras conquistaram não apenas a autonomia financeira, mas também realizaram sonhos importantes, como a compra da casa própria ou de um veículo.

Além do expressivo volume de produção, a Patrícia Almeida Lingerie se diferencia pelo investimento contínuo na capacitação de suas revendedoras e pelo estímulo ao empreendedorismo feminino. O negócio ultrapassou a função tradicional de apenas fornecer produtos, transformando-se em uma verdadeira plataforma de transformação social e econômica, principalmente para mulheres em busca de alternativas à informalidade ou aos empregos de baixa remuneração.

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A estrutura produtiva da empresa é marcada pela eficiência, ancorada em um rigoroso padrão de qualidade e na competitividade dos preços. Esse equilíbrio entre custo e valor percebido permite à marca manter-se atrativa, tanto para suas revendedoras quanto para o consumidor final, o que se reflete na ampliação constante de sua participação no mercado de moda íntima.

Para Patrícia Almeida, o crescimento da marca é resultado direto da união entre visão estratégica, uma cultura organizacional sólida e valores pessoais que orientam sua atuação. “O sucesso é construído em equipe”, destaca a empresária, reconhecendo o papel essencial desempenhado por colaboradores e parceiros no desenvolvimento e fortalecimento da marca.

A trajetória da Patrícia Almeida Lingerie é, hoje, um exemplo emblemático de como um modelo empresarial pode integrar eficiência produtiva, inteligência comercial e impacto social — características cada vez mais valorizadas no contexto atual dos negócios. O caso também reforça a importância das micro e pequenas indústrias como agentes fundamentais na dinamização econômica, especialmente em setores como o da moda, que tradicionalmente acolhem um grande número de trabalhadores e empreendedores informais.

Com uma operação consolidada e planos de expansão, a Patrícia Almeida Lingerie se projeta como um case inspirador para quem busca compreender como negócios regionais podem alcançar escala e relevância nacional, baseando-se em modelos de baixo custo, foco em nichos específicos e, acima de tudo, na valorização do capital humano.

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Lion Minerals marca presença em celebração da independência de Angola com enfoque em diplomacia econômica e integração internacional

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A celebração do Dia da Independência da República de Angola, realizada em cerimônia solene com a presença de autoridades internacionais, consolidou-se como um marco diplomático e estratégico na promoção do diálogo entre continentes. O evento, além de homenagear a trajetória de soberania angolana, destacou-se como espaço de articulação entre governos, representantes do setor privado e instituições multilaterais.

Com delegações vindas de países da África, Europa, América Latina e Oriente Médio, a ocasião evidenciou o papel crescente de Angola como interlocutora geopolítica e econômica, especialmente no contexto da cooperação Sul-Sul e da atração de investimentos estruturantes para o continente. Em um momento histórico para as relações multilaterais, a celebração serviu como vitrine do compromisso angolano com a estabilidade regional e com a integração internacional.

Entre os convidados de destaque esteve Manoel Neto, representante da Lion Minerals, empresário brasileiro radicado nos Emirados Árabes Unidos, que participou da cerimônia a convite oficial. Sua presença simbolizou a consolidação de esforços voltados à construção de laços estratégicos entre o Brasil, os países do Golfo (GCC) e o continente africano, com especial atenção ao desenvolvimento sustentável, à diplomacia econômica e à integração de cadeias produtivas no setor mineral.

“Trata-se de um momento simbólico e, ao mesmo tempo, concreto para o fortalecimento de relações históricas entre povos irmãos. É também uma oportunidade de projetar novas formas de cooperação que respeitem as realidades locais e estimulem o progresso mútuo”, afirmou Neto, ao comentar os diálogos estabelecidos durante o evento.

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A participação da Lion Minerals reforça seu posicionamento como agente ativo na intermediação de conexões internacionais que vão além do campo econômico, abrangendo também valores de soberania, inclusão produtiva e responsabilidade social. Com uma atuação fundamentada na ética empresarial e no respeito aos territórios em que opera, a companhia vem ampliando sua presença institucional em fóruns de diálogo estratégico entre América Latina, África e Golfo Árabe.

A celebração da independência angolana, nesse contexto, superou o caráter comemorativo e assumiu-se como plataforma concreta de convergência entre interesses nacionais e visões globais de desenvolvimento, apontando para um futuro de cooperação transversal e sustentável entre os países envolvidos.

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Por que grandes nomes da arquitetura escolhem trabalhar sempre com as mesmas construtoras?

