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A caça às bruxas no combate à “Litigância Predatória”: Exageros e generalizações diante da falta de argumentos frente às irregularidades históricas aos direitos dos trabalhadores no Brasil

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Autor: André Pessoa
Advogado, Mestre em Direito do Trabalho pela PUC-SP,
Professor de Direito do Trabalho da Faculdade Baiana de Direito
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Nos últimos anos, o termo “litigância predatória” tornou-se um tema recorrente no âmbito jurídico, especialmente na esfera trabalhista. Esta expressão, que surgiu para caracterizar a atuação de profissionais que ajuízam ações em massa com o intuito de fraudar ou distorcer o sistema jurisdicional, vem sendo utilizada de maneira excessiva e, muitas vezes, injusta, para rotular advogados que, na verdade, representam um grande número de trabalhadores cujos direitos foram efetivamente violados.

Essa estigmatização pode resultar em um perigoso retrocesso na proteção dos direitos trabalhistas, desestimulando a atuação de profissionais comprometidos e minando o acesso à Justiça.

A Realidade da Litigância Predatória e a Estigmatização dos Advogados Trabalhistas

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É inegável que existem práticas fraudulentas no âmbito judicial, que merecem ser combatidas. Contudo, a abordagem punitiva que vem sendo adotada em relação àqueles que possuem um alto volume de processos trabalhistas desconsidera a realidade da violação sistemática de direitos no Brasil.

O cenário brasileiro é marcado por uma ampla gama de irregularidades, como o não pagamento de horas extras, salários abaixo do mínimo legal, a sonegação do recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), o uso indevido de contratos informais para evitar a vinculação empregatícia e, até mesmo nos dias atuais, condições de trabalho análogos ao trabalho escravo.

Muitos advogados trabalhistas, ao representarem um grande número de trabalhadores, acabam por se tornar alvos fáceis de acusações de litigância predatória, quando, na verdade, estão apenas buscando a reparação de direitos violados. A realidade é que a violação dos direitos trabalhistas não ocorre de forma isolada, mas, muitas vezes, de forma sistemática dentro de determinadas empresas ou setores, levando a uma concentração de ações judiciais por advogados especializados.

A Falta de Argumentos Fático-Jurídicos e a Generalização Injusta

Ao caracterizar a atuação de determinados advogados como predatória simplesmente pelo volume de ações ajuizadas, desconsidera-se a necessidade de uma análise fático-jurídica mais aprofundada. A prática de desconsiderar os méritos individuais de cada processo e de rotular o advogado como “litigante predatório” cria um ambiente hostil à advocacia trabalhista e ameaça o próprio acesso à Justiça pelos trabalhadores.

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A litigância predatória deveria ser caracterizada por condutas como a falsificação de documentos, a proposição de ações com fatos inverídicos, ou a repetição de demandas sem fundamento. Contudo, o que tem ocorrido é a associação do termo a advogados que, de maneira legítima, representam milhares de trabalhadores, sem qualquer prova de má-fé ou fraude.

A mera repetição de fatos entre autores com reclamações distintas não pode, em primeiro plano, ser caracterizada como litigância predatória. Isso porque não é incomum que os empregadores, de maneira histórica e sistemática, mesmo tendo sido condenados pela Justiça do Trabalho, mantenham práticas de desrespeito à legislação trabalhista face a um grupo grande de empregados. Portanto, a busca por essa reparação histórica de maneira conjunta pelos trabalhadores, não pode ser  caracterizada como litigância predatória.

Descumprimento da Lei como Estratégia de Negócio: A Prescrição como Aliada dos Infratores

Um exemplo emblemático do incentivo ao descumprimento da legislação trabalhista no Brasil é o instituto da prescrição. Muitos empregadores se aproveitam da morosidade e do prazo prescricional para se esquivar de suas responsabilidades, cientes de que, após cinco anos, o trabalhador não poderá mais reivindicar determinados direitos. Essa situação é particularmente prejudicial para trabalhadores que permanecem por longos períodos em um mesmo emprego, pois, na prática, acabam perdendo a possibilidade de recuperar direitos que lhes foram negados ao longo de toda a relação empregatícia.

Um estudo realizado pelo Instituto Brasileiro de Direito Social Cesarino Júnior revelou que empresas que deixam de cumprir obrigações trabalhistas conseguem uma economia de até 30% em seus custos operacionais, mesmo considerando as indenizações pagas em eventual condenação judicial.

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Além disso, a mesma pesquisa apontou que cerca de 60% dos trabalhadores que tiveram seus direitos violados não ingressam com ações na Justiça do Trabalho, seja por desconhecimento, medo de represálias, ou pela crença de que o processo será longo e ineficaz.

