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Entre grades e metáforas: Cavalos Pretos São Imensos e o encarceramento feminino

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Com metáforas de resistência e realidade, espetáculo teatral é o retrato do cárcere feminino apresentações acontecem em cidades com órgãos de detenção

Terá início em setembro, a circulação de Cavalos Pretos São Imensos, espetáculo teatral da dramaturga Bárbara Esmenia, direção de Thais Dias, que é um poderoso retrato da realidade do encarceramento feminino no Brasil. A obra mergulha nas profundezas da experiência das mulheres presas, utilizando a metáfora do “cavalo preto imenso” para explorar a força e a resistência dessas mulheres frente a um sistema opressor e desumano. As primeiras apresentações serão no Espaço Clariô, em Taboão da Serra, nos dias 6 e 7 de setembro, às 20 horas e no dia 8 de setembro, às 19 horas.

Em seguida, a peça chega em Franco da Rocha, São Paulo, Ribeirão Preto e Hortolândia, cidades escolhidas devido à presença de órgãos de detenção, penitenciárias e correlacionados, a fim de fomentar o debate e reflexão em tais municípios. O espetáculo, que teve sua estreia em 2022, ganhou o Edital de Dramaturgia em Pequenos Formatos Cênicos (2020) do CCSP – Centro Cultural São Paulo e em 2024, a autora foi selecionada na “Chamada para Dramaturga/os em Língua Portuguesa”, feita pelo Royal Court Theatre (Londres).

No centro da narrativa está Nininha, uma mulher presa que, como um dia sonhou seu filho Nino, sabe que pode se transformar em um “imenso cavalo preto” quando desejar. Essa metáfora é compartilhada por suas companheiras de cela. Cavalos Pretos São Imensos não romantiza a prisão, mas denuncia as condições cruéis do cárcere brasileiro, que, segundo dados do aprisionamento feminino da 2ª edição do Infopen Mulheres, teve um aumento de 455% entre 2000 e 2016.

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A peça se desenvolve a partir de relatos e conversas sobre o cotidiano das mulheres encarceradas, abordando temas como racismo estrutural, violências de gênero e normatividades sexuais. A dramaturgia tece uma narrativa que alterna entre afeto, camaradagem, sonhos e as duras realidades do encarceramento. A obra apresenta cinco personagens cujas vidas são marcadas por uma rotina que oscila entre a lentidão e a agitação. Elas conversam sobre seus anseios para o futuro, as visitas íntimas, suas famílias, relações sexo-afetivas, relações de poder e os castigos que enfrentam.

A encenação é enriquecida por um elenco totalmente feminino, em sua maioria negro, e é conduzida por Thais Dias, conhecida por sua trajetória marcante no circuito paulista. A montagem aposta na força das atrizes e em uma disposição cênica circular, com poucos elementos em cena, onde as interpretações intensas e o simbolismo dos corpos-cavalos ganham destaque. Em alguns momentos, as atrizes cantam, amplificando a carga emocional da peça.

Cavalos Pretos São Imensos também faz referência ao caso de Luana Barbosa dos Reis, uma mulher negra espancada pela polícia em Ribeirão Preto, cuja violência, marcada por uma abordagem brutal e desrespeitosa, culminou em sua morte cinco dias depois. O caso de Luana, que exigiu ser revistada por uma policial mulher e foi violentamente abordada na frente de seu filho adolescente, é um triste exemplo das violações de direitos enfrentadas por muitas mulheres negras e LGBTQ+.

FICHA TÉCNICA
Direção: Thais Dias
Dramaturgia: Bárbara Esmenia
Elenco: Fernanda Gomes, Marinha Soares, Rebeka Teixeira, Rosangela Roma, Valquíria Rosa
Cenografia: Carolina Gracindo e Helena Menezes
Iluminação e operação de luz: Carolina Gracindo
Sonoplastia e operação de som: Helena Menezes
Figurinos: Duda Viana e Ouroboros Produções Artísticas
Preparação Corporal: Verônica Santos e Carol Rocha Ewaci
Preparação vocal: Lilian de Lima
Fotografias: Daisy Serena
Interpretação em Libras: Sylvia Sato e Greicy Santos
Produção Executiva: Ana Lima

