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O que o socioambiental tem a ver com a valuation das empresas?

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Roberto Gonzalez (*)

Muita gente ainda pensa que o valuation de um determinado ativo tem como base única e exclusivamente os dados contábeis. Ledo engano, questões sociais, ambientais e de Governança estão diretamente ligadas ao valor de uma empresa. Temos exemplos disso no Brasil e no mundo. O caso da mineradora Vale é um deles. O rompimento na barragem de Brumadinho teve impacto negativo no valor de mercado e na imagem da companhia.

Os bilhões que estão sendo gastos para recuperar o estrago no ecossistema, para pagar indenizações e multas são muito maiores do que o montante necessário para uma boa manutenção preventiva que evitasse a tragédia. Toda essa dinheirama poderia ser usada em investimentos para aumentar a produtividade e lucratividade ou distribuída aos acionistas na forma de dividendos.

Mas agora a companhia tem de provisionar recursos para mitigar uma tragédia, fruto de uma gestão péssima e equivocada que ignorou completamente as questões ambientais e sociais porque visava apenas o lucro pelo lucro. O resultado: prejuízo.

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Outro exemplo é a varejista Americanas. Quem pensa que o rombo bilionário é um problema contábil, de desempenho do faturamento, não entendeu nada. Houve fraude, trata-se de uma falha (ou total falta) de compliance. Os protocolos de controle foram desrespeitados. Milhares de acionistas perderam muito dinheiro. Até grandes bancos credores balançaram com o caso Americanas. Se houvesse um controle eficiente, as práticas ruins seriam barradas e o prejuízo seria pequeno. Como isso não ocorreu, além das perdas financeiras, hoje as ações da varejista não valem nada.

Percebe, como as questões ambientais e sociais estão intrinsecamente ligadas ao desempenho financeiro de um ativo? Um indivíduo resolve montar um viveiro de peixes no rio Tietê. No interior, perto da divisa com o Paraná, claro, pois lá a poluição já teria se dissipado. Pois bem, sua empresa vale X perante o mercado até que, em março de 2025, por alguma razão a poluição despejada no trecho da Grande São Paulo, não se dissipa e alcança a área onde ficam os viveiros. A água fica esverdeada de tanta alga e os peixes morrem. Quanto vale sua empresa daqui para frente, já que a poluição pode sim, em algum momento acabar com sua produção?

O indivíduo, então, se muda para a região amazônica. Os viveiros ficam próximos a um garimpo que usa mercúrio para extrair ouro e contamina as águas? Ou fica em um trecho que, por causa do aquecimento global, passou a secar em tempos de estiagem?

Para não citar exemplos apenas do setor primário, imagine uma metalúrgica em uma daquelas cidades do Rio Grande do Sul, cujas águas das enchentes cobriram até o teto. Sabemos que as cheias têm relação com o aquecimento global. Quanto valia esta metalúrgica antes e quanto vale agora, caso resolva se manter na área acreditando que aquilo foi um acontecimento pontual. Quem, a não ser o próprio dono, estaria disposto a investir nela.

Quem está disposto a investir em uma empresa que não cumpre as leis trabalhistas? Mais cedo ou mais tarde ela começa a responder processos, um atrás do outro e se torna inviável. Reforço o que já foi dito: as questões ambientais e sociais não estão separadas das questões financeiras, elas são parte integrante da gestão como um todo.

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É por essa razão que no início do século 21, a iniciativa do Secretário Geral da ONU Kofi Annan criou o conceito ESG. Na realidade foi uma demanda do próprio setor financeiro. Na época, o mercado financeiro estava dizendo que os valuations não estavam certas, alguma coisa estava errada. Então o Kofi Annan, na época, chamou 51 entidades do mercado financeiro, uma delas brasileira, que foi o Banco do Brasil. 22 entidades aceitaram participar.

