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Governança corporativa é o alicerce invisível da inovação sustentável

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Por Roberto Gonzalez (*)

Em tempos em que a inovação é tratada como sinônimo de sobrevivência empresarial, o discurso do “inovar a qualquer custo” ainda encanta muitos executivos. No entanto, a história recente mostra que as empresas que mais se destacam em inovação, ou seja, aquelas capazes de transformar ideias em resultados consistentes, têm algo em comum: uma governança corporativa sólida, que garante direção, transparência e disciplina estratégica.

A inovação, ao contrário do que muitos imaginam, não é apenas fruto da criatividade ou da ousadia de poucos. É um processo que exige estrutura, compliance, accountability e gestão de riscos. Sem esses pilares, as boas ideias se perdem em projetos mal executados, decisões arbitrárias e falta de alinhamento entre propósito e prática. É justamente aí que a governança corporativa atua como fator de equilíbrio entre liberdade criativa e responsabilidade organizacional.

Empresas inovadoras são, por natureza, mais expostas ao risco. Lançar um novo produto, ou até uma nova forma de prestar serviço, adotar uma tecnologia emergente ou alterar o modelo de negócios envolve incertezas que podem comprometer a reputação, a rentabilidade e a sustentabilidade da organização.

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Um bom sistema de governança, com conselhos atuantes, comitê que debata inovação e políticas de compliance integradas, cria um ambiente de experimentação responsável.

Essa estrutura define limites claros, critérios de priorização e métricas de sucesso, sem sufocar a criatividade. Além disso, permite que a inovação seja tratada como investimento estratégico e não como gasto experimental, garantindo continuidade mesmo em períodos de instabilidade.

A governança também é essencial para alinhar interesses entre os diferentes stakeholders (públicos estratégicos): acionistas, gestores, profissionais, governo, comunidade e a sociedade em geral. Afinal, em tempos de ESG, a inovação não pode ser apenas tecnológica; precisa ser ética, sustentável e transparente.

Quando uma empresa comunica de forma clara suas metas de inovação, critérios de investimento e resultados alcançados, ela fortalece a confiança do mercado e atrai parceiros estratégicos, talentos e investidores de longo prazo. O oposto, uma inovação opaca e mal gerida, tende a gerar desconfiança, volatilidade e resistência interna.

Outro ponto muitas vezes negligenciado é que a governança influencia a cultura organizacional. Conselhos e lideranças que valorizam boas práticas de governança incentivam comportamentos inovadores mais maduros, baseados em dados, propósito e aprendizado contínuo. Em vez de premiar apenas a disrupção, valorizam a capacidade de aprender com erros, compartilhar conhecimento e institucionalizar processos de inovação. Essa cultura “governada” garante que a empresa não dependa de indivíduos visionários, mas de um sistema capaz de se reinventar de forma contínua.

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Casos emblemáticos de sucesso, como os de empresas que transformaram setores inteiros por meio de inovação disciplinada, mostram que governança e inovação não são forças opostas, mas complementares. A ausência de governança leva à inovação caótica, enquanto a governança excessivamente burocrática leva à estagnação. O equilíbrio entre ambos é o que permite criar valor sustentável.

Ao reconhecer a governança corporativa como o alicerce invisível da inovação, as organizações deixam de tratá-la como mera exigência regulatória e passam a enxergá-la como vantagem competitiva. Afinal, inovar com responsabilidade é o único caminho possível para construir empresas que não apenas surpreendem o mercado, mas também permanecem relevantes no longo prazo.

(*) Roberto Gonzalez é consultor de governança corporativa e ESG e conselheiro independente de empresas. Foi um dos idealizadores do ISE – Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3. Conquistou o prêmio ABAMEC em 2004 defendendo o ESG na Análise Fundamentalista. É autor do livro “Governança Corporativa – o poder de transformação das empresas”.