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Parcerias duradouras entre arquitetos e construtoras revelam a importância da confiança e da excelência técnica no mercado de alto padrão

Em um mercado em que a estética, o tempo e a precisão custam caro, a confiança se tornou uma das moedas mais valiosas. No segmento da construção civil de alto padrão, não é raro ver arquitetos renomados trabalhando, repetidamente, com as mesmas construtoras. Essa escolha não se baseia apenas na familiaridade, mas sim em um alinhamento profundo de valores, excelência técnica e histórico de entregas impecáveis.

“Quando um arquiteto volta a trabalhar com a gente, o que ele busca não é só a memória do que foi entregue, mas a segurança de todo o processo”, afirma Celso Zaffarani, CEO da Zaffarani Construtora, especializada em empreendimentos de luxo. “Eles sabem que vamos respeitar cada detalhe do projeto, propor soluções que valorizem a estética e garantir que o padrão de execução esteja à altura da assinatura que está ali na planta.”

Esse tipo de relação vai muito além de contratos formais. Trata-se de uma sinergia construída projeto após projeto, com base em diálogo transparente, previsibilidade orçamentária e, principalmente, respeito à criatividade do arquiteto. E isso tem impacto direto na produtividade e na qualidade final da obra.

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A parceria como estratégia de eficiência

Estudos internacionais já comprovam que o trabalho colaborativo entre arquitetos e executores pode ser determinante para o sucesso de um projeto. Segundo dados da American Institute of Architects (AIA), 88% dos arquitetos acreditam que a construção de relações duradouras com fornecedores e executores é fundamental para a excelência dos resultados. Em métodos de entrega integrados, como o Design-Build e Integrated Project Delivery, os projetos são concluídos, em média, 33,5% mais rápido e com 6,1% de custo unitário menor, segundo levantamento da DBIA (Design-Build Institute of America).

Embora essas metodologias sejam mais comuns nos Estados Unidos, o raciocínio é perfeitamente aplicável ao contexto brasileiro: quando construtora e arquiteto já possuem uma linguagem comum, decisões são tomadas com mais agilidade, retrabalhos são evitados e soluções técnicas são antecipadas. “Com parceiros frequentes, conseguimos entender rapidamente o que cada arquiteto prioriza. Isso encurta caminhos e eleva o padrão da entrega”, pontua Zaffarani.

Um mercado exigente, que não tolera falhas

O setor imobiliário brasileiro movimentou cerca de US$ 150 bilhões em 2024, segundo relatório da Market Research Future, e deve ultrapassar US$ 210 bilhões até 2033, com crescimento médio de 4% ao ano. Trata-se de um mercado altamente competitivo — e no segmento premium, onde atuam as construtoras de excelência, o nível de exigência é ainda maior.

“Hoje, executamos obras com peças sob medida vindas da Europa, iluminação assinada por designers asiáticos e revestimentos italianos. Isso só é viável com um nível altíssimo de controle técnico e logístico, algo que só se conquista com planejamento conjunto e uma relação muito próxima com o arquiteto”, explica Zaffarani.

A cadeia de fornecimento, já afetada por questões cambiais e tributárias — no Brasil, a carga sobre produtos importados pode elevar o custo em até 150% — exige um nível de precisão que não permite improviso. “Um arquiteto que coloca seu nome em um projeto precisa da garantia de que sua obra não será comprometida por falhas na execução. E nós, como construtores, também protegemos nossa reputação em cada metro quadrado que entregamos.”

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A confiança como ativo de valor

Quando um arquiteto decide trabalhar novamente com uma construtora, ele está, na prática, fazendo um endosso profissional. Essa parceria constante comunica ao mercado — e ao cliente final — que aquele projeto está em boas mãos. É um selo de confiança, que tem valor simbólico e também comercial.

“No segmento em que atuamos, o cliente compra mais do que um imóvel: ele compra a experiência, o detalhe, a exclusividade. Isso só é possível quando toda a cadeia trabalha em harmonia”, reforça Zaffarani. “É por isso que nossos parceiros nos acompanham em diferentes empreendimentos, porque sabem que vamos entregar o projeto como ele foi sonhado.”

E isso não vale apenas para projetos luxuosos. Em qualquer segmento, uma obra bem executada começa antes mesmo da primeira escavação — começa com o entendimento mútuo entre quem idealiza e quem realiza. “A arquitetura dá forma ao desejo. A construção precisa dar forma à realidade. Quando essas duas forças caminham juntas, o resultado não pode ser outro senão excelência.”

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