E qual foi a conclusão que eles chegaram depois de meses estudando? Que a qualificação da informação de natureza econômica, financeira, contábil, ninguém tinha na parte socioambiental. E a questão socioambiental impacta no valuation. É risco, é oportunidade, pode dar problema, pode ser uma solução. Então, empresas e investidores precisam ter uma boa informação que diga a verdade da real situação socioambiental da companhia.

Não é uma tarefa simples, pois existe subjetividade, inclusive no próprio mercado financeiro. Se perguntarmos agora para dez analistas quanto que vai ser o Ibovespa, o PIB e inflação em 31 de dezembro, se houvesse 100% de objetividade, todos iriam dizer o mesmo valor. Mas não é o que acontece. As opiniões divergem e até mesmo o humor do analista influencia na previsão dele.

Sendo assim, mesmo havendo alguma subjetividade, também existe alguma forma de mensurar. E esta forma deve ser usada para que tenhamos uma valuation mais próxima da realidade. E não só por isso, mas também porque esta preocupação irá mitigar possíveis desastres capazes de inviabilizar a economia como um todo, não só no Brasil, mas no mundo.

(*) Roberto Gonzalez é consultor de governança corporativa e ESG e conselheiro independente de empresas. Foi um dos idealizadores do ISE – Índice de Sustentabilidade Empresarial da B3. Conquistou o prêmio ABAMEC em 2004 defendendo o ESG na Análise Fundamentalista. É autor do livro “Governança Corporativa – o poder de transformação das empresas”

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AFFECTION ARTE& DESIGN: Transformando Emoções em Arte Personalizada

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A AFFECTION ARTE& DESIGN se destaca como uma empresa criativa e apaixonada por transformar sentimentos em arte. Especializada na personalização de produtos, a marca imprime identidade, afeto e originalidade em cada peça desenvolvida. Com um portfólio diversificado, a empresa atende desde presentes únicos até brindes corporativos, sempre com um toque artístico e exclusivo.

Entre os principais produtos oferecidos pela AFFECTION ARTE& DESIGN estão cestas personalizadas, canecas, mouse pads, camisetas, quebra-cabeças, azulejos, squeezes e almofadas — todos com opções de personalização que atendem ao gosto e à necessidade de cada cliente. O objetivo é claro: fazer com que cada item conte uma história e desperte conexões reais.

O compromisso da AFFECTION ARTE& DESIGN vai além da entrega de produtos; é uma proposta de valor baseada na expressão criativa e no carinho pelos detalhes. Seja para uma data comemorativa, uma ação promocional ou simplesmente para presentear alguém especial, a empresa transforma ideias em peças únicas, com acabamento de qualidade e uma estética que encanta.

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Transvias confirma apoio ao Truck X 2025 e reforça compromisso com a inovação no transporte rodoviário

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A Transvias, principal plataforma de conexão logística entre indústrias, comércios e transportadoras no Brasil, acaba de confirmar seu apoio ao Truck X 2025 – evento inédito que promete movimentar o setor de transporte rodoviário com experiência, negócios e tecnologia. Realizado entre os dias 23 e 25 de julho, na Rodovia Presidente Dutra, o evento será um ponto de encontro estratégico entre caminhoneiros autônomos, transportadoras, fornecedores e grandes marcas do setor.

Instalado em um espaço com mais de 200 mil m² de infraestrutura, o Truck X oferece test drives, feirão de caminhões, demonstrações de tecnologias, ativações de marca e espaços temáticos como a Estrada do Futuro e o Mundo Sustentável. Ao todo, são esperados mais de 10 mil visitantes em três dias de programação intensa.

“Estar presente no Truck X é uma forma de demonstrar nosso compromisso com a transformação do transporte rodoviário. A Transvias existe para facilitar conexões reais entre quem precisa transportar e quem transporta – e este evento será um ponto de convergência estratégico para isso”, destaca Célio Martins, gerente de novos negócios da Transvias.

