O diagnóstico de câncer de mama durante a gestação é um desafio imenso que afeta não apenas a saúde da mãe, mas também a do bebê em desenvolvimento. Essa condição, conhecida como câncer de mama gestacional, é rara, mas seus impactos são profundos, exigindo decisões médicas e emocionais complexas. A história de Paola Passos, fisioterapeuta de 40 anos, ilustra a luta e a resiliência de muitas mulheres que enfrentam essa realidade.
Paola foi diagnosticada com um câncer de mama invasivo de 9 cm enquanto estava grávida de 13 semanas e amamentava sua filha mais velha, Clara. O diagnóstico foi difícil, mas Paola iniciou imediatamente um tratamento agressivo para conter o avanço do tumor. “Os resultados não foram os esperados inicialmente, mas minha prioridade era fazer o que fosse necessário para proteger minhas filhas e minha vida”, relembra Paola.
Devido ao tratamento, que incluiu quimioterapia intensa, Paola precisou antecipar o parto de sua filha Liz para iniciar uma quimioterapia mais adequada. O tratamento foi árduo, mas trouxe resultados positivos. “Em apenas duas sessões, o tumor regrediu significativamente”, conta. Após completar o ciclo de quimioterapia, Paola passou por uma mastectomia bilateral e continua em tratamento com hormonioterapia, realizando exames regulares.
O câncer de mama gestacional afeta aproximadamente 1 em cada 3.000 gestações, e é mais comum em mulheres que engravidam após os 35 anos. A detecção precoce é muitas vezes dificultada pelas mudanças naturais no corpo durante a gravidez, como o aumento do tecido mamário. A idade avançada na primeira gestação e a baixa escolaridade estão associadas a um maior risco de desenvolvimento da doença.
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Embora o câncer de mama gestacional seja uma condição séria, os tratamentos atuais permitem que muitas mulheres passem por essa fase com sucesso. A abordagem terapêutica depende do estágio do câncer e da idade gestacional, sendo possível, em muitos casos, realizar tratamentos como quimioterapia e cirurgias sem comprometer significativamente a saúde do bebê.
Hoje, Paola não só enfrenta as consequências do tratamento, mas também encontrou novas formas de contribuir para a sociedade. Ela está lançando um e-commerce de semijoias e usa suas redes sociais para apoiar outras mulheres que enfrentam o câncer de mama. “Quero mostrar que, mesmo em meio à dor, podemos encontrar força para seguir em frente e ajudar outras pessoas”, afirma.
A história de Paola é um lembrete poderoso de que, mesmo diante dos maiores desafios, a esperança e a determinação podem prevalecer. Sua jornada inspira outras mulheres a lutarem, a se informarem e a buscarem o apoio necessário para vencer o câncer de mama, especialmente durante a gestação, quando as decisões se tornam ainda mais complexas.