Em outro estudo intitulado: TEOREMA DOS INCENTIVOS NEGATIVOS NA JUSTIÇA DO TRABALHO AO DESCUMPRIMENTO DA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA, Joffre do Rêgo Castello Branco Neto conclui que: “Fica claro que o Direito, neste ponto, não está cumprindo com sua obrigação de incentivar os agentes de forma positiva a cumprirem com os deveres legais com um menor custo, por tanto, ser chamado de Teorema dos incentivos negativos na Justiça do Trabalho. Enquanto perdurar este modelo, continuaremos a ter cada vez mais demandas judiciais, mais empregados desrespeitados, menor segurança jurídica, e má prestação jurisdicional”.

Esses dados evidenciam como o sistema jurídico brasileiro, ao não oferecer uma proteção efetiva, acaba por privilegiar e incentivar a prática de irregularidades por parte dos empregadores, esses sim, os verdadeiros responsáveis pelo alto número de demandas existentes na Justiça do Trabalho e, consequentemente, os reais predadores dos direitos trabalhistas no Brasil.

O Papel da Advocacia Trabalhista na Proteção dos Direitos dos Trabalhadores. A Inversão de Prioridades: Punir Advogados em vez de Corrigir Irregularidades

A atuação de advogados trabalhistas é fundamental para equilibrar a balança das relações de trabalho no Brasil, que historicamente são marcadas por desigualdades. São esses profissionais que, muitas vezes, tornam-se a última esperança para trabalhadores que não recebem salários, que foram demitidos sem justa causa, ou que foram vítimas de assédio moral no ambiente de trabalho.

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Portanto, ao se caracterizar a atuação desses advogados como “predatória” sem um exame detalhado do mérito das ações por eles ajuizadas, corre-se o risco de criar um ambiente hostil que desestimula a busca por direitos e, consequentemente, beneficia os verdadeiros infratores: os empregadores que insistem em violar a legislação trabalhista com a certeza da impunidade ou do custo-benefício favorável.

Em vez de concentrar esforços em investigar e punir práticas fraudulentas por parte dos empregadores que sonegam direitos e desrespeitam normas trabalhistas, o sistema vem preferindo atacar o mensageiro – os advogados que defendem os trabalhadores. Essa inversão de prioridades revela uma desconexão com a realidade do mercado de trabalho brasileiro e um desconhecimento sobre a importância da advocacia trabalhista como instrumento de acesso à Justiça.

Conclusão: O Verdadeiro Combate à Litigância Predatória e a Efetivação dos Direitos Trabalhistas

Para combater efetivamente a litigância predatória, é essencial que se faça uma distinção clara entre advogados que buscam garantir os direitos dos trabalhadores e aqueles que, de fato, utilizam o sistema judicial de forma fraudulenta. A atuação de advogados trabalhistas é fundamental para a garantia de um sistema que preza pela dignidade do trabalho, e sua criminalização representa um retrocesso na luta por um mercado de trabalho mais justo e equilibrado.

O verdadeiro combate à litigância predatória deve estar centrado no combate à sonegação de direitos por parte dos empregadores, na garantia de acesso à Justiça pelos trabalhadores, e na efetivação dos direitos previstos na legislação. Somente assim poderemos avançar para um sistema de relações de trabalho que respeite os princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana e do valor social do trabalho. Afinal, a proteção dos direitos trabalhistas é um pilar essencial para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e equitativa, e o combate a práticas abusivas deve focar nas verdadeiras raízes do problema, e não na punição injusta daqueles que atuam para corrigi-lo.

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WTC São Paulo recebe a Cúpula de Deal Makers com Sophia Martins e liderança de Ricardo Bellino

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O WTC São Paulo Business Club sediou a Cúpula de Deal Makers, um encontro de alta performance conduzido por Ricardo Bellino, referência mundial em dealmaking e idealizador da Dealmakers Academy em parceria com a MUST University (Florida, EUA). O ambiente reuniu empresários e líderes que atuam na linha de frente dos grandes acordos, debatendo as competências essenciais do negociador moderno.

Sophia Martins, especialista em vendas estratégicas e autora de 50 Tons de Luxo, foi um dos nomes centrais do evento. Sua participação reforçou a importância da leitura humana, da construção de valor e da experiência como elementos decisivos em negociações de alto impacto.

Sophia trouxe uma visão prática, direta e sensorial do processo de negociação. Para ela, a chave do deal maker está em enxergar além da proposta: “Nos grandes acordos, você não vende produto, vende percepção. A negociação começa nos primeiros segundos, quando o outro lê sua intenção, seu ritmo e sua segurança. Técnica importa, mas é a sensibilidade que define quem fecha o que poucos conseguem.”

