A pandemia foi um dos grandes motivadores do aumento das vendas online, aponta o dono da Broadcast Media do Brasil, Mario Sergio Finamore
Shop streaming, stream shopping, é a oferta de produtos pela internet durante uma live (programa ao vivo). O formato permite a interação entre o apresentador e os espectadores em tempo real, onde, através de ferramentas de interação como chat, WhatsApp, o público pode tirar suas dúvidas, pedir explicações, solicitar demonstrações, realizar a compra, tudo ao vivo e de modo interativo.
Segundo o dono da Broadcast Media do Brasil Eireli, empresa que atua no setor de média e televisão expandindo os sinais das emissoras em diversas plataformas, Mario Sergio Finamore, o formato não é novo. “O modelo de home-shopping foi criado no Estados Unidos na década de 1980 com a chegada da televisão por assinatura. Na época foram criadas emissoras especializadas em programação de vendas 24 horas por dia, 7 dias por semana. A primeira foi a HSN (Home Shopping Network) idealizada por Bob Circosta, que vendia um abridor de latas verde. Logo surgiram outros, como QVC, Shop HQ e Jewerly TV”, explica.
A indústria de venda pela televisão nos USA é um mercado bilionário há décadas. As duas maiores empresas (QVC e HSN) somadas possuem receita superior a 10 bilhões de dólares anuais.
Com a popularização dos smartphones e a disseminação das telas portáteis, a audiência hoje não ficou restrita a televisão tradicional. A China foi o primeiro país onde o Live Commerce foi disseminado. Esse movimento iniciou-se em 2016, porém em 2019 sob efeito da pandemia teve um crescimento exponencial. Hoje esse método já corresponde a 8% do varejo online chinês.
O gigante varejista chinês Alibaba criou uma plataforma exclusiva de Live Commerce, o Alibaba Taobao Live, no último de mês junho desde ano, faturando 1 Bilhão de dólares nas vendas.
Market places brasileiros como Americanas, Multiplan e Submarino começam a vender por meio dessa plataforma em 2020.
Segundo Mario Finamore, o modelo de home shopping sempre foi proibitivo a pequenos varejistas, por exigir um custo muito alto com compra de equipamentos, equipe e sobretudo com custo de distribuição junto as operadoras de televisão por assinatura e emissoras de sinal terrestre.
Já o Live Commerce é mais democrático. Mario Finamore aponta que não há custos para a distribuição do sinal, e cada varejista produz de acordo com seu orçamento. “Muitas lives tem pouquíssima estrutura de produção, são feitas com um iphone e uma iluminação caseira.”
Porém, as lives que entregam bons resultados possuem grandes estruturas e uma produção mais elaborada, e não são tão econômicas assim. O empresário Mario Sergio Finamore aponta o que incluem deve ser incluído durante as transmissões para garantir uma boa entrega: “roteiro, planejamento de vendas, um apresentador ou influencer conversando com o público, equipamentos como câmera, iluminação, sonorização, equipe de streaming para garantir uma boa transmissão. É realmente uma estrutura de televisão bem-produzida.”
Mario Sergio Finamore também fala sobre a oportunidade por trás do Live Commerce. “O formato estimula as expectativas sobre o produto, incentiva o envolvimento, a curiosidade e ainda promove o desejo de compra, mexendo com as sensações e emoções do consumidor”.
Sua força em comparação com outros formatos é exponencial, já que os conteúdos audiovisuais em tempo real apresentam resultados 10 vezes maiores que os formatos tradicionais, exatamente por aproximar o público da marca e gerar valor aos produtos apresentados.