Saúde Day alerta: cultura do ‘corpo rápido’ exige equilíbrio em tempos de excessos
Na era do “tudo para ontem”, o culto ao corpo perfeito ganhou novos aliados: canetas injetáveis, dietas virais e promessas de emagrecimento imediato. Mas a que custo? Foi para discutir essa pergunta — e propor caminhos mais conscientes — que nasceu o Saúde Day, evento realizado no último dia 9 de abril, em Goiânia, idealizado […]
Na era do “tudo para ontem”, o culto ao corpo perfeito ganhou novos aliados: canetas injetáveis, dietas virais e promessas de emagrecimento imediato. Mas a que custo? Foi para discutir essa pergunta — e propor caminhos mais conscientes — que nasceu o Saúde Day, evento realizado no último dia 9 de abril, em Goiânia, idealizado pela nutricionista Taty Marinho. O encontro reuniu influenciadoras e especialistas para um debate franco sobre saúde, identidade corporal e as consequências silenciosas da busca por resultados a qualquer preço.
A data foi estrategicamente escolhida em sintonia com o Dia Mundial da Saúde, celebrado no dia 7. Mais do que um lembrete, o evento foi um chamado: saúde não é corrida de 100 metros — é maratona com consciência.
Durante o encontro, as canetas inibidoras de apetite dominaram parte da conversa. Embora populares, vêm sendo utilizadas de forma indiscriminada e sem acompanhamento profissional. Para a nutricionista Taty Marinho, esse uso irresponsável está gerando um verdadeiro colapso metabólico e emocional em muitas pessoas:
“Tem muita gente emagrecendo rápido, mas sem saber o que está perdendo. Além de massa magra e nutrientes essenciais, estão perdendo a conexão com o próprio corpo. E o preço vem depois: efeito rebote, compulsão, fadiga crônica e uma saúde emocional fragilizada. Isso não é cuidado, é desespero mascarado de solução.”
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Com uma abordagem assertiva e centrada na reeducação alimentar real, Taty reforça que a verdadeira transformação exige presença, escuta e consistência — não atalhos.
A visão da Avince: performance com equilíbrio
Entre os nomes presentes no Saúde Day, esteve também Renata Cesar, CEO da Avince, marca de suplementos e cosméticos esportivos que vem se destacando por defender uma nova abordagem sobre performance: equilibrada, inteligente e sustentável.
Em entrevista à redação, Renata compartilhou sua visão sobre o momento atual e os valores que norteiam a Avince:
“O que mais vejo hoje são pessoas tentando compensar a falta de equilíbrio com fórmulas milagrosas. Mas saúde não é compensação. É construção diária. A filosofia da Avince é simples, mas poderosa: avançar para vencer, 1% a cada dia. Com regularidade, com inteligência, com propósito.”
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Renata reforçou ainda que, ao contrário da cultura da pressa, sua marca acredita na constância:
“Não se trata de se cobrar o tempo todo, mas de não se abandonar. Avançar aos poucos, todos os dias, é mais sustentável do que viver em ciclos de extremo esforço e desistência. Queremos que as pessoas tenham saúde para viver bem, não só para performar melhor. E isso só é possível com equilíbrio.”
A presença da Renata trouxe uma camada de autoridade prática ao evento, reforçando que marcas sérias também têm um papel fundamental na educação em saúde e no combate à cultura da solução imediata a qualquer preço.
O paradoxo da geração saúde
Nunca se falou tanto sobre saúde, e nunca estivemos tão doentes. Ansiedade, compulsão alimentar, insônia e quadros de esgotamento emocional têm se tornado parte da rotina de quem vive em busca de um corpo ideal, enquanto negligencia os sinais do próprio organismo.
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Eventos como o Saúde Day vêm como um antídoto necessário a esse ciclo. Não apenas para questionar, mas para reposicionar o conceito de saúde: como algo que começa de dentro para fora, no respeito ao corpo, no uso consciente dos recursos, e no entendimento de que o verdadeiro progresso é aquele que se sustenta com o tempo.
