Connect with us

Geral

Projeto cria programa de cotas para pessoas trans no ensino superior

Published

on

Medida foi idealizada por coletivos pertencentes à comunidade e protocolada pela deputada federal trans Erika Hilton (PSOL-SP)

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) protocolou no Congresso Nacional um projeto de lei que cria cotas para pessoas trans nas instituições de ensino superior. Em entrevista ao Terra, a parlamentar explicou que o pedido é semelhante ao que tem ocorrido em relação à Lei de Cotas Raciais, em vigor desde 2012 e que assegura 50% das vagas para pretos, pardos, indígenas, pessoas com deficiência e estudantes de escola pública.

“Nesses últimos dez anos de implementação da política, temos vistos negros ocupando espaços que antes eram restritos a pessoas brancas. Vemos negros se tornando profissionais de saúde, professores e juristas”, acrescenta. 

O pedido foi protocolado no dia 15 de junho e prevê que as universidades federais e institutos federais de ensino reservem 5% de suas vagas para pessoas trans e travestis. O percentual é válido por curso e por turno.

Advertisement

“Com uma política estruturada de cotas trans, as universidades terão que, obrigatoriamente, adotar reserva de vagas para pessoas trans e travestis e se mobilizar para tornar o ambiente educacional mais acessível, seguro e receptivo para esse grupo, que nunca esteve devidamente representado no ensino superior”, argumenta.

Outro ponto do projeto é que os candidatos poderão concorrer às vagas para comunidade via cotas e também de ampla concorrência, sem inviabilizar o processo de seleção nos dois módulos. Caso o número de vagas destinado às cotas para trans não sejam preenchidas pela comunidade, as oportunidades de ingresso na graduação serão revertidas para a ampla concorrência. 

A proposta vai considerar para a atribuição das cotas o critério da autodeclaração das pessoas trans e travestis.

A iniciativa foi construída pela parlamentar em parceria com coletivos e organizações trans da sociedade civil de todo o país como Equi – empregabilidade trans e LGBQIA+, Grupo de Estudos em Direito e Sexualidade – FDUSP, Núcleo de Consciência TRANS Unicamp, Trans Enem Poa, Rede de Estudantes Trans e Travestis Organizades da UERJ, Coletivo Intertransvestigênere Xica Manicongo da USP, Coletivo Transpassando, Conselho LGBT de Fortaleza, Revista Estudos Transviades, Coletivo LGBTQIAPN+ Dandara dos Santos,  Instituto Brasileiro de Transmasculinidades, Corpas Trans da USP, Coletivo TransUFBA, Rede Transvestis UFFianas e DCE UFF Fernando Santa Cruz.

Impacto do fomento à lei

Mesmo o projeto ainda em etapa inicial de tramitação no Congresso, a deputada federal Erika Hilton acredita que, caso o PL seja aprovado, isso pode trazer uma transformação decisiva para a comunidade, principalmente na mobilidade social de grande parte das pessoas trans e travestis. Apesar da proposta, algumas instituições de ensino superior do País já contam com a reserva de vagas para esse público, mesmo sem a efetivação do projeto de lei de cotas.

Advertisement

Para Rodrigo Bouyer, avaliador do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), a discussão sobre educação inclusiva precisa ser difundida entre os ministérios transversais ao tema.

“Estas pessoas precisam ter acesso à educação, mas nada vai adiantar se elas não tiverem acesso ao emprego, se não tiver um debate da sociedade que envolva o Ministério do Trabalho, que envolve os ministérios da Indústria e do Planejamento e também a sociedade em diversos outros aspectos, para permitir que, além da educação, seja viabilizada a oportunidade de emprego”, observa.

Continue Reading
Advertisement
Click to comment

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Geral

Rodriguinho marca presença em inauguração de espaço de beleza da esposa Bruna Amaral na Zona Norte de SP

A Zona Norte de São Paulo foi movimentada neste fim de semana com a inauguração do Brubronze, novo espaço de bronzeamento artificial comandado por Bruna Amaral, influenciadora digital e esposa do cantor Rodriguinho. O artista fez questão de prestigiar a amada e apareceu sorridente ao lado dela no evento, que reuniu familiares, amigos próximos e […]

Published

on

A Zona Norte de São Paulo foi movimentada neste fim de semana com a inauguração do Brubronze, novo espaço de bronzeamento artificial comandado por Bruna Amaral, influenciadora digital e esposa do cantor Rodriguinho. O artista fez questão de prestigiar a amada e apareceu sorridente ao lado dela no evento, que reuniu familiares, amigos próximos e algumas clientes que já acompanham o trabalho de Bruna nas redes.

Créditos: Luiz Arthur

O espaço fica dentro do conhecido Studio Mayara Becker e promete ser o novo queridinho de quem busca aquele bronzeado dourado sem sair da capital.

“É um momento muito especial. Sempre fui apaixonada por esse universo da beleza, e agora ter um espaço meu, feito com tanto carinho, é a realização de um sonho”, disse Bruna, emocionada, enquanto posava para fotos com amigos e brindava a nova fase.

Rodriguinho, que raramente aparece em eventos do tipo, fez questão de apoiar de perto e arrancou elogios pelo carinho e parceria com a esposa. O cantor chegou de forma discreta, mas logo virou centro das atenções ao lado de Bruna.

Créditos: Luiz Arthur Legenda: Daniela Pugliese, Jô, Mayra Becker e Bruna Amaral

A inauguração teve um clima descontraído, com muita conversa e música ambiente.