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Negócios

Cinco aplicações práticas de IA em setores estratégicos

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(crédito: rawpixel/freepik)

Como a inteligência artificial deixa de ser experimento e assume o papel de motor estratégico da eficiência, competitividade e previsibilidade nos negócios

A inteligência artificial deixou de ser apenas uma ferramenta tecnológica para se tornar um pilar estratégico dos negócios modernos. Cada vez mais acessível e sofisticada, ela vem transformando a forma como empresas de diferentes setores tomam decisões, otimizam recursos e interagem com clientes. De varejo a manufatura, de finanças a logística, a IA está moldando uma nova era de eficiência, personalização e previsibilidade.

A IA representa uma mudança de paradigma na gestão empresarial: decisões antes baseadas em intuição agora se apoiam em modelos preditivos e análises explicativas. Essa combinação entre dados, aprendizado de máquina e automação tem impulsionado ganhos expressivos de produtividade e competitividade. Segundo Carlos Relvas, Chief Data Scientist da Datarisk, a inteligência artificial é mais do que uma tecnologia. “Trata-se de uma estratégia de negócios, pois permite decisões mais precisas, ágeis e personalizadas que ajudam as empresas a se posicionarem de forma competitiva em mercados cada vez mais dinâmicos e exigentes.”

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A seguir, cinco áreas em que o impacto da inteligência artificial é mais evidente:

1. Varejo: previsibilidade e eficiência operacional

No varejo, a IA está revolucionando o planejamento de estoque, o relacionamento com o consumidor e a logística. Modelos preditivos ajudam a antecipar riscos de ruptura, ajustando automaticamente os volumes de reposição com base em dados de vendas, sazonalidade, preços e transporte.

A Suzano exemplifica o impacto da IA no varejo. Em parceria com a Datarisk, a empresa reduziu em 50% as rupturas de estoque no canal de papelarias, utilizando modelos de Machine Learning para prever riscos de indisponibilidade com base em dados de vendas, demanda, preços e logística.

Além da gestão de estoque, a IA é aplicada na personalização de ofertas, otimização da comunicação com o consumidor e automação do atendimento. Os sistemas recomendam produtos e promoções em tempo real, com base em perfis de compra e localização, aumentando a conversão e fidelização. A automação também melhora a logística de última milha, reduzindo custos e prazos de entrega.

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2. Mercado financeiro: retenção e crédito com inteligência

No setor financeiro, já existem soluções para prever churn e reduzir a inadimplência. Utilizando modelos preditivos e análise explicativa com a metodologia SHAP (SHapley Additive exPlanations) – ferramenta que mostra quais fatores influenciaram a decisão de um sistema de inteligência artificial, ajudando a entender como ele chegou ao resultado – , a empresa identifica clientes com alta propensão à evasão com até três meses de antecedência, permitindo ações personalizadas de retenção. “Os scores proprietários avaliam desde a estimativa de renda até o risco de crédito para pessoas físicas e jurídicas, além da estabilidade empregatícia e probabilidade de apostas em plataformas digitais. Essas soluções têm ajudado instituições financeiras a tomar decisões mais assertivas e reduzir perdas”, afirma Relvas.

3. Logística: decisões ágeis e redução de gargalos

Na logística, a IA atua na roteirização inteligente, previsão de demanda e gestão de frotas. Os modelos analisam variáveis como tráfego, capacidade de centros de distribuição e comportamento de consumo para otimizar rotas e evitar gargalos operacionais.

A integração das soluções à infraestrutura dos clientes transforma previsões em ações concretas, como definição de volumes ideais de pedido, estimativas de estoque em tempo real e planejamento de atuação de promotores. O resultado é maior disponibilidade de produtos, redução de custos e aumento da satisfação do consumidor.

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4. Manufatura: produção inteligente e manutenção preditiva

Na indústria, a IA está sendo aplicada para otimizar processos produtivos, prever falhas e aumentar a eficiência operacional. “Já existem modelos que analisam dados de sensores e sistemas MES (software que monitora e controla em tempo real as atividades do chão de fábrica) para antecipar problemas, ajustar parâmetros em tempo real e automatizar o controle de qualidade”, lembra o executivo.

Combinada à visão computacional, a IA permite inspeções automatizadas com precisão superior à humana. Além disso, a integração com plataformas como Azure OpenAI e Google Vertex AI garante segurança e governança no uso de IA generativa em ambientes industriais.

