(Foto: Jefferson Carvalho)
A artista prevê o lançamento de seu primeiro musical para 2026, enquanto segue explorando formas de expressão também por meio da música, com seu álbum de estreia previsto para abril deste ano
Na intersecção entre a Música e a Dramaturgia, Malka Julieta vai apresentando as múltiplas facetas que a formam. Seus mais de 20 anos de carreira registram a arte em diferentes expressões, como DJ, produtora, pianista, cantora, compositora, violista, educadora e produtora cultural. Hoje, dia 27 de março, data em que é celebrado o Dia Mundial do Teatro, a artista paulista enaltece os encontros musicais que cada espetáculo abraça. Malka é dona de um olhar atento e moderno sobre trilhas sonoras e sound design, contribuindo em peças como Carne Viva, Segunda Queda e Stalking – Uma Peça de Terror Documental, por exemplo. “Nos últimos anos eu tenho gostado muito de desenvolver o trabalho no teatro pois me sinto com mais liberdade musical. É uma das poucas formas de arte que ainda podemos falar de forma realmente livre sobre questões sociais e vivências que outras artes não tem mais tanto espaço”, reflete ela. Agora, em celebração a data, ela relembra suas principais colaborações.
Entre seus trabalhos recentes, destaca-se Segunda Queda, da companhia Ave Terrena, cuja trilha assinada por Malka é utilizada como referência em aulas da UFRJ pela abordagem moderna do som na cena teatral. Em Stalking, a artista criou a trilha para a peça de terror documental que aborda um caso real de perseguição e foi um dos gatilhos para a inclusão do “stalking” na Lei Maria da Penha. Atualmente, Malka também faz a trilha sonora ao vivo de Contra Xawara – Deus das Doenças ou Troca Injusta, performance de Juão Nÿn sobre as doenças trazidas pelos colonizadores e seus impactos históricos e contemporâneos. Além disso, ela assina a trilha de um espetáculo atualmente em cartaz na Espanha e, na peça Fracassadas BR, explorou a sonoridade do universo ballroom, levando a produção à indicação ao Prêmio Shell de Melhor Dramaturgia.
“Poder fazer o sound design de som imersivo no teatro nacional é um grande privilégio e uma grande oportunidade de seguir com meu trabalho no meio teatral”, destaca Malka Julieta, que atualmente atua em Carne Viva, peça dirigida por Luh Maza, em cartaz no Sesc 24 de Maio, em São Paulo, até 20 de abril. No projeto, Malka desconstruiu a trilha original do compositor português Bruno Campos e a reconstruiu em um sistema imersivo 7.1, criando uma experiência sonora rara no teatro brasileiro.
Espaço de experimentação e liberdade, o Teatro também possibilita para a artista sua expansão da paixão pela Música. Seu primeiro álbum de estúdio chega em abril de 2025, e teve seu single de estreia lançado recentemente: “Sururu das Meninas pt2”, com participação de Deize Tigrona. O disco que reflete uma trajetória marcada pelas dores e delícias de sua vida, também abre caminhos para um novo desafio nos palcos, com a produção de seu primeiro musical, Casa de Bonecas. Com previsão de estreia em 2026, a obra abordará questões do pensamento colonizatório na música brasileira sob uma perspectiva de comédia.
SOBRE MALKA JULIETA
Malka Julieta é uma artista multifacetada do ABC Paulista com mais de 20 anos de carreira, destacando-se como DJ, produtora musical, pianista, cantora e compositora. Iniciou sua trajetória musical em bandas de punk, como Granada Rei, e consolidou sua carreira no duo eletrônico We Say Go. Com uma carreira solo consolidada, Malka tem se destacado tanto na música popular quanto na clássica, sendo a primeira pessoa trans a tocar na Sala São Paulo. Com parcerias com artistas como Céu, Jup do Bairro, Marina Lima, e Badsista, ela é reconhecida por sua capacidade de integrar diversos estilos, como pop, hip hop, funk e MPB, em sua sonoridade única.
Em 2025, Malka lançará seu primeiro álbum, Chão, contemplado pelo edital Natura Musical e saindo pelo selo Atabaque, marcando sua estreia como cantora e trazendo colaborações com Deize Tigrona, Brisa Flow, Ashira, Luísa Nascim, e outros nomes de destaque. Sua trajetória é marcada pelo pioneirismo e inovação na linguagem musical. A artista tem sido uma presença constante em eventos de renome, como Primavera Sound e The Town, e segue ampliando os horizontes para o reconhecimento da música queer e feminina no Brasil e no mundo.