Entre os anos de 2014 e 2023, incidentes contra mulheres trans aumentaram 1.110%
No dia 17 de maio foi celebrado o dia Internacional contra a Homofobia, data em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) removeu a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças, simbolizando um enorme avanço na luta pelos direitos da população LGBTQIA+. Entretanto, de acordo com o Atlas da Violência, produzido pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, os registros de violência no Brasil cresceram, entre os anos de 2014 a 2023, 1.227%.
Segundo a pesquisa, o número de casos saltou de 1.157 para 15.360 ao longo do período e engloba violência psicológica, física e financeira. O crescimento se dá principalmente por conta de ataques contra população transsexual, apresentando um aumento de 1.110% de incidentes envolvendo mulheres trans.
Essa violência se faz presente inclusive no mercado de trabalho, conforme demonstrado por uma pesquisa realizada pela Catho, 52% dos colaboradores LGBTQIA+ afirmam sofrer preconceito de forma recorrente no local de trabalho.
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Segundo Morena Lovateli, mulher trans e embaixadora da Fatal Model, plataforma de anúncios de acompanhantes, a discriminação ocorre de diferentes formas: “Eu me lembro de comentários como ‘com esse cabelo grande ninguém vai te contratar’ ou ‘com essas roupas femininas ninguém vai te dar uma oportunidade’. Imaginei que seria diferente, mas após várias entrevistas e não ser aprovada em nenhuma delas, cortei o cabelo, vesti roupas masculinas e deixei a barba crescer. Consegui um emprego, e foi nesse lugar que passei pela minha transição. Meu maior desafio foi lidar com as reações das pessoas que não estavam acostumadas a ver uma mulher trans na empresa. Mesmo com apoio, como o direito de usar o banheiro feminino e ter meu crachá com meu novo nome, enfrentava olhares de desprezo, risos ou até comentários sexistas, como se eu fosse um brinquedo sexual para uma experiência”, lembra.
A influenciadora acredita que a busca por emprego, enquanto mulher trans, é desafiadora. A necessidade de atualizar documentos, como o nome e o gênero, e os obstáculos impostos pela intolerância atrapalham a permanência dessas profissionais. Um levantamento da Agência AlmapBBDO e do Instituto On The Go revela que 80% das pessoas transexuais já se sentiram discriminadas em alguma etapa de seleção para um trabalho formal.
Embora existam avanços, como a decisão de 2023 do STF de reconhecer ofensas contra membros da comunidade como injúria racial, os dados evidenciam a necessidade de medidas que objetivam de forma efetiva a proteção dos direitos das vítimas e o rompimento do ciclo de intolerância.
Cunamata é um influenciador digital e criador de conteúdo nascido em Angola, conhecido por seu humor espontâneo, vídeos autênticos e bordões icônicos, como o famoso “Fala baixo, nengue”. Com um estilo irreverente e genuíno, ele conquistou o público primeiro em seu país natal, e depois expandiu sua presença para os países de língua portuguesa, especialmente o Brasil. Sua ascensão começou nas redes sociais, em especial no TikTok e no Instagram, onde passou a publicar vídeos curtos retratando situações do cotidiano com um toque cômico e linguagem popular.
Seus conteúdos refletem a realidade de muitos jovens africanos, mas com uma abordagem que cria identificação e riso em qualquer lugar do mundo. Através de uma combinação de sotaque carregado, expressões regionais e criatividade, Cunamata virou referência entre os criadores angolanos. O sucesso de Cunamata também está ligado ao seu carisma natural. Ele é capaz de arrancar risadas apenas com uma expressão facial ou uma frase bem colocada.
Isso o tornou uma figura adorada por diversos públicos, de adolescentes a adultos, tanto em Angola quanto fora dela. Sua marca registrada é a simplicidade com impacto, algo que se destaca em um mundo digital saturado de produções elaboradas.
