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Navegando pelo Futuro: desafios e oportunidades em Compliance para 2026

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Alexandre Pegoraro, CEO do Kronoos, plataforma especializada em automação de diligência e análise de riscos.

O panorama de compliance no Brasil para 2026 destaca-se pela necessidade de adaptação a um ambiente regulatório em constante evolução. A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) se estabelece como um foco central nesse contexto, garantindo que seu processo de amadurecimento seja contínuo. Um aumento significativo na fiscalização é esperado, uma vez que a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) deverá adquirir mais autonomia e recursos, permitindo uma atuação mais eficaz no combate às infrações. Além disso, setores como saúde, finanças e educação necessitarão de regulamentações complementares, em virtude da complexidade e sensibilidade dos dados que manipulam.

A ética e a governança da informação também ganham destaque à medida que a tecnologia avança. Em um ambiente digital, as empresas precisam implementar políticas claras em relação ao uso de inteligência artificial. As diretrizes bem definidas são cruciais para garantir a transparência e a ética no tratamento de dados, ou que envolvem a adoção de práticas de privacidade rigorosas. Nesse sentido, a minimização de dados será fundamental, garantindo que apenas informações essenciais sejam coletadas e utilizadas.

Paralelamente, a responsabilidade socioambiental e o compliance com os princípios ESG (Ambiental, Social e Governança) se tornam cada vez mais relevantes. O programa Empresa Pró-Ética, desenvolvido pela Controladoria Geral da União (CGU), promete incluir avaliações sobre práticas relacionadas a direitos humanos, diversidade e sustentabilidade. Essa integração mais robusta das diretrizes de compliance com os princípios ESG reforça a importância de as empresas atuarem de maneira responsável e ética.

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Outro aspecto essencial é a criação de canais de denúncias eficazes. A implementação de mecanismos que permitem aos colaboradores relatarem irregularidades de forma segura e anônima contribuirá para o fortalecimento de uma cultura interna que valoriza a ética. Isso incentiva um ambiente de confiança e responsabilidade, onde as práticas de compliance são parte integrante da operação diária da organização.

A monitorização e auditorias contínuas das práticas de conformidade são imprescindíveis. As empresas devem manter uma vigilância constante, realizando auditorias regulares e ajustando políticas conforme necessário para se adequarem às mudanças regulatórias e operacionais. Esta abordagem permite que as organizações permaneçam proativas diante dos desafios emergentes.

Além disso, a automação e a implementação de inteligência artificial trazem um conjunto de novos desafios. Com a crescente adoção dessas tecnologias, é vital que as empresas desenvolvam políticas internas que especifiquem quais tarefas podem ser automatizadas e quais processos exigem supervisão humana. Isso garantirá que a tecnologia seja utilizada de forma ética e com responsabilidade.

Por fim, à medida que o Brasil busca alinhar suas regulamentações às diretrizes internacionais sobre proteção de dados e ética empresarial, é crucial que as organizações se mantenham atualizadas. O acompanhamento das novas legislações e normas internacionais será fundamental para garantir a conformidade e a sustentabilidade das práticas organizacionais.

Essas questões refletem um cenário dinâmico em que o compliance transcende a mera obrigação legal e se torna uma estratégia vital para a sustentabilidade e supervisão organizacional. Cada um desses aspectos exige atenção e adaptação contínua, permitindo que as empresas operem de maneira ética e responsável, contribuindo para um ambiente de negócios mais transparente e justo.

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