SERVIÇO:
Datas e horários: dias 6 e 7 de setembro, sexta e sábado, às 20 horas
Dia 8 de setembro, domingo, às 19 horas
Local: Espaço Clariô – Rua Santa Luzia, 96 – Vila Santa Luzia – Taboão da Serra – SP
Entrada gratuita: retirada de ingressos 1 hora antes do espetáculo
Classificação Indicativa: 12 anos

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VII Sarau de Rosely Curi Sanches tem a presença da Primeira-Dama de SP

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No último final de semana, Regina Nunes, primeira-dama de São Paulo, marcou presença no VII Sarau promovido por Rosely Cury Sanches, um evento que se consolidou como um importante espaço de celebração da literatura e da arte na capital paulista. O Sarau, realizado em um ambiente acolhedor e inspirador, destacou a relevância das tradições culturais da cidade, reunindo amantes da literatura, poetas e celebridades para uma noite de encantamento e reflexão.

Um dos momentos mais aguardados da noite foi o lançamento do livro Pedaços – Memórias em Verso, Prosa e Afeto, de Cristina Venero Bonventi. A obra, que reúne uma coleção de textos explorando as memórias afetivas da autora, promete tocar o coração dos leitores com sua sensibilidade e profundidade. O evento também contou com a exibição de obras do chargista Cassio Manga, que trouxe um toque de humor e crítica social, enriquecendo ainda mais a programação da noite.

O Sarau foi promovido com o apoio da ALA – Academia Latino-Americana de Arte, presidida por Fábio Porchat, pai do famoso comediante e apresentador de TV, e por Débora Veiga, diretora da entidade. A ALA tem se destacado há décadas por seu comprometimento na promoção da cultura e da arte latino-americana, e sua presença no evento reforça a importância de iniciativas que visam resgatar e celebrar as ricas tradições da terra da garoa e do Brasil.

Durante a cerimônia, a primeira-dama ressaltou a importância dos saraus como espaços de resistência cultural, onde a literatura e a arte são celebradas em sua forma mais pura, mantendo viva a cultura e promovendo a troca de experiências entre artistas e apreciadores.

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Os convidados tiveram a oportunidade de participar de recitais de poesia e performances artísticas, criando um ambiente de interação e troca entre os presentes. A diversidade de vozes e estilos trouxe uma riqueza única ao sarau.

O VII Sarau também se destacou por sua capacidade de reunir diferentes gerações de artistas e amantes da literatura, criando um espaço inclusivo e acolhedor. Essa união entre novos talentos e figuras consagradas da cena cultural paulista representa um passo importante para a continuidade das tradições literárias, garantindo que a cidade continue a ser um celeiro de criatividade e inovação.

Ao final da noite, o sentimento de pertencimento e celebração da cultura foi palpável entre os convidados. O sucesso do evento reafirma a importância de iniciativas que promovam a arte e a literatura e que, como o Sarau de Rosely Cury Sanches e Fábio Porchat, contribuem para o fortalecimento das tradições culturais da cidade de São Paulo e do Brasil.

Imagem em destaque/ Divulgação – Regina Nunes, primeira-dama de São Paulo, Rosely Cury Sanches, Fábio Porchat, Cristina Venero Bonventi e Cássio Manga, artista que expôs suas obras na festa

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Cultura e tradição: SP recebe o VII Sarau de Rosely Cury Sanches

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No próximo dia 20 de março de 2025, a cidade de São Paulo se prepara para receber o VII Sarau de Rosely Cury Sanches, um evento que promete ser um verdadeiro tributo à arte e à cultura brasileiras. Organizado com o apoio da ALA – Associação Latino-Americana de Arte, presidida por Fabio Porchat e Debora Veiga, o sarau será na Zona Sul paulistana e tem como propósito resgatar e celebrar as ricas tradições culturais de São Paulo e do Brasil, reunindo amantes da literatura, poetas e artistas em uma noite de encantamento e reflexão.

Trata-se de um evento fechado e a programação é marcada por uma série de atividades que visam promover a interação e o diálogo entre diferentes formas de expressão artística. Um dos momentos mais aguardados da noite será o lançamento do livro “Pedaços – memórias em verso, prosa e afeto”, de Cristina Venere Bonventi. Esta obra, em que a autora entrelaça suas vivências em uma narrativa poética, promete tocar os corações do público e provocar reflexões sobre a memória e a afetividade, temas que permeiam a experiência humana.