A empresa, que há mais de 70 anos atua como um hub inteligente para o redespacho de cargas, vai aproveitar a ocasião para divulgar sua plataforma de cotação online e ampliar sua presença junto a transportadoras e autônomos de todo o Brasil. “Queremos fortalecer nosso papel como facilitadores de negócios, ampliando as oportunidades para todos os atores da cadeia logística”, complementa Martins.

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Além do apoio institucional, a Transvias marcará presença com ações no local, materiais promocionais e ativações que aproximam sua marca do público mais estratégico do setor: quem está nas estradas e nas decisões de logística todos os dias.

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LeaderX: A Rede Global de Líderes que Está Redesenhando o Futuro dos Negócios

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Em um mundo onde o ritmo das transformações tecnológicas, sociais e econômicas supera até os saltos dos últimos dois séculos, conectar-se com as pessoas certas deixou de ser um diferencial para se tornar uma necessidade estratégica. É nesse cenário que nasce e cresce a LeaderX, uma organização inovadora que vem construindo um ecossistema global de liderança, colaboração e geração de negócios com presença em mais de 21 países.

Fundada em 2015, a LeaderX tem como propósito fundamental catalisar um movimento cultural que forma comunidades dinâmicas de líderes, capazes de gerar valor contínuo por meio da co-criação. Sua proposta vai além do networking tradicional — aqui, conexões humanas são combustível para a inovação real e transformadora.

“Acreditamos que o verdadeiro poder está na união de visões e na transformação conjunta de negócios”, afirma Ricardo Cancela, Chairperson da LeaderX. “A LeaderX atrai marcas e líderes que compartilham essa visão e que desejam fazer parte de uma rede de influência sem precedentes.”

Um Ecossistema de Impacto Global
Com uma estrutura em camadas — que inclui comunidades, capítulos e núcleos globais — a LeaderX oferece um modelo colaborativo e descentralizado de atuação. Cada comunidade é liderada por Presidentes e Embaixadores que não apenas coordenam as ações, mas também inspiram uma cultura de inovação coletiva.

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A organização reúne CEOs, empresários, empreendedores, VPs e diretores das maiores empresas do Brasil e do mundo. Ao promover encontros, geração de negócios e experiências imersivas entre esses profissionais, a LeaderX facilita o compartilhamento de insights estratégicos e impulsiona parcerias comerciais com potencial global.

De Conexão à Transformação
O grande diferencial da LeaderX está em sua capacidade de transformar conexões em oportunidades de negócios. Cada líder que ingressa na rede recebe um “assento vitalício” na comunidade, sendo reconhecido por sua contribuição singular e visão estratégica.

Mais do que criar pontes, a LeaderX impulsiona mudanças reais ao abraçar os princípios da Economia Colaborativa. O resultado é uma rede de confiança onde ideias são desenvolvidas de forma conjunta e viram projetos, produtos e novos negócios.

“A LeaderX é uma incubadora viva de possibilidades. Aqui, líderes se encontram não apenas para trocar cartões, mas para desenhar o futuro juntos”, diz um dos presidentes de comunidade.


Um Futuro Conectado e Co-Criativo
Em tempos de desafios complexos e exigência por soluções ágeis, a proposta da LeaderX ressoa forte. Ao unir inteligência coletiva, diversidade de pensamento e vontade de agir, a organização estabelece um novo paradigma para o mundo dos negócios: um futuro construído em rede, com base na confiança, colaboração e propósito.

Mais do que uma organização, a LeaderX é um movimento cultural global — e líderes de visão já entenderam que o lugar certo para estar é onde as grandes transformações começam: dentro de um ecossistema preparado para pensar o novo e agir em escala.

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Sobre a LeaderX:
A LeaderX é uma organização internacional que une grandes líderes em experiências notáveis para impulsionar inovação, colaboração e novos negócios. Com presença em 21 países e mais de 16 comunidades ativas, a LeaderX atua com base nos princípios da Economia Colaborativa e se posiciona como um dos ecossistemas mais influentes para o futuro da liderança empresarial.

(Foto: Divulgação/Leaderx)

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