Advertisement

O que pouca gente sabe é que Bruna Amaral não é novata no mundo dos negócios. Antes mesmo de abrir o Brubronze, ela já comandava a Exclusive Freelancer, empresa de eventos que atua no Sul do Brasil e está chegando forte em São Paulo. Inclusive, foi a própria equipe da Exclusive que assinou o buffet e o atendimento da inauguração — mostrando que Bruna sabe mesmo como unir estilo, organização e boas parcerias.

Continue Reading

Geral

Mãe de Vanessa Lopes surpreende ao revelar cirurgia íntima: “Me redescobri como mulher”

A empresária Liziane Lopes Ramalho, mãe da influenciadora Vanessa Lopes, surpreendeu seus seguidores ao revelar que se submeteu a uma cirurgia íntima. Conhecida como Lica, ela passou por uma Ninfoplastia — procedimento que visa a redução dos pequenos lábios vaginais — com a renomada Dra. Fernanda Nassar, na clínica Lá Femme, localizada em São Paulo. […]

Published

on

A empresária Liziane Lopes Ramalho, mãe da influenciadora Vanessa Lopes, surpreendeu seus seguidores ao revelar que se submeteu a uma cirurgia íntima. Conhecida como Lica, ela passou por uma Ninfoplastia — procedimento que visa a redução dos pequenos lábios vaginais — com a renomada Dra. Fernanda Nassar, na clínica Lá Femme, localizada em São Paulo.

Nos Stories, Lica compartilhou com naturalidade e confiança detalhes do pré e pós-operatório, evidenciando sua satisfação com o resultado. “Fiz o processo de ninfoplastia, que é uma cirurgia íntima. Fiz pelo excesso de pele. No final das contas, vi que fisiologicamente foi a melhor coisa que fiz na vida. Me redescobri uma nova mulher”, revelou.

Segundo a Dra. Fernanda Nassar, a cirurgia é feita com anestesia local, sem necessidade de internação hospitalar. Lica também aproveitou a ocasião para realizar um tratamento a laser interno, com foco na melhora da incontinência urinária. “O procedimento foi tranquilo. Passou que eu nem senti”, contou ela, reforçando que o processo foi leve e seguro.

A cirurgia íntima tem sido cada vez mais procurada por mulheres que buscam não apenas questões estéticas, mas principalmente conforto e bem-estar. Celebridades como Gretchen, Maíra Cardi, Deolane Bezerra e Núbia Óliver também já aderiram a esse tipo de intervenção, provando que cuidar de si mesma não tem tabu nem idade.

Advertisement

A clínica Lá Femme, a primeira referência em procedimentos íntimos femininos no Brasil, reforça a importância de falar sobre o tema com naturalidade, respeito e informação. A atitude de Lica ao expor sua experiência contribui para quebrar preconceitos e encorajar outras mulheres a buscarem qualidade de vida e autoestima.

Continue Reading

Geral

Violência contra a população LGBTQIA+ cresce mais de 1000% no Brasil  

Published

on

Entre os anos de 2014 e 2023, incidentes contra mulheres trans aumentaram 1.110% 

No dia 17 de maio foi celebrado o dia Internacional contra a Homofobia, data em que a Organização Mundial de Saúde (OMS) removeu a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças, simbolizando um enorme avanço na luta pelos direitos da população LGBTQIA+. Entretanto, de acordo com o Atlas da Violência, produzido pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, os registros de violência no Brasil cresceram, entre os anos de 2014 a 2023, 1.227%. 

Segundo a pesquisa, o número de casos saltou de 1.157 para 15.360 ao longo do período e engloba violência psicológica, física e financeira. O crescimento se dá principalmente por conta de ataques contra população transsexual, apresentando um aumento de 1.110% de incidentes envolvendo mulheres trans. 

Essa violência se faz presente inclusive no mercado de trabalho, conforme demonstrado por uma pesquisa realizada pela Catho, 52% dos colaboradores LGBTQIA+ afirmam sofrer preconceito de forma recorrente no local de trabalho. 

Advertisement

Segundo Morena Lovateli, mulher trans e embaixadora da Fatal Model, plataforma de anúncios de acompanhantes, a discriminação ocorre de diferentes formas: “Eu me lembro de comentários como ‘com esse cabelo grande ninguém vai te contratar’ ou ‘com essas roupas femininas ninguém vai te dar uma oportunidade’. Imaginei que seria diferente, mas após várias entrevistas e não ser aprovada em nenhuma delas, cortei o cabelo, vesti roupas masculinas e deixei a barba crescer. Consegui um emprego, e foi nesse lugar que passei pela minha transição. Meu maior desafio foi lidar com as reações das pessoas que não estavam acostumadas a ver uma mulher trans na empresa. Mesmo com apoio, como o direito de usar o banheiro feminino e ter meu crachá com meu novo nome, enfrentava olhares de desprezo, risos ou até comentários sexistas, como se eu fosse um brinquedo sexual para uma experiência”, lembra.

A influenciadora acredita que a busca por emprego, enquanto mulher trans, é desafiadora. A necessidade de atualizar documentos, como o nome e o gênero, e os obstáculos impostos pela intolerância atrapalham a permanência dessas profissionais. Um levantamento da Agência AlmapBBDO e do Instituto On The Go revela que 80% das pessoas transexuais já se sentiram discriminadas em alguma etapa de seleção para um trabalho formal.

Embora existam avanços, como a decisão de 2023 do STF de reconhecer ofensas contra membros da comunidade como injúria racial, os dados evidenciam a necessidade de medidas que objetivam de forma efetiva a proteção dos direitos das vítimas e o rompimento do ciclo de intolerância.  

Advertisement
Continue Reading

Mais Lidas

Copyright © TimeOFFame - Todos os direitos reservados