Além do lançamento do livro, o sarau contará com a exposição de obras do renomado chargista Cássio Manga, cuja arte crítica e bem-humorada tem conquistado admiradores ao longo dos anos. A presença de artistas visuais enriquece ainda mais a experiência, proporcionando um espaço onde a palavra e a imagem se entrelaçam, criando uma atmosfera única e inspiradora.

Fabio Porchat, Rosely Cury Sanches e Débora Veiga

O VII Sarau de Rosely Cury Sanches não se limita a ser um mero evento literário; ele se configura como um verdadeiro movimento cultural, que visa fortalecer os laços entre os artistas e o público. Em um momento em que a valorização das tradições culturais se torna cada vez mais necessária, iniciativas como esta se mostram fundamentais para a preservação e a celebração da identidade brasileira.

Com um ambiente acolhedor e intimista, o sarau promete ser uma noite inesquecível, onde a arte e a literatura se encontram para celebrar a vida e a criatividade. Assim, São Paulo se tornará, mais uma vez, o palco de uma rica manifestação cultural, reafirmando sua posição como um centro vibrante de produção artística e literária.

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Dia da Favela: “Projeto Conectados do Bem” já beneficiou mais de 3 mil jovens em nove estados pelo Brasil

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O programa que é patrocinado pela Prefeitura do Rio visa levar aulas de programação, animação, games e robótica para crianças de famílias de baixa renda.

No último dia 04 de novembro, comemorou-se o dia da favela. Celebrar as favelas é uma forma de reconhecer a diversidade cultural, artística e social dessas comunidades, muitas com identidade cultural única que merecem ser compreendidas e valorizadas na sociedade brasileira.

A EGP tem o compromisso de criar oportunidades, realizar sonhos e gerar acessibilidade para milhares de crianças e adolescentes pelo Brasil. A instituição é voltada para a implementação de projetos nas áreas de educação, cultura e esportes; além disso, conta com o apoio de outras instituições privadas.

No Rio de Janeiro, há uma concentração maior de laboratórios e turmas em andamento: são quatro centros instalados em comunidades: 

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– Zona Norte – Pavuna (SLB) e Del Castilho (LAMSA)

– Zona Portuária – Caju (Rio Brasil Terminal)

– Zona Sul – Rocinha – há 3 anos parceiro do projeto com um laboratório na região. 

Atualmente, a unidade da Pavuna atua com quatro turmas, no Caju duas turmas estão em andamento e na Rocinha e em Del Castilho, uma turma em cada.

Os laboratórios recebem kits de robótica, ferramentas maker, cortadoras e outros equipamentos que possibilitam que os alunos elaborem protótipos voltados para soluções de problemas atrelados a um dos 17 ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU (Organização das Nações Unidas). 

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Em cada laboratório são atendidas turmas de até 25 alunos, nas quais são oferecidas 40h de oficinas de cultura digital com foco principal em robótica. O projeto conta com a metodologia “maker” que incentiva a aprendizagem prática, a criatividade e a colaboração. Ela se baseia na ideia de “fazer” (do inglês “to make”) e envolve a construção de projetos físicos ou digitais, promovendo o aprendizado por meio da experimentação e da resolução de problemas.

O programa que é patrocinado pela Prefeitura do Rio visa levar aulas de programação, animação, games e robótica para crianças de famílias de baixa renda, de escolas públicas em comunidades carentes, proporcionando capacitação e inclusão digital para os alunos. Em cada escola agraciada pelo projeto, uma sala é montada, com toda a infraestrutura necessária para as aulas de informática e robótica. Além disso, um professor da escola é capacitado pelo responsável pedagógico, a fim de que, após a primeira etapa do projeto, as aulas prossigam e façam parte do currículo oferecido aos estudantes.

Para Francisco Kronemberger, Diretor do Conectados do Bem, esta é uma grande oportunidade de ajudar centenas de jovens a conhecer um novo caminho e mudar de vida. “Preparamos nossos alunos para que absorvam conhecimento, por meio do ensino da robótica, computação e demais programas oferecidos e que eles possam se tornar agentes transformadores dentro das suas comunidades”.. 

Os projetos são implementados em escolas públicas e a indicação dos alunos é feita pelas próprias escolas, podendo ser feita no formato de inscrição livre ou turmas fechadas.

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