Desabafo do influenciador digital é cada vez mais recorrente entre criadores de conteúdo que investem no estilo de vida saudável para atrair mais seguidores.
O jovem estudante de medicina Pedro Ferreira, nunca teve pretensão em ganhar dinheiro ou ser bem sucedido com as redes sociais. Quem o acompanha desde o princípio sabe que seu objetivo de vida é se formar em medicina e cuidar das pessoas.
A atuação como influenciador digital, contudo, foi algo que foi acontecendo. “Não foi algo que eu acordei num dia e resolvi fazer,” conta Pedro. “Ainda não tinha um corpo que eu gostava ou uma autoestima muito alta. Mas foi aí que comecei a mudar meu estilo de vida, comer direitinho e me exercitar foi compartilhando minha rotina e o crescimento foi instantâneo,” orgulha-se.
Ele afirma ainda que, depois de participar de um reality show digital e consequentemente ser apresentado a um público maior, seu contato com os seguidores deixou de ser totalmente saudável e conheceu o lado tóxico das redes sociais.
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“Não são todos os dias que eu tenho tempo de fazer um story ou uma dancinha no TikTok, afinal o ritmo de estudos para o curso de medicina é intenso. Além disso, estudar e se preparar com ensino remoto demanda ainda mais concentração e determinação da minha parte,” afirma.
Mesmo assim as cobranças são incessantes e algumas delas vão além do desejo por mais conteúdo. “Cobranças em relação ao corpo, ao sorriso e até mesmo às imperfeições mexem com a gente,” confessa. “Por mais que estejamos bem psicologicamente e seguros de quem somos, alguns comentários incomodam,” afirma.
Esse impacto psicológico não é exclusividade do Pedro. Em 2019 foi publicado um estudo intitulado ‘A Psicologia da Cultura de Mídia Popular’, cuja conclusão foi um tanto assustadora. A autora, Danielle Leigh Wagstaff, afirmou que o Instagram, em particular, faz com que tenham um aumento ainda maior de ansiedade pelo simples fato de comparar uma com as outras.
“Eu gosto muito do que eu faço, mas às vezes preciso parar, respirar e entender que há vida além das redes sociais,” concluiu.