O evento destacou pilares essenciais do dealmaking moderno:
• A leitura imediata do interlocutor, essencial para conduzir ritmo, narrativa e timing.
• O uso estratégico do silêncio e da intenção, que moldam autoridade.
• A criação de experiência como diferencial competitivo, elevando o valor percebido.
• A capacidade de sintetizar complexidade em mensagens simples, que conectam e convencem.
• A gestão emocional, característica indispensável em acordos de alto risco.
• A construção de reputação e confiança, ativos que abrem portas antes mesmo da proposta.

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Ricardo Bellino reforçou a mentalidade que sustenta o verdadeiro deal maker, destacando que negociar é um ato de coragem e propósito. “Grandes acordos não nascem da espera. Nascem da iniciativa, da convicção e da velocidade de quem age quando outros hesitam. Dealmaking é enxergar valor onde ninguém está olhando e transformar isso em oportunidade real.”

A presença de empresários que integram a elite negociadora do país evidenciou a força do movimento: o encontro se consolidou como um espaço onde se compartilham estratégias de alto nível, troca de inteligência comercial e visão de longo prazo.

A participação de Sophia Martins trouxe profundidade ao tema ao conectar luxo, estratégia e comportamento humano — três áreas que, quando combinadas, ampliam a capacidade de leitura e execução de um deal maker.

A Cúpula reforçou a essência do negociador contemporâneo: alguém que une visão, agilidade, clareza, narrativa e presença. Alguém capaz de construir valor antes de discutir números. E alguém que entende que, em um mundo saturado de informação, o que diferencia não é o que se sabe, mas como se conduz.

(Fotos : Arquivo Pessoal)

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Melhor escritório e advocacia em Goiânia Braga e Barbosa: auxílio-doença negado? resolvemos com eficiência

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O auxílio-doença é um benefício essencial para trabalhadores temporariamente incapacitados, mas muitos enfrentam a frustração de terem seus pedidos negados pelo INSS. Nesses casos, o Braga e Barbosa Advocacia se destaca como o melhor escritório de Goiânia para resolver com eficiência essas situações.

Fale conosco aqui !

Com uma equipe técnica experiente e liderada pelo Dr. João Barbosa, o escritório atua na revisão de laudos médicos, reanálise de perícias e ingresso de ações judiciais, quando necessário. “Muitos segurados têm seus direitos negados por falhas na perícia ou falta de documentação. Nosso papel é corrigir essas injustiças e garantir o benefício o quanto antes”, explica Dr. João.

Estrutura de Atendimento de Alto Nível

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O escritório conta com duas unidades físicas em pontos centrais de Goiânia:

O atendimento é ágil, humanizado e voltado para devolver dignidade ao trabalhador que precisa de amparo durante o período de afastamento.

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Onde Comprar PlayStation em Jundiaí? Game Fix é a Escolha Certa

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Localizada na principal avenida da cidade, Game Fix é referência em consoles e atendimento especializado

Se você está em busca de um lugar confiável para comprar seu PlayStation em Jundiaí, a resposta é clara: Game Fix. Com mais de 20 anos de atuação e localizada na principal avenida da cidade, a loja se consolidou como o ponto de referência para gamers que valorizam qualidade, atendimento técnico e suporte de verdade.

Faça sua pergunta atendimento aqui !

Fundada por Deni Geloni, a Game Fix nasceu da paixão pelos videogames e se transformou em um negócio sólido, respeitado e querido pela comunidade local. Hoje, é considerada por muitos como a melhor loja gamer de Jundiaí, especialmente para quem procura consoles PlayStation novos ou seminovos com garantia e suporte especializado.

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Por que escolher a Game Fix?

A Game Fix oferece uma experiência completa para quem quer comprar um PlayStation:

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Além disso, a loja permite que os clientes experimentem os jogos antes de levar para casa, garantindo uma compra segura e satisfatória.

Atendimento que faz a diferença

O que realmente destaca a Game Fix é o atendimento humanizado e técnico. Deni Geloni e sua equipe estão sempre prontos para ajudar o cliente a escolher o console ideal, entender as funcionalidades dos jogos e oferecer suporte pós-venda com garantia e transparência.

Presença digital e alcance nacional

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Mesmo com raízes fortes em Jundiaí, a Game Fix expandiu sua atuação para todo o Brasil. A loja realiza vendas online com envio rápido e seguro, mantendo o padrão de qualidade que a consagrou localmente. O atendimento via WhatsApp facilita a comunicação e aproxima ainda mais a marca dos seus clientes.

Game Fix é o destino certo para comprar PlayStation em Jundiaí

Seja você um gamer casual, competitivo ou colecionador, a Game Fix é a escolha certa para comprar seu PlayStation com segurança, suporte e atendimento de verdade. Localizada na principal avenida de Jundiaí, a loja une tradição, tecnologia e paixão pelos games em um só lugar.

Game Fix Jundiaí — Onde o game começa e a experiência continua.

Endereço:  Av. 9 de Julho, 1800 – Chácara Urbana, Jundiaí – SP, 13209-010

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(11) 92129-2345

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