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Instalação-Concerto Mineral transforma o Teatro Oficina: uma sinfonia única com cerâmicas acústicas”

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Espetáculo apresenta mais de 100 peças em cerâmicas acústicas que dão corpo a um grande instrumento musical de sonoridade única

A relação entre cerâmica e música é antiga. Usada como base para percussão, os exemplos são registrados em várias culturas, como nas moringas, presentes na música africana e brasileira e na cultura andina. Para o artista plástico Máximo Soalheiro, conhecido como um dos mais importantes ceramistas do país, essa história precisava ser ampliada, pois as possibilidades de se fazer som com cerâmica são infinitas. Depois de 25 anos de pesquisa, ele apresenta, pela primeira vez em São Paulo, a instalação Mineral, composta por 103 peças em cerâmica, afinadas com alta precisão. O resultado compõe o concerto que será apresentado nos dias 16 e 17 de julho, às 21h, no Teatro Oficina. 

A instalação, que pode ser entendida como um grande instrumento musical disposto em duas séries de peças em mesas microfonadas, permite a execução de obras do repertório erudito e popular, com uma sonoridade única de grande riqueza de timbre. Para dar vida ao projeto, Máximo se associou ao músico e designer de som Pedro Durães, que assina a direção musical do espetáculo, e a um grupo de instrumentistas virtuoses e abertos à experimentação de linguagens. Além da instalação, tocada com as mãos, baquetas e arco, a performance musical conta com baixo acústico, percussão, sopro, piano e voz.

Com 70 minutos de duração, as apresentações tem no repertório composições de Hermeto Pascoal, Santiago Vazquez, Carlos Aguirre, Steve Reich, Björk, João Donato, Claude Debussy, Ary Barroso e Rafael Martini. Os arranjos foram escritos especialmente para a sonoridade criada pelo conjunto de instrumentos.  O concerto reúne os músicos Camila Rocha, Davi Fonseca, João Paulo Drummond, Kristoff Silva, Leandro César, Pedro Durães, Juliana Perdigão e Yuri Vellasco.

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Máximo Soalheiro explica que sua obra sempre buscou um diálogo com outras manifestações artísticas, como a música, o teatro e a literatura. “A música sempre fez parte do meu trabalho e cheguei a iniciar estudos na área, que depois deixei para me concentrar nas artes visuais”, conta. Para realizar Mineral, o artista se dedicou a pesquisa de materiais, processos de queima e vitrificação, chegando ao material definido para a instalação, o agalmatolito (especificamente a pirofilita), que tem ocorrências maiores em Minas Gerais e na China.

O ceramista esclarece que se trata de minério que produz sonoridade rica, que se sustenta no ar e com altura definida. A composição da cerâmica, além do mineral, traz um balanço minucioso de outros elementos e processos de moagem e queima, para resultar no material exato para a finalidade musical. 

O passo seguinte foi passar da pesquisa para a produção das peças, a partir de uma definição de parâmetros estabelecidos matematicamente. Hoje, de acordo com Máximo Soalheiro e Pedro Durães, é possível ter certeza, ao abrir o forno, que a cerâmica produzida emitirá a nota esperada ou bem próxima do ideal. Para garantir ainda mais exatidão na emissão do som, os vasos cilíndricos de diferentes alturas, espessuras e diâmetros, são micro afinados com água adicionada no interior de cada coluna.

Pedro Durães explica que a sonoridade de Mineral tem características originais. “Em termos acústicos, o material vibratório é a própria parede do objeto e não o ar, como nos instrumentos tradicionais de percussão em cerâmica. São gerados os sons harmônicos, ou seja, afinados e com grande sustentação temporal. E por ser modular, os objetos podem ser agrupados de diversas maneiras, gerando escalas musicais e sonoridades particulares, o que expande as possibilidades de repertório”.

Com direção artística de Máximo Soalheiro e direção musical de Pedro Durães, o concerto Mineral – Circulação é patrocinado pela CEMIG, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais. Apoio cultural do Inhotim, Teatro Oficina e Instituto Cultural Filarmônica. Realização do Governo de Minas Gerais — Governo diferente, Estado Eficiente. 

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Repertório 

  1. Electric Counterpoint (1o movimento – Fast)

Steve Reich 
Arranjo adaptado: Pedro Durães

  1. El amor

Santiago Vazquez
Arranjo: Kristoff Silva

  1. Laguna de Agua

Carlos Aguirre
Arranjo: Leandro César

  1. Stars

Bobby McFerrin
Arranjo: Pedro Durães

  1. Estampes,pour piano (1o movimento – Pagodes)

Claude Debussy
Arranjo: Pedro Durães

  1. The Anchor Song

Björk
Arranjo: Pedro Durães

Participação especial: Juliana Perdigão

  1. Música das Nuvens e do Chão

Hermeto Pascoal 
Arranjo: Davi Fonseca

  1. Na Baixa do Sapateiro

Ary Barroso
Arranjo: Kristoff Silva

  1. A rã

João Donato e Caetano Veloso
Arranjo: coletivo

10- Sono

Rafael Martini
Arranjo: Coletivo

SERVIÇO:

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Datas e horários: 16 e 17 de julho, terça e quarta-feira, às 21 horas
Local: Teatro Oficina – Rua Jaceguai, 520 – Bela Vista, São Paulo – SP
Ingressos: R$ 50 reais (a inteira), R$ 25 reais (meia entrada) a venda na bilheteria e no www.sympla.com.br

Para conhecer: https://youtu.be/MVsN1PMGpVk?si=Iay-YiPU1sB5wBPi

Espetáculo Mineral na íntegra: https://l1nk.dev/LHmCQ

FICHA TÉCNICA:

Músicos
Camila Rocha – cerâmicas harmônicas e contrabaixo
Davi Fonseca – cerâmicas harmônicas e piano
João Paulo Drummond – cerâmicas harmônicas e moringas
Kristoff Silva – cerâmicas harmônicas e sintetizador
Leandro César – cerâmicas harmônicas
Pedro Durães – cerâmicas harmônicas e eletrônicos
Yuri Vellasco- cerâmicas harmônicas e moringas

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Participação especial

Juliana Perdigão – voz, clarineta e clarone 
Produção executiva Pira Cultural 
Direção Musical Pedro Durães
Direção Artística Máximo Soalheiro

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Mistério na areia: mulher é flagrada de biquíni e máscara em praia de Santa Catarina

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Uma cena inusitada chamou a atenção nesta quinta-feira (21) na praia dos Ingleses, uma das mais movimentadas de Santa Catarina. Uma mulher desconhecida surgiu usando apenas um biquíni fio dental e uma máscara preta cobrindo boa parte do rosto.

A mulher chegou acompanhada, estacionou o carro discretamente, fez uma troca rápida de roupa no próprio veículo e, em seguida, e se esticou na areia. Durante duas horas, tomou sol, pediu bebidas em barraca próxima, entrou no mar e manteve a postura de quem parecia não se importar com os olhares curiosos.

O detalhe que mais intrigou os frequentadores foi a combinação ousada: corpo à mostra e rosto coberto. Por ali, donos de barracas disseram que ela é vista sempre. A mulher deixou a praia sem pressa e foi embora como se nada tivesse acontecido.

Nas redes sociais, já circularam fotos de uma mulher parecida, com a mesma máscara, mas em um supermercado e farmácia. Não se sabe se é alguma famosa se disfarçando ou apenas alguém que quer aproveitar a praia sem ser reconhecida.

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Fotos: Adilson Tapi / Ag. ExplodiuBR

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Carioca Luiza Repsold França ganha destaque na equipe curatorial de importantes exposições nos Estados Unidos

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A arte brasileira está cada vez mais valorizada internacionalmente, com grandes mostras em museus e galerias em países europeus e nos Estados Unidos. Em paralelo, uma nova geração de curadores também vem se destacando em grandes instituições norte-americanas, conquistando posições em conceituadas instituições. 

Entre esses profissionais está a carioca Luiza Repsold França. Graduada em História da Arte pela Universidade da Pensilvânia e Mestre em História da Arte pelo Williams College e The Clark Art Institute, Luiza tem uma extensa pesquisa sobre o papel da costura nas obras têxteis dos artistas brasileiros Arthur Bispo do Rosário, Rosana Paulino e Sonia Gomes. Além de realizar projetos curatoriais com grandes nomes da cena contemporânea global, seu olhar para a história da arte é voltado para o Brasil e América Latina, como foco na valorização de artistas e narrativas historicamente marginalizadas, em especial a importância histórica da preservação e transmissão de conhecimento por meio do manual. 

Atuando na equipe de curadores do Philadelphia Museum of Art, um dos mais importantes museus dos Estados Unidos, seu mais recente trabalho é a mostra “Pauline Boudry/Renate Lorenz: Moving Backwards”, uma instalação de vídeo imersiva que combina dança urbana e coreografia moderna com a cultura underground queer e táticas de guerrilha. Está em visitação no Museu até 29 de setembro.

Luiza também é co-curadora de uma instalação monumental do artista ganês El Anatsui, composta por mais de 200 elementos suspensos, feitos a partir de lacres de alumínio reciclados. A obra aborda temas como o comércio global, identidades pós-coloniais e os impactos do consumo excessivo sobre o meio ambiente. 

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Seu currículo no mundo da arte impressiona para uma profissional tão jovem, com passagens pelos El Museo del Barrio e Cooper Hewitt Smithsonian Design Museum, ambos em Nova Iorque, e Museu de Arte do Rio – MAR. 

