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O cenário da educação acadêmica para profissionais de comunicação em tempos de inteligência artificial: desafios e preparação para o futuro

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*Rafael Baddini Botti

A transformação digital e a ascensão da inteligência artificial (IA) têm alterado profundamente a prática e o ensino da comunicação. Para a academia, o desafio é preparar os futuros profissionais para um ambiente onde IA desempenha um papel fundamental nas análises de dados, criação de conteúdo automatizado e interação com audiências de forma precisa e eficaz. Esse cenário demanda atualização curricular, mas uma redefinição das competências a serem desenvolvidas ao longo dos cursos de comunicação.

Nos Estados Unidos, cerca de 78% das universidades já integram disciplinas sobre IA nos programas de comunicação, cobrindo áreas como análise de dados e machine learning. Essa adoção mais acelerada contrasta com a realidade do Brasil, onde cerca de 34% das universidades têm alguma formação voltada para IA, principalmente em universidades particulares e grandes centros urbanos, segundo o Ministério da Educação e dados da Associação Brasileira de Educação a Distância (ABED). Na União Europeia, aproximadamente 65% das universidades adotaram currículos que incluem análise de dados e ética em IA, enquanto Dubai, com forte apoio governamental e parcerias público-privadas, integra IA a 55% dos cursos de comunicação.

Habilidades emergentes: “engenharia de prompts” e competências analíticas

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Uma habilidade emergente e promissora é a “engenharia de prompts” — a criação de comandos e frases estratégicas para gerar respostas cada vez mais precisas nas ferramentas de IA, como chatbots e assistentes virtuais. A introdução dessa disciplina nas grades curriculares é uma adaptação necessária para ajudar os futuros profissionais a aproveitarem ao máximo os recursos de IA disponíveis. Esse tipo de competência é essencial para criar interações eficazes e produzir conteúdos alinhados ao propósito das marcas e empresas.

O cenário global mostra a relevância de habilidades como análise de dados e compreensão de algoritmos. Nos Estados Unidos, 68% dos programas de comunicação oferecem cursos em análise de dados e machine learning. No Brasil, enquanto a oferta ainda é baixa (24%), há um aumento anual de 12% na demanda por profissionais com habilidades em IA e comunicação digital, segundo o IBGE. A União Europeia também tem investido em legislações e incentivos fiscais para aumentar a qualificação em análise de dados, especialmente em países como Alemanha e França. Em Dubai, o sistema educacional prepara os profissionais com abordagens pragmáticas, iniciando a formação em IA desde o ensino médio.

Impacto da IA e as oportunidades de emprego

De acordo com o World Economic Forum, a inteligência artificial poderá substituir cerca de 85 milhões de empregos até 2025, mas prevê a criação de 97 milhões de novas posições, muitas delas ligadas ao uso da IA, como análise de dados e machine learning. Nos Estados Unidos, por exemplo, houve um crescimento de 30% em contratações relacionadas a análise de dados e marketing digital. O mercado brasileiro ainda enfrenta barreiras no acesso a tecnologias avançadas, mas as oportunidades se expandem. Com um déficit de profissionais capacitados em IA, a demanda por esses talentos tende a crescer.

Para onde caminha o ensino de comunicação?

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Com a influência crescente da IA, a educação acadêmica em comunicação precisa adaptar-se. Além de técnicas de “engenharia de prompts”, o currículo deve incorporar disciplinas que desenvolvam uma compreensão crítica sobre o uso ético de IA, aliada a uma análise de dados mais robusta. Nos EUA e na União Europeia, programas acadêmicos têm investido em pesquisa e inovação, com subsídios que promovem o desenvolvimento de habilidades essenciais para o futuro da comunicação.

No Brasil, apesar das limitações, algumas instituições começam a investir em novas tecnologias e capacitação de educadores. Programas piloto em universidades brasileiras indicam que a inclusão de disciplinas técnicas, como automação de conteúdo e ética digital, pode trazer os cursos de comunicação para um patamar mais competitivo. Em Dubai, o setor educacional segue um modelo que integra governo e setor privado para modernizar os currículos com o foco em IA promovendo uma formação prática para o mercado.

Preparação para o futuro

Para se manterem relevantes, profissionais de comunicação devem dominar as ferramentas de IA e as estratégias de criação de conteúdo automatizado, enquanto mantêm habilidades interpessoais essenciais. A análise de dados, aliada a uma compreensão profunda dos algoritmos, permitirá que os comunicadores utilizem IA de forma ética e estratégica.

Adaptar-se à era da IA não é opcional, e a academia precisa colaborar ativamente para fornecer uma educação que prepare os alunos para esses desafios, com um currículo que evolua ao ritmo das demandas tecnológicas.

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Rafael Baddini Botti

Administrador de empresas com especialização em Finanças e pós-graduação em Marketing Estratégico. Possui formação complementar em Marketing Digital, Empreendedorismo e Inovação. Com mais de 15 anos de experiência na área de comunicação, já colaborou com empresas dos setores público e privado, liderando projetos estratégicos e impulsionando resultados. Desde 2016, dedica-se ao planejamento e execução de campanhas eleitorais, tendo contribuído para a eleição de deputados, prefeitos, vereadores e presidentes de entidades de classe como a OAB. Reconhecido por sua habilidade em desenvolver estratégias assertivas e vencedoras, é referência em comunicação política e marketing estratégico. Para mais informações, acesse https://www.linkedin.com/in/rafaelbaddini/

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