As perucas lace-front, ou laces, são mais que um acessório de moda; elas são um fenômeno cultural com raízes históricas profundas. As primeiras perucas surgiram no Antigo Egito, onde simbolizavam o status social de uma pessoa1. Avançando rapidamente para os anos 1940 nos EUA, Christina Jenkins revolucionou o campo ao patentear o método “HairWeev”, uma técnica que ainda informa a produção moderna de laces.
Atualmente, as laces se tornaram uma extensão da identidade pessoal. Celebridades como Nicki Minaj, Rihanna, Cardi B e a brasileira Pabllo Vittar as utilizam para expressar e alterar suas identidades visuais. Além delas, no Brasil, a influenciadora Virginia Fonseca adotou as laces como parte de sua transformação de visual, exibindo o resultado no Instagram e contribuindo para a popularização dessa forma de expressão capilar no país. Virgina Fonseca é conhecida por suas frequentes transformações capilares, como perucas cacheadas, estilos em tons pretos e loiros, franjões e rabos de cavalo.
Economicamente, o mercado de perucas e extensões de cabelo está em ascensão. Estima-se que o valor de mercado mundial de perucas e extensões chegue a US$ 7,62 bilhões em 2023 e quase dobre para US$ 13,28 bilhões até 20267. No Brasil, a realidade não é diferente. A empresária Eliana Martins, proprietária da rede Vitrine da Mulher e criadora da técnica de mega hair microemborrachada, por exemplo, reportou um aumento de vendas de 90% dessas peças no pós-pandemia, uma indicação da crescente demanda por esses produtos.
Eliana Martins explica que a venda de laces tem demonstrado não só viabilidade econômica, mas também influência cultural e adesão ao movimento da liberdade capilar, com indivíduos em todo o mundo adotando-as para transformações estéticas rápidas e reversíveis, sem danificar os cabelos naturais. Isso reflete uma mudança nas atitudes sociais em relação à beleza e à autoexpressão, onde a liberdade capilar se tornou um novo padrão de empoderamento e criatividade.