5. Serviços: experiência do cliente e automação inteligente

No setor de serviços, a aplicação da IA melhora a experiência do cliente, reduz o tempo de atendimento e aumenta a assertividade nas interações. Um exemplo é o Reclame AQUI, onde a IA reduziu o esforço de moderação e acelerou a resolução de conflitos.

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A solução da Datarisk conta ainda com agentes inteligentes para atendimento, análise de documentos e classificação de dados, além de soluções para previsão de demanda, análise de sentimentos e mapeamento da jornada do cliente.

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Evento no Itaim promove experiência de compra e fortalecimento de marcas independentes

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O Point Shop realiza sua terceira edição no Itaim Bibi reunindo expositores, patrocinadores e famílias em um evento especial de compras de Natal.

O Itaim Bibi recebe, no dia 30 de novembro, a 3ª edição do O Point Shop, evento criado para aproximar o público de marcas independentes e oferecer uma experiência de compra mais humana, afetiva e divertida — bem diferente da rotina apressada do e-commerce. A feira acontece no Horácio Bar e Cucina, na Av. Horácio Lafer, 533, e reunirá um mix de marcas autorais, almoço no local, recreação infantil gratuita e ativações especiais de patrocinadores.

Idealizado por Paula Barone, o evento nasceu da vontade de criar um espaço onde pequenos empreendedores pudessem mostrar seus produtos ao vivo e gerar conexão real com o consumidor. “As pessoas amam comprar na internet, mas nada substitui ver, tocar, experimentar e conversar com quem criou aquela peça. A relação muda completamente e as vendas também”, afirma Paula.

Com edição dedicada ao Natal, o O Point Shop aposta em curadoria e clima acolhedor para quem quer antecipar as compras de fim de ano e descobrir novos talentos criativos da cidade. O público encontrará marcas de moda feminina, acessórios, moda infantil, itens para casa, autocuidado e confeitaria, todas selecionadas para evitar concorrência direta e garantir variedade.

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Para tornar o evento ainda mais convidativo, o Horácio Bar e Cucina preparou uma experiência completa: ambiente pet friendly, ar-condicionado, valet e um cardápio variado que inclui massas, saladas, carnes, risotos e pratos infantis. O espaço foi dividido em três ambientes, permitindo que as famílias almocem com tranquilidade enquanto circulam entre as marcas.

As crianças também terão lugar especial. A programação inclui recreação infantil gratuita com monitores ao longo do dia. Para Paula, essa é uma das chaves para transformar o evento em um programa de fim de semana, não apenas uma feira de compras. “O O Point Shop é para ser leve, gostoso, aconchegante. A ideia é que mães, pais e amigos venham juntos, almoçem, circulem, conversem e descubram marcas incríveis sem pressa.”

Além dos expositores, patrocinadores estarão presentes com ativações, demonstrações e experiências exclusivas, aproximando ainda mais o público de marcas de serviços e produtos que desejam apresentar novidades.

“Criamos um ponto de encontro para quem ama marcas independentes e quer viver um dia diferente. Nosso objetivo é que cada pessoa saia com algo especial: seja uma compra, uma descoberta, um presente ou apenas um momento de bem-estar”, completa Paula.

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SERVIÇO

O Point Shop – 3ª edição
Domingo, 30 de novembro
10h às 18h
Horácio Bar e Cucina – Av. Horácio Lafer, 533 – Itaim Bibi
Atividade infantil gratuita
Pet friendly

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Mobilidade urbana: 5 curiosidades sobre o ônibus no Brasil que você (provavelmente) não sabia

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Meio de transporte desempenha papel central na mobilidade brasileira, e nem sempre paramos para conhecer sua história, importância ambiental e as inovações tecnológicas que o cercam

O ônibus é o principal meio de transporte público coletivo do Brasil. Mesmo assim, de acordo com a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), em 2018 o uso do transporte individual (carro e motocicleta) já havia ultrapassado o uso do transporte coletivo no país, representando 30,3% e 24% das viagens, respectivamente. Esse é um fato preocupante porque o aumento do transporte individual gera congestionamento no trânsito e pesa na emissão de gases poluentes.

A conta é simples: enquanto um ônibus convencional comporta 70 passageiros e um ônibus articulado (mais longo) comporta 126, a média nacional de pessoas por carro é de 1,5 e de pessoas por motocicleta é de 1,1, segundo a ANTP. Além disso, um relatório do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Ministério do Desenvolvimento Regional aponta que “a maior capacidade de transporte de pessoas torna o ônibus oito vezes menos poluidor do que os automóveis, quando são analisadas as emissões de CO2 equivalente por passageiro e quilômetro”. Enquanto o índice de emissão de CO2 para ônibus é de 4,6, para automóvel é de 36,1 e para motocicleta é de 20,3.

Além da alta capacidade de transporte e da menor emissão proporcional de poluentes, o setor de mobilidade urbana também avança em soluções sustentáveis, como o uso de biocombustíveis nos ônibus e a eletrificação progressiva das frotas. Essas iniciativas visam reduzir ainda mais os impactos ambientais e contribuir para uma matriz de transporte mais limpa e eficiente.

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Para lembrar como o ônibus faz parte da história moderna do Brasil e estimular o seu uso, a Empresa 1, centro de inovação em mobilidade urbana, traz 7 curiosidades sobre esse meio de transporte no país.

  1. O primeiro ônibus do Brasil começou a circular em 1908

Quando quase ninguém tinha carro e o principal meio de transporte coletivo no Rio de Janeiro era o bonde, a cidade viu surgir o primeiro “auto-ônibus” do Brasil. O veículo, importado da França, ligava a Praça Mauá ao Passeio Público e chamava atenção por ser movido a gasolina, com espaço para cerca de 20 passageiros. Na época, o trajeto era um evento: as pessoas se reuniam nas calçadas só para ver a novidade passar.

  1. Já existiram ônibus movidos a carvão no Brasil

Durante a Segunda Guerra Mundial, quando o combustível ficou escasso, muitos ônibus e caminhões brasileiros foram adaptados para rodar com gasogênio (um gás feito a partir da queima de carvão ou lenha). O processo era bastante trabalhoso para o motorista, que precisava alimentar o queimador com carvão durante o trajeto. Esses veículos ajudaram o transporte urbano a não parar em tempos de crise e mostram como a busca por alternativas energéticas vem de longa data.

  1. O Brasil já fabricou o maior ônibus do mundo

Pode parecer exagero, mas é verdade: em 2016, a Volvo apresentou em Curitiba o Gran Artic 300, um biarticulado de 30 metros de comprimento, capaz de levar até 300 passageiros de uma só vez. O modelo foi criado especialmente para os corredores exclusivos de ônibus, como os do sistema BRT (Bus Rapid Transit), que também nasceu no Brasil e hoje é exportado para dezenas de países.

  1. O primeiro bilhete eletrônico foi testado em 1997

Na década de 1990, o vale-transporte ainda era feito de papel. Tamanha era sua circulação que começou a ser usado como “segunda moeda” para compras em padarias, supermercados e outras transações financeiras, gerando uma grande evasão tarifária. Foi nesse cenário que, em 1997, a Empresa 1 liderou a introdução de uma tecnologia francesa de cartões inteligentes no Brasil, substituindo os bilhetes de papel e inaugurando uma nova era na mobilidade urbana do país com o primeiro sistema de bilhetagem eletrônica.

  1. Pagar a passagem com PIX é a nova tendência

O Brasil revolucionou os meios de pagamento com o PIX, o que fez o comportamento dos passageiros se transformar. Depois dos bilhetes de papel e dos cartões, o PIX chegou aos ônibus. Hoje, cidades como Florianópolis, Guarapari e Uberlândia já permitem pagar a passagem via QR Code direto no validador, sem precisar de cartão físico. A modalidade integra o portfólio de soluções da Empresa 1 e é parte de uma tendência global de digitalização dos transportes, prometendo facilitar a vida de milhões de passageiros.

(Foto: Unsplash)

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