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Luísa Locher fala sobre o Dia do Ator: “É um ofício que exige entrega, escuta, coragem e um estudo constante”

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No 19 de agosto comemora-se o Dia do Ator, data importante para entender a relevância da arte e da cultura no país e no mundo. A atriz Luísa Locher avalia seu compromisso com a arte de interpretar. Com uma trajetória marcada pela dedicação, sensibilidade e versatilidade, Luísa relembra o impacto da atuação em sua história e na construção de narrativas que inspiram, emocionam e transformam o público.

Para ela, o Dia do Ator é todos os dias, porque é uma escolha que se faz diariamente, porém essa data é um lembrete do porquê ela escolheu essa profissão. “É um ofício que exige entrega, escuta, coragem e um estudo constante. É emprestar meu corpo e minha voz, estudar a vida, as experiências e ter a honra de viver várias vidas dentro de uma, é também romper silêncios e dar nome a tantas histórias e ao que tantas vezes foi apagado. Atuação é uma arte milenar, temos que ter consciência da grandeza desse legado”, reflete. 

Natural de São Carlos (SP), Luísa descobriu sua paixão pela arte ainda na infância e, desde então, vem acumulando experiências nos palcos e nas telas, transitando entre o teatro, o audiovisual e a direção. 

Presença feminina

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Em sua visão, ser mulher no audiovisual hoje é fazer parte de uma geração que está reescrevendo as regras do jogo, criando redes de apoio, ocupando espaços de liderança e inspirando outras mulheres a fazerem o mesmo. “Apesar dos avanços conquistados nas últimas décadas, ainda enfrentamos uma indústria marcada por desigualdades de gênero, tanto em frente como atrás das câmeras. Na atuação, os estereótipos de gênero ainda limitam muitos personagens femininos. A hipersexualização, a ausência de protagonismo complexo ou a recorrente figura da mulher como suporte emocional do protagonista masculino ainda são padrões que se repetem. Felizmente, isso vem sendo desafiado por criadoras e criadores que entendem o poder da narrativa”, afirma. 

Luísa acompanhou muitas mudanças nos últimos anos e uma maior presença das mulheres no audiovisual, por isso ela comenta que, quando iniciou, já era perceptível uma movimentação de mulheres buscando ocupar mais espaços, mas que na prática, ainda era visível o quanto a estrutura da indústria era, e em muitos casos ainda é, dominada por homens, especialmente em cargos de direção, roteiro, fotografia e liderança de equipe. “Com o tempo, fui testemunhando uma mudança visível: hoje vejo mulheres atuando com protagonismo em todas as frentes, dirigindo, escrevendo, operando câmeras, liderando equipes, tomando decisões artísticas e estratégicas. Há um desejo genuíno de construir um audiovisual mais inclusivo, diverso e principalmente justo”, aponta.

No que diz respeito à arte de contribuir para transformar a forma como a sociedade vê as mulheres, a atriz acredita que a arte tem o poder de transformar percepções, questionar padrões e abrir espaços. Além disso, ela enxerga as artes como uma ferramenta essencial para romper estereótipos, revelar verdades invisibilizadas e ampliar o olhar coletivo. “Durante muito tempo, as mulheres foram retratadas através do olhar de outros. Mas quando nós mesmas escrevemos, dirigimos, atuamos e criamos, mostramos camadas que por muitas vezes eram ignoradas”, observa.

Influências da carreira

Nesta data especial, Luísa também diz quais são suas referências na dramaturgia que a inspiram: “Viola Davis, pela força visceral. Ela tem uma presença que atravessa, que não pede permissão para existir em cena. Meryl Streep, pela versatilidade e inteligência com que constrói suas personagens é uma atriz de pesquisa e escuta profunda. Fernanda Montenegro é uma referência viva de dignidade artística. Ela representa não só o talento, mas o compromisso com a arte como linguagem de pensamento e sensibilidade. Ouvi-la falar sobre teatro é, por si só, uma aula sobre o valor da cultura. Alessandra Maestrini, além de ser uma potência vocal e cênica, me toca profundamente pela inteligência emocional e artística com que conduz suas escolhas. Ela transita entre o drama e o humor com rara elegância, sempre com alma e presença”, confessa.

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Luísa ainda dá um conselho para mulheres que desejam atuar e criar suas próprias obras: “Não espere que te deem permissão para existir artisticamente. Se você sente o chamado, honre isso. Estude, pesquise, e principalmente: não se diminua diante do processo. Criar dá medo, claro. Mas é justamente nesse medo que mora a força de quem se arrisca. Como atriz e criadora, aprendi que atuar é emprestar o corpo e a voz, mas criar é emprestar a alma. E você pode – e deve – fazer os dois”, finaliza.

Atualmente, além dos projetos como atriz, Luísa também tem explorado sua veia artística em outras áreas e reforça sobre a importância de expandir seu olhar para além da atuação. O reconhecimento de seu trabalho é fruto de uma trajetória construída com propósito, verdade e respeito pela arte.

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