Nos últimos tempos, Cunamata se mudou para o Brasil, onde tem se aproximado de outros criadores e marcas locais. Sua presença no país reforça a conexão cultural entre Angola e Brasil, além de abrir caminhos para outros influenciadores africanos explorarem esse mercado. Mesmo com os desafios como o recente episódio em que teve sua conta do Instagram hackeada ele segue ativo, resiliente e cada vez mais relevante.
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Cunamata é mais do que um humorista digital: é um símbolo de representatividade africana nas redes sociais. Ele prova que com originalidade, autenticidade e muito bom humor, é possível ultrapassar fronteiras e construir uma comunidade fiel ao redor do mundo.
Pesquisa mostra ainda que apenas 20% dos pais pretendem futuramente instalar alguma ferramenta de controle
Crianças e adolescentes estão cada vez mais conectados, trocando passeios, viagens e momentos em família por longas horas diante das telas do computador, tablet ou celular. Mas será que estão psicologicamente preparados para enfrentar os desafios do ambiente digital, muitas vezes obscuro e perigoso?
Um levantamento realizado pela Porto Digital revela que 9 em cada 10 brasileiros maiores de 18 anos, com acesso à internet, acreditam que adolescentes não recebem o suporte emocional e social necessário para lidar com o ambiente digital, especialmente nas redes sociais. A pesquisa ainda aponta que 70% dos entrevistados defendem a presença de psicólogos nas escolas como um passo essencial para mudar esse cenário.
O psicólogo Cristiano Costa, CKO da EBAC (Empresa Brasileira de Apoio ao Compulsivo), explica que o sistema de recompensas dos jogos digitais ativa os mesmos circuitos cerebrais envolvidos no vício em drogas, gerando uma liberação intensa de dopamina. “Crianças e adolescentes ainda estão em processo de formação cognitiva, o que os torna muito mais vulneráveis à compulsão por esse tipo de estímulo”, destaca.
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Os dados também mostram uma preocupação crescente com a saúde mental dos jovens: 57% dos entrevistados apontam o bullying e a violência escolar como os principais desafios enfrentados atualmente. Outros fatores como depressão e ansiedade (48%) e a pressão estética (32%) também figuram entre as principais causas de sofrimento emocional entre adolescentes.
Apesar desses números alarmantes, apenas 20% dos pais afirmam ter intenção de utilizar, no futuro, algum tipo de ferramenta de controle digital. O uso de recursos como o controle de tempo de tela ainda é baixo, o que reforça a necessidade de conscientização e orientação das famílias.
A população reconhece que o cuidado com a juventude deve ser uma responsabilidade coletiva — envolvendo governo, escolas, famílias, empresas e a sociedade em geral. É preciso construir ambientes mais seguros e acolhedores, especialmente no contexto escolar, diante do uso cada vez mais precoce das redes sociais.
O estudo “Influenciadores”, realizado pela Croma Consultoria, mostra que mais da metade dos brasileiros segue pelo menos um influenciador digital. O WhatsApp é a rede social mais utilizada entre todas as gerações, com destaque para a Geração X (83%) e a Geração Y (82%). O Instagram lidera entre os mais jovens, com 69% de preferência entre Millennials e integrantes da Geração Z. Já o TikTok vem ganhando espaço principalmente entre os mais novos, com adesão de 35% da Geração Z e 19% dos Millennials.
Segundo Edmar Bulla, fundador do Grupo Croma, os dados refletem uma segmentação crescente no uso das redes sociais, o que reforça a importância do controle e da orientação por parte de pais e responsáveis. “Enquanto Millennials e a Geração Z buscam plataformas mais dinâmicas e interativas, as gerações mais velhas permanecem fiéis a redes sociais mais tradicionais e utilitárias, como WhatsApp e Facebook